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"Parece que eu estou chorando, não é? Mas é só a poeira que irrita a vista". A frase, dita àFolhapela dona de casa Maria Isabel Pereira, 70, ilustra bem o problema por que passam os 6.000 moradores de Barra Longa (MG).

Localizada a 70 km de Mariana, a cidade teve o perímetro urbano invadido pela lama de rejeitos da Samarco. Quase seis meses depois dorompimento da barragem, que deixou 19 mortos, a poeira ainda não baixou em Barra Longa. Literalmente.

Além da poluição da água e destruição de casas e lavouras (o problema ambiental afetou o rio Doce até o Oceano Atlântico, no Espírito Santo), o município tem sofrido desde a tragédia com os rejeitos secos nas ruas e fundos das residências. Com a estiagem, o material vira poeira que circula com ventanias e passagem de veículos.

Pior: a previsão meteorológica é de piora, segundo o plano de recuperação ambiental contratado pela própria Samarco, enviado ao Ibama e obtido pelaFolhavia Lei de Acesso à Informação. O estudo aponta que "potenciais alterações na qualidade do ar" podem ter acontecido não apenas no local, mas ao longo do trecho entre Mariana e a Usina Hidrelétrica Risoleta Neves (Candonga) a 100 km de distância.

Isso acontece porque a lama que ficou depositada nas áreas mais distantes das calhas de água é carregada pelo vento, num processo chamado erosão eólica.

DENTRO DO PARÂMETRO

O plano foi entregue em fevereiro e previa que, caso a mineradora encontrasse evidências de que o ar tem sido afetado em áreas de ocupação humana, deveriam ser instalados aparelhos que medem a quantidade de partículas em suspensão.

Barra Longa foi o primeiro a receber um deles. Segundo a Samarco, até o momento as análises mostram que "a presença de material particulado está dentro dos parâmetros estabelecidos pela legislação ambiental". Outra medida tomada pela companhia é a contratação de carros-pipa, que têm lavado as ruas da cidade das 8h às 18h.

Como dona Maria Isabel, que falou com a reportagem na última quarta-feira (20) em meio a acessos de tosse, outros moradores locais sofrem com o mesmo problema. Alguns improvisam para tentar diminuir a entrada de poeira em casa, como a costureira Marly Aparecida Costa, 53, que cobriu a sacada do fundo com lençóis e toalhas. "Aqui, quanto mais a gente limpa, mais sujo fica."

Alguns também criticam que parte da lama retirada das ruas foi depositada no Parque de Exposições da cidade, um terreno que não havia sido soterrado. "O parque é colado na casa de algumas pessoas, e a poeira da lama seca pode causar doenças. Criamos até um slogan: 'A Samarco está levando a lama para onde não houve tragédia'", diz Sérgio Papagaio, integrante da comissão de moradores atingidos por essa situação.

A Secretaria de Saúde do município afirma que houve aumentos expressivos nos casos de pessoas com insuficiência respiratória, além de doenças de pele e diarreia.

Procurado, o Ibama informou que a fiscalização dos termos previstos no programa de qualidade do ar elaborado pela Samarco deve ser feita até o segundo semestre. "Apesar de não estar explícito no programa, devemos pedir relatórios periódicos da Samarco sobre a situação do ar [na região]", afirma Paulo Fontes, diretor de biodiversidade do Ibama.

Fonte: Folha de São Paulo

PoeiraSamarco

Um terço dos alimentos produzidos no mundo vai para o lixo. Cerca de um décimo de todas as emissões de gases estufa globais da agricultura são emitidas por desperdício de comida, de acordo com novo estudo do Instituto de Pesquisa de Impactos do Clima de Potsdam, na Alemanha. Atualmente, um terço da produção jamais chega a nossos pratos.

Alimentos

Esta parcela pode aumentar dramaticamente, se países em desenvolvimento como China e Índia adotarem estilos ocidentais de nutrição, mostra a análise. Como se sabe, reduzir o desperdício é um modo de garantir a segurança alimentar, mas também um fator para deter o avanço de uma desastrosa mudança do clima.

Os pesquisadores analisaram tipos físicos e necessidades alimentares em diferentes cenários do passado e do futuro, levando em conta a demanda e disponibilidade de alimentos e as emissões associadas. Descobriram que enquanto a demanda mundial per capita permanece quase constante, nas últimas cinco décadas a disponibilidade de alimentos teve crescimento rápido.

“A oferta e a demanda mostram uma relação linear com o desenvolvimento humano, indicando que países mais ricos consomem mais comida do que é saudável ou simplesmente a jogam no lixo”, disse Prajal Pradhan , co-autor do estudo.

Por conta de mudanças notáveis no crescimento demográfico e de estilos de vida, as emissões de gases estufa da agricultura devem chegar a 10 gigatoneladas de CO2 em 2050. “Até 14 por cento destas emissões poderiam ser evitadas por um melhor gerenciamento da utilização e distribuição de alimentos”, afirma Pradhan. “Alterações no comportamento individual são chaves para a mitigação da crise do clima”.

As perdas de alimentos ocorrem por motivos diferentes nos países desenvolvidos e naqueles em desenvolvimento. Nos primeiros, joga-se comida no lixo e se elimina dos supermercados aqueles que não pareçam esteticamente bons para o consumo. No mundo pobre, os problemas são de infraestrutura, deste a colheita até o armazenamento e estocagem.

Alguns ambientalistas sugerem que uma parte vital da resposta da ameaça ao clima seriam métodos agrícolas com uso menos intensivo de carbono, junto com mudanças de dieta, como o consumo de menos carne. Fertilizantes liberam na atmosfera grandes quantidades de óxido nitroso, gás que esquenta o planeta 80 vezes mais rápido que o dióxido de carbono. E a produção de comida para gado e frango responde por metade de todas as emissões de carbono da agricultura e de uso da terra. Um terço de safras mundiais servem de alimentação para animais que produzem carne.

Há tendências importantes em curso, como programas de recuperação de alimentos desperdiçados em áreas urbanas, que envolvem de restaurantes a redes de supermercados – movimentos que inexistem no Brasil – e adoção de dietas veganas ou vegetarianas.

Segundo estudos, a produção de alimentos orgânicos corta pela metade as emissões de carbono, pelo uso de menos pesticidas e fertilizantes. No entanto, é ingênuo esperar que ações individuais resolvam o problema. São necessárias políticas que promovam alterações significativas. No momento, nos Estados Unidos, as vendas de alimentos orgânicos representam apenas quatro por cento das vendas totais, e a área plantada para eles menos de um por cento. Há terras, há oportunidades, falta vontade política. Por aqui, com a força da bancada ruralista, nem pensar.

Fonte: Diário do Centro do Mundo

Vários temas importantes para a organização e as lutas dos trabalhadores estão em debate com dirigentes dos Sindicatos filiados, entre eles o Sintratel, e convidados qualificados no seminário da UGT “Trabalhadores e Trabalhadoras em Tempos de Crise: Construindo Alternativas”

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Ao som de Rolando Boldrim, com a poesia de Catullo da Paixão Cearense, e palavras da senadora Marta Suplicy, teve início na manhã de segunda-feira, 25/04, no Novotel Center Norte, SP, o Seminário “Trabalhadores em Tempos de Crise: Construindo Alternativas”. Uma realização da União Geral dos Trabalhadores (UGT) em parceria com a Unicamp, como parte da programação do Dia Internacional do Trabalho, 10 de Maio.

O presidente nacional da UGT, Ricardo Patah, abriu o evento ressaltando a importância dos operários de chão de fábrica, destacando as atividades da senadora Marta Suplicy nos campos de atuação política ao lado dos trabalhadores, seja no ministério, na prefeitura paulista e como senadora.

Para a senadora, apesar do período difícil, vem rumando um novo momento.   “Nós brasileiros acompanhamos com a apreensão o clima de inflação, instabilidade e desemprego. Hoje vemos um governo extremamente fragilizado, com a economia esfarelando, um país paralisado. Mas vamos contruir um novo momento, com o novo governo dialogando com as centrais. A gente tem que se dar as mãos e fazer a roda girar no sentido que a gente acredita, fazendo essa luta da melhor forma possível. Estamos juntos nessa luta, a UGT sempre foi uma parceira ajudando a construir um Brasil melhor”, evidencia. 

Ricardo Patah enfatiza que o quadro político da UGT não irá permitir mais perdas que aquelas que os trabalhadores já tivera. “A UGT quer um Brasil melhor com inclusão social. A nossa política é a do trabalhador. Temos que continuar a lutar pelo direito da mulher. Queremos participar com contribuições maiores”, afirma. 

O deputado estadual Claudio Marcolino destacou os feitos de 12 anos de governo, apesar da crise de hoje. “Hoje estamos em um momento de crise, não sabemos o que vai acontecer nos próximos dias, mas não podemos abrir mão de lutar e defender os direitos dos trabalhadores, ampliando e conquistando”, defende.

Para o economista e ex-ministro do trabalho Walter Barelli, estamos construindo um novo período. “Estamos com desemprego, queda salarial, momento oportuno para pensaros conujuntamente em criar alternativas. Essa é a palavra que a UGT deve dar a todo o Brasil: alternativa e os trabalhadores sabem o que deve ser feito”, reforça.

Os compaheiros Bira (presidente da CGTB) e Juruna (secretário-geral da Força Sindical) estiveram presentes, mostrando que independente da posição política, o importante é a unicidade sindical, para que o povo cresça, que a juventude possa trabalhar e o Brasil poder crescer.

 Para o professor Denis Gimenez, Cesit (Centro de Estudos da Unicamp), essa parceria da UGT com a universidade é importante, porque o momento é de reflexão para encontrar alguma saída para que se possa conduzir o Brasil a um momento melhor. 

Cassia Bufelli, secretária-adjunta da Mulher da UGT lembrou que na luta da mulher, as alternativas que devem ser construídas, as mulheres querem ser sujeitas e protagonistas. “Quremos construir alternativas para constuir um Brasil melhor, para deixarmos como legado aos nossos filhos. O maior legado brasileiro é a gente viver as diferenças, buscando construir uma igualdade.” 

Roberto Santiago, presidente do Instituto de Altos Estudos (IAE) da UGT - parceiro na organização do seminário - reforça que a responsabilidade é com a representação dos trabalhadores. “Nós temos nossa responsabilidade sindical triplicada. Quanto mais dividirmos, pior para os trabalhdores, temos que ter responsabilidade de encaminhar as propostas dos trabalhadores. É o fim dessa crise que temos que trabalhar.”

Chiquinho, secretário de Organização de Políticas Sindicais da UGT e organizador  do seminário finaliza que é preciso refletir para indicar caminhos. “A UGT, com 1246 sindicatos filiados, representando 10 milhões de trabalhadores, não pode admitir o desemprego.São 100 mil empresas que fechram suas atividades.  Não podemos apontar o dedo e buscar os culpados, mas buscar saídas para aqueles que estão sem emprego. Os perigos estão rondando. Esse trabalhador ainda nos têm (movimento sindical), como escudo para manter seus direitos. Quais são os rumos que vamos tomar? Porque de forma contrária, a desgraça vem a galope e num volume muito grande. Queremos ser o condutor desse país. Devemos continuar.”

Seminário da UGT levanta a responsabilidade social e questiona os grandes negócios de eventos internacionais

Na sequência das atividades do primeiro dia de evento, a mesa inicial abordou a “Crise Política e Econômica do Brasil e o Cenário Internacional: quais as bases para um projeto de desenvolvimento inclusivo e sustentável”, reunindo renomados pensadores como Waldir Quadros, economista e professor da Faculdade de Campinas (Facamp); Luiz Alberto Aranha Machado, vice-diretor e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e Alberto Aggio, historiador e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Waldir Quadros alerta que nesse momento truculento é preciso entidades mais serenas. Vê como positiva a aboradagem da UGT e ele mesmo seguiu o panorama de refletir a crise pelo aspecto social. “Nos últimos 14 anos, a sociedade brasileira avançou em diversos aspectos. Um deles foi a diminuição da miséria e empoderamento das classes sociais. Com a crise atual, a sociedade passou a perder o que conquistou nos últimos anos, como se voltasse ao patamar que se encontrava antes dos avanços conquistados, quando então havia diminuído a pobreza.”

Para Aggio, é necessário que a população retome a palavra ‘democracia’, pois atualmente ela só é usada para ressaltar que não vai ter golpe. “Contudo democracia é mais do que isso, é olhar além, para o futuro. Como na política não existe espaço vazio, é preciso que todos tenham responsabilidade pelos seus atos.”

Luiz Albero Machado fez uma avaliação histórica do cenário político e disse que apesar da gravidade, a situação brasileira ainda é melhor do que há 20 anos, período em que a inflação chegou a 2 mil por cento ao ano.

Machado ainda ressalta que no cenário internacional os EUA continuaram crescendo sem reajustes, a China vive um processo de desaceleração e crescerá em média 7% ao ano, a União Europeia é a mais fraca dessas três potências, mas se mantém firme muito por conta da Alemanha e enfatizou a Índia como grande potência que está em franco desenvolvimento, mas, que assim como o Brasil, não está conseguindo enfrentar a grande desigualdade social do país.

A segunda rodada teve como temática o Trabalho e Esporte: os impactos nas Olimpíadas, com o jornalista Juca Kifouri e Marcelo Proni, professor da Unicamp.

Proni chamou atenção para o legado olímpico, abordou o descompromisso com os aspectos sociais e ambientais e o alto investimento para implantação dos jogos, questionando as políticas públicas.

Proni vê no movimento sindical o papel de ser ativo nesse legado. “Não sou contra os eventos e as grandes obras desses eventos esportivos, mas deveria ser custeado pela iniciativa privada, pois quando é usado dinheiro público, outros setores fundamentais para a sociedade ficarão sem fianciamento. Antes de começar as obras é preciso fazer o cálculo do custo de oportunidade, que é avaliar o retorno do que isso vai dar, pois até na Inglaterra, onde a popuplação que tem práticas esportivas rezoáveis,  não sabia o que fazer com seus estádios e legaram os custos altos na obras.”

 Juca Kifouri lembra de nações desenvolvidas como Suíça e Suécia, que disseram não para a realização das Olimpíadas, por verem como prioridade outros investimentos para a população. Para ele, o papel de nós, como trabalhadores, é exigir que nos ouçam.

 “Os Jogos Olímpicos não é jamais um primeiro passo para transformar o país numa potência olímpica, mas o coramanto esportivo deve ser visto como fator de prevenção de doença. O Ministério do Esporte deveria ser o da Saúde, não ter como foco fazer campeões olímpicos, mas deveria ser um dever do cidadão, que o governo tenha no esporte a preocupação com a saúde para toda a criança,  jovens e terceira idade”, analisa Kifouri.

Também foi aboradada a questão do Jogue Limpo, causa que a UGT vem abraçando desde 2010 em prol do trabalho decente para a Copa 2014 e agora para as Olimpíadas 2016, qual o papel do Comitê Olímpico Internacional (COI) com cuidado aos trablhadores.

Nilson Duarte, presidente da UGT-Rio e do Sindicato da Construção Civil do RJ, levantou os acidentes nas obras do Maracanã e o gasto de R$ 97 milhões para finalizar o estádio para a Copa, mais os milhões investidos agora para as Olimpíadas.

Fonte: Portal UGT

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Festas adolescentes se difundem pela cidade adotando táticas de guerrilha para driblas leis e pais

fluxo

Se pintar uma névoa de repente no baile, não vai achando que é gelo seco. Né não, parça! Corre que é gás lacrimogêneo.

Fluxo é baile de rua, e, nessa hora, o nome se justifica: é muita gente dando pinote, fluindo por todas as vielas para escapar da Polícia Militar. A repressão aparece também em uma HP (House Party) quando o som freia de repente. A Guarda Civil e o Conselho Tutelar baixam no casarão alugado e flagram dezenas de menores passando mal em uma festa “open bar”. Vish fiiiiiiiiii.

A tática é de guerrilha para viralizar a festa e conseguir driblar pais e autoridades. A balada é divulgada com antecedência pelo Facebook. Mas os detalhes só são confirmados pelo Whatsapp nas vésperas. Mano só fica sabendo quando é aceito no grupo. É um controle, um filtro. Os horários e os locais mudam a cada fim de semana. Nas festas com ingressos, os promotores se revezam em portas de escola e catracas de metrô para a venda antecipada. Quer saber? Muitas vezes só tem a indicação da estação de onde vão partir as vans para o baile. O endereço final da HP é sigilo total.

Já o fluxo se refugiou nas ruas de favelas em que a polícia não entra toda hora. As viaturas fazem blitz no entorno, mas só são acionadas se tiver treta. É desse jeitão no Helipa (Heliópolis, zona sul de São Paulo) e na Marcone (Vila Maria, zona norte). Mesmo assim, o baile se alterna entre ruas diferentes do bairro a cada fim de semana. E o chicote só estrala depois da meia-noite. Outras vezes só às 2h da madrugada. Antes as ruas parecem desertas. A geral chega no último busão. Os carros de som e de bebida encostam. A chapa é quente.

Tum-cha-cha-tum-cha! O funk é pesado, a letra é sacana. Tum-cha-cha-tum-cha! A cena se repete sob a luz do poste no baile de favela até com raios de laser na pista de uma bus party contratada por R$ 4.000. A adolescência não pode ser uma entediante noite entre a infância e vida adulta. A molecada quer tirar um lazer. Eles não cabem mais nos aniversários em salões de festa do prédio. Ninguém merece jogar videogame e ver Netflix o fim de semana inteiro. 

São vários rolês, vários custos, vários estados eufóricos. A juventude é uma embriaguez hormonal, um coquetel de adrenalina, testosterona e endorfina, que fica explosivo se somado a álcool, tabaco e substâncias ilícitas. Na tradicional matinê dominical, o open bar é careta e amazônico: refrigerante de guaraná e açaí com granola. O tal vestibular da balada só permite como aditivo a cafeína, além da taurina dos energéticos, para turbinar as pulsões sub-18.

Nas HPs, o álcool transborda em hectolitros, seja disparado por pistolas de tequilokas, rolando em funis de vodca barata ou direto do gargalo. Já no fluxo, a tensão e o cheiro de maconha estão no ar. “Encosta Geral Na Disciplina, Na Moral. Sem Vacilo, Sem Tirar Moto De Giro Pra Não Colar Verme. Meninas: Trazer Amigas, Primas, Vizinhas, Inimigas, A Porra Toda. Os Brothers: Cada Um Com Seu Consumo.” Essa foi a convocação para fluxo recente em Guarulhos (SP). Ae sim.

As balas são mentoladas na entrada da matinê. Afinal, é noite do beijo. As boquinhas novatas se juntam quando rola os apagões anunciados pelo DJ da casa. Já no fluxo as balas podem ser de borracha mesmo. Uma denúncia de vizinho, uma briga entre bondes, e a polícia chega pesado. Cê loko, cachorrera: a PM zoa o rolê mais que a chuva. O nome de alguns bailes já entrega o clima de guerra: Paquistão, Iraque e Hebron. Vários que rolavam até dois anos atrás acabaram. Sobraram os fluxos pequenos ou os que se abrigaram em ruas de favela, muitas controladas pela facção PCC, o Primeiro Comando da Capital. Lá quem sai da área são os vizinhos: melhor dormir em casa de parente.

Amsterdã perde para o fluxo da Marcone. Rodinhas de maconha, gente se trancando nos carros para cheirar cocaína e vários manos com a garrafinha do bico verde. Mil grau. Quem exagera no lança-perfume passa mal, com tremedeira e palpitação, encolhido na calçada. O menu de bebidas ruins para os fígados iniciantes é vasto. Tem “danoninho”, mistura de vinho químico com leite condensado. Vai um drink de catuaba com energético? E quem quer arriscar pode tentar um “tang-uh”, caipirinha com suco em pó. Os carros abrem o porta-mala e viram botecos, com a luz de LED iluminando as garrafas de uísque batizado e da vodca genérica.

O teto é o céu, a pista é o asfalto, e não há camarote entre os barracos e lajes das proximidades. Quem chega motorizado ergue garrafas de Red Label como se fossem troféus. Os carros e motos abrem espaço entre o empurra-empurra, e os pilotos se exibem, acreditando no ditado local “quem tem motor faz amor”. Bate-bocas e tretas surgem da muvuca, mas a maioria  curte gostosinho. Alguns moleques rodopiam guarda-chuvas para sinalizar onde está o bonde e para refrescar as funkeiras que requebram até o chão. O fluxo é a mais barata e, muitas vezes, a única diversão na quebrada. É noix, men.

O esquema é o seguinte: um grupo de adolescentes se junta a um adulto, que fica encarregado de alugar uma mansão ou um galpão e comprar as bebidas. A pivetada entra com o carisma, a rede de contato e o trabalho de promoter da festa. Até o ano passado, o lucro era de R$ 15 mil por noitada. Mas a concorrência entre os bailes e a crise econômica do país obrigaram a fusão desses empreendedores da balada ilegal. O lucro caiu para, no máximo, R$ 10 mil, divididos agora entre mais “famosinhos do Facebook” e seus sócios “de maior”. Assim funciona as House Parties. 

A HP é o terror dos pais de adolescentes. Muitos nem sabem que os filhos vão nessas festas nada caseiras. Acham que os pimpolhos estão seguros em alguma casa de amigo. Os pais que descobrem o local se assombram com o que veem do lado de fora, para onde são expulsos os PTzões, quem deu “perda total”, cambaleando e vomitando. As HPs bombaram graças às redes sociais, mas as denúncias de pais e vizinhos embaçaram para o lado delas.

Na estratégia para sobreviver, essas baladas sofrem mutação. Uma delas é a Pool Party. Em sítios alugados, a balada na piscina atrai porque acontece de dia, com pouca roupa e em local menos vigiado pelas autoridades. No flyer e no ingresso da festa, não tem endereço, só o nome da estação de metrô de onde saem as vans. Esses eventos são cheios de regras, a maioria para evitar brigas, superlotação e ações legais para os organizadores. Mas o álcool é liberado para a molecada - algumas avisam para levar documento porque a bebida é para “maiores de 14 anos”. Será que os tequileros, com suas pistolas etílicas, pedem o RG antes de disparar seus jatos entorpecentes? A função da juventude é escandalizar e atualizar os velhos em suas poltronas. É de lei. E com as HPs, é fácil.

Meia-noite. O bonde do fluxo nem encostou, mas outro tipo de baladeiro já voltou para o conforto de seu lar. As matinês vão, no máximo, até as 23h. No lugar do álcool, outro subproduto da cana impera por lá: o açúcar. Refrigerante, sorvete, pirulito e açaí à vontade garantem a energia para a pista. Já o som e o figurino são os mesmos dos outros rolês. As novinhas estão uniformizadas com shortinho jeans de cintura alta e tops colados e cavados. Os moleques se vestem de bermuda, camiseta, boné e tênis, mais preocupados em ostentar os logos das marcas.

A música é a dos funkeiros infanto-juvenis, com suas letras do mais puro humor escatológico típico da idade, cheia de palavrões e descrições pornôs. As meninas dançam em rodinha. Os meninos rondam a pista em caravana. Dois deles sobem no palco, levantam as camisetas e começam a rebolar ao ritmo do pancadão. Vários blackouts são programados durante a matinê para estimular a pegação. “A gente vem mesmo pra ficar com os meninos e beijar muito.”Quem fala é Jéssica Galdino, 14.

Os pais levam e trazem. Muitos esperam na outra calçada até os rebentos atravessarem as longas filas e entrarem. Os mais cautelosos até visitam a balada - são os únicos adultos com permissão para isso, fora os funcionários. A adolescência é uma invenção do século passado, com limites que variaram ao longo do tempo. É época de mudanças, descobertas, proibições, complexos e dilemas. Pela lei,  pode-se trabalhar e votar,  mas não pode entrar em festas noturnas, beber álcool e dirigir carros. O adolescente transita entre as condições de inimputável e “relativamente incapaz”. Para os pais vigilantes, eles estão em um período de liberdade vigiada, quando não de cárcere privado. É osso!

Na fila de entrada da matinê LGBT não tem pai na espera. Os meninos também não querem aparecer na foto ou dar nome na entrevista. A maioria não saiu do armário e não quer fazer isso em uma reportagem.Uma drag queen que se apresenta ali passa e brinca: “Seu pai sabe que você está aqui, menino?

Como em algumas matinês héteros, os adultos também entram e ganham pulseira para poder consumir bebidas alcoólicas. Os menores, de 14 a 17 anos, tem entrada VIP até as 17h. Os maiores pagam R$ 10 pela entrada. O cenário é o Largo do Arouche, tradicional reduto gay em São Paulo. A balada é a Freedom Club.

Dentro, há alguns trintões e quarentões que ficam de canto, cerveja em punho. Lobos solitários, eles não avançam nos grupos de jovens. Mas, quando um menino passa perto, eles tentam chamar atenção, puxando o braço, pegando na bunda ou assoprando. Alguns tentam atrair o jovem oferecendo bebida, mas os funcionários ficam de olho e dão bronca. 

Vai vendo: em 2013, um passeio de shopping gerou grande mobilização policial, ações judiciais, assédio de partidos políticos e até uma reunião ministerial.O barato foi louco. Os rolezinhos viraram tema nacional em um ano marcado pela mobilização nas ruas. Seria um protesto dos jovens de periferia contra a sociedade de consumo? Nada disso. Eles só queriam se divertir. Os rolês existiam antes e continuaram. O shopping Tucuruvi (zona norte paulistana) foi palco de um em março último.

Tanto os jovens quanto a administração do shopping souberam pelo Facebook do encontro. Um pelotão de seguranças pedia RG na entrada. Só entrava quem estava com os pais ou tinha ingressos para o cinema. Os barrados se aglomeravam e discutiam com os seguranças. Mas alguns grupos conseguiram entrar e perambular pelos corredores. Poucos conseguiram paquerar, como era a intenção. Já nos parques, o clima é mais tranquilo, mais favorável.  

No Ibirapuera, tem dois tipos de rolezinho por fim de semana. Na movimentada marquise, os grupos se reúnem à luz do dia para dançar funk a todo volume, fumar narguilé, tomar uma e ficar com alguém. Já na área apelidada como bananal, o rolê é bem mais escondido e começa depois que o sol sai fora. A mata densa e a escuridão garantem uma espécie de “dark room municipal” .O barulho dos grilos é interrompido pelos gritos que mais parecem saídos de feira livre: “gayyyy”, “lésbicaaaa”, “héteroooo” e “biiiii”. Sem ver nada, cada um anuncia sua preferência. Os seguranças privados repreendem verbalmente os mais afoitos. A Guarda Civil joga luz do giroflex e toca sirene para atrapalhar aquela intimidade coletiva. Casais instantâneos saem de um bambuzal ajeitando as roupas. Às vezes, juntos. Outras, separados.

“Eles querem vender a mercadoria deles. Não vão pedir RG pra ninguém”. Amanda sabe o segredo de onde achar álcool sem fiscalização: os isopores dos vendedores ambulantes. Ela tem 18 anos, mas desde os 15 frequenta a noite na rua Augusta, região boêmia de São Paulo. Outra dica para pular de fase nesse game é usar RG falso nas casas noturnas. “Eu ficava me cagando na fila, mas sempre entrei. Pegava o documento de alguma amiga mais velha e metia as caras.”

O tédio adolescente também é um nicho para o mercado. E copiar manias norte-americanas é uma receita de sucesso. Um exemplo são os serviços de Bus Party. Por preços que variam de R$ 2.000 a R$ 4.000, se contrata festas de três horas, com direito a DJ, iluminação, petiscos e bebidas (sem álcool). As empresas confirmam que 50% dos aluguéis são para clientes de 10 a 15 anos, com muitos bailes de debutantes rolando nesse buffet juvenil sobre rodas. Com o busão a 10 km/h, a meninada vê pela janela a vida noturna nos bares e calçadas que os esperam no futuro. Depois, desembarcam de volta para seus pais.Suave na nave!

Outra opção importada são as festas em limousine. Mas o público alvo são as meninas até 15 anos de classe média e alta. Em sua idealização da vida adulta, o carro espichado é a carruagem da princesa. O aluguel por duas horas custa R$ 1.250 no fim de semana. É uma ostentação maior que empinar uma Hornet ou cantar pneu de um Camaro no fluxo.

Entre festas proibidas, comportadas e importadas, os adolescentes se jogam nas diversões noturnas e fantasiam as vantagens da vida adulta, como se não houvesse amanhã. Mas o amanhã chega, e logo eles vão se despedir desse tipo de festa e da juventude. Bora lá.

bus party

As denúncias apresentadas pelos trabalhadores(as) indicam diversos problemas gerados pela direção da empresa, relacionados ao não cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho, da legislação trabalhista (CLT) e do Anexo II da NR 17, que lesam direitos e as condições de trabalho.

Direitos-SiteDe acordo com as diversas reclamações recebidas, a empresa vem ignorando as normas estabelecidas em Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e da NR 17, desrespeitando direitos da categoria e as condições mínimas exigidas para o exercício da função.

Um dos problemas está nas férias de cerca de 60 (sessenta) trabalhadores, que receberam valores iguais, embora tenham tido comissões diferentes. O 13º salário também foi pago fora do prazo legal, e os trabalhadores alegam que a base de cálculo e média utilizada pela empresa estão incorretas.

Os trabalhadores(as) questionam também a alteração de trabalho "receptivo" para "ativo", sem realização de nenhum treinamento. O pagamento dos valores de VT (vale transporte) e VR (vale refeição) de 02 (dois) em 02 (dois) dias.

Para resolver as questões levantadas o Sindicato requereu Mesa Redonda de Negociação com a Diretoria da empresa AUDAC para o dia 28 de abril, Às 11h00.

O objetivo é obter esclarecimentos quanto às reclamações apresentadas e exigir que a empresa assuma o compromisso de adequar suas atividades à legislação trabalhista e à Convenção Coletiva. Do contrário o Sindicato encaminhará pedido de fiscalização ao Ministério do Trabalho, mobilizará os trabalhadores para exigir seus direitos e encaminhará processos trabalhistas!

Marcisio-OpiniaoMais do que lavar a alma, o que estava em processo na votação na Câmara dos Deputados  era a verdadeira prova de que nosso voto tem real importância e consequência, e que se não atentarmos a isso, continuaremos a sofrer nas mãos de canalhas.

Apesar do lado vencedor da peleja do domingo, que não era o meu, que insisto em acreditar que NÃO IRIA TER GOLPE, o simples fato de estar em curso um ataque à democracia da maneira como presenciamos, numa Câmara que devia estar a zelar pelo bem estar do povo, mas que reflete um conservadorismo estrondoso, já é um sinal muito negativo.

O fato é que estes que estão atuando nessa novela só tem prejudicado, ainda mais, o país e o povo na retomada do rumo das melhorias, principalmente na área econômica. 

Enquanto deveriam estar pensando em formas de equacionar esta crise que assola milhares de famílias, ficam numa picuinha sem fim, na trilha do tudo pelo poder.

E nesse jogo, o maior prejudicado somos nós, que depositamos nossos votos em quem deveria buscar nossa melhoria de vida, mas estão pouco se lixando para mim, ou você, que através do voto (in)consciente, displicente ou desatento, os colocamos lá!!!

Então quer dizer que elegemos nossos próprios algozes?!!

Nem todos, mas pela imensa bancada conservadora, hipócrita, xenófoba e golpista que aí está, a grande maioria, sim!!!

Reflita sobre isso, pois em outubro tem mais...
...e a repensar no circo de horrores, que se apresentou neste 17/04/16, se os erros se repetirem, não adianta reclamar.

Afinal, voto tem consequência, sim!!!

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