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A rede de fast food McDonald's foi alvo de protestos em São Paulo no dia 14 de abril.

MacdonaldsDe acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Restaurante, que organizou a mobilização, o ato faz parte de uma campanha mundial contra  desrespeito a direitos trabalhistas, como acúmulo de função, falta de equipamentos de proteção individual, assédio moral e salários inferiores ao mínimo. 

Houve protestos também em outros países, como França e Estados Unidos.

Passeata na avenida Paulista

A concentração do protesto em São Paulo começou por volta de 10h no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo), e seguiu em passeata em direção à praça Ramos de Azevedo, no Centro, onde há uma lanchonete da rede.

O ex-funcionário do McDonald's Lucas da Cruz Marques, 20, disse à Agência Brasil que trabalhou como atendente na empresa no turno da madrugada. Ele afirmou que acumulava outras funções, como recebimento de cargas e manuseio de produtos químicos, por vezes sem equipamento de proteção adequado. "Ficava até duas horas numa câmara fria, usando só um jaleco."

Marques diz, ainda, que o intervalo durante a jornada de trabalho não era respeitado e que alguns funcionários recebiam salário abaixo do mínimo. "A gente tinha que comer um lanche sem cumprir uma hora de almoço; eram 15 minutos. Mas batia a marcação como se tivesse descansado por uma hora", disse.

Rafael Costa da Silva, 27, disse que trabalhou por 5 anos no McDonald's e que chegou ao cargo de gerente. Ele afirma ter ficado doente em razão do descumprimento de normas trabalhistas. "Quando fazia o fechamento, mexia na chapa quente, fazia troca de óleo, sem o equipamento necessário. As botas não tinham uma limpeza correta e escorregavam. O casaco da câmara fria, de menos 21 graus, fedia. O gerente me pedia para entrar na câmara, não tinha tempo para pôr o casaco, eu colocava só um jaleco quente da chapa e entrava. Tive princípio de pneumonia", disse.

Fonte: UOL

 

Confira opções de tratamento gratuito para dependentes químicos

Crack 1-450x323Dois anos após a criação do programa Braços Abertos, o prefeito Fernando Haddad publicou em sua conta no Facebook: "88% dos beneficiários do De Braços Abertos diminuem uso do crack, apesar da presença contínua de traficantes na Luz". A ideia agora, segundo a gestão, visa distanciar os usuários da região, evitando o contato com o tráfico de drogas na Cracolândia. 
 
Com sua proposta de redução de danos, onde o dependente é incentivado a diminuir gradativamente o consumo, por meio da oferta de emprego e renda, o projeto dá início a mais uma etapa: distanciar cada vez mais as pessoas do local de consumo.
Hoje, 498 pessoas (incluindo 32 filhos de usuários) fazem parte do projeto de recuperação, que recebem moradia em hotéis no centro da cidade e também na zona norte.
 
Entre os espaços cedidos pela prefeitura dois encontram-se exatamente na Cracolândia, o que motivou a rearticulação do projeto, como frisou o secretário municipal de segurança urbana, Benedito Domingos Mariana, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. "Estar muito próximo do fluxo não contribui para o processo de redução". Confira a matéria na íntegra. 
 
Destacamos também iniciativas que oferecem tratamento a dependentes químicos: 
 

A União Geral dos Trabalhadores (UGT) iniciou no dia 10 de abril, na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, a IV Conferência de Gênero, Raça e Juventude da Central. O evento, que reúne sindicalistas e militantes do setor de diversos estados da federação busca debater o que, ao longo dos anos, já foi conquistado, fazer um balanço dos problemas ainda existentes e fortalecer as questões de gênero, raça e juventude nas secretarias ugetistas. O Sintratel está representado na Conferência pela sua Diretora Valmira Luzia da Silva e pela assessora Thaynnã Goes.

Ricardo Patah, presidente nacional da UGT discursou na abertura da Conferência, ressaltando que esta é uma Central que tem como princípio básico de sua luta, a inclusão social e o combate, irrefutável, a todo o tipo de preconceito e discriminação. Enfatizando também a importância dos jovens, dos negros e das mulheres no mercado de trabalho e que a conferência é um momento de debate e reflexão, construção de propostas e fortalecimento ugetista em prol das reivindicações do setor.

Ana Cristina, secretária de Assuntos da Diversidade Humana da UGT explicou que a realização da Conferência é um marco que define propostas ugetistas ligadas à raça, gênero e juventude. Que é um momento especial para a central e para toda sua militância, pois este espaço é todo dedicado para a discussão de temas tão específicos e tão importantes para a Secretária.

A IV Conferência segue até 14 de abril, com a realização de debates e palestras.

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Enquanto você só houve a imprensa falar em impeachment, o parlamento tenta retirar seus direitos.

Conheça 55 ameaças em tramitação no Congresso Nacional.

O Brasil passa por um período sombrio, com um governo e uma oposição ruins e, provavelmente, o piorCongresso Nacional de todos os tempos. Neste momento o parlamento está aprovando leis que retiram, à luz do dia, direitos de trabalhadores, mulheres, populações tradicionais, minorias.

A assessoria do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) realizou um levantamento das principais matérias tramitando no Congresso Nacional que, segundo a instituição, são uma ameaça à democracia e aos direitos conquistados ao longo de nossa história.

Muitas delas têm sido vendidas aos cidadãos como instrumentos para o desenvolvimento, como pontes para o futuro. Quando, na verdade, não são nada além de um túnel direto ao passado.

Parlamento

Segue a lista, com os números das proposições para você acompanhar no site daCâmara dos Deputados e do Senado Federal:

a) Você, trabalhador e trabalhadora

1.Regulamentação da terceirização sem limite permitindo a precarização das relações de trabalho
(PL 4302/1998
– Câmara,PLC 30/2015– Senado,PLS 87/2010– Senado)

2.Redução da idade para início da atividade laboral de 16 para 14 anos
(PEC 18/2011
– Câmara);

3.Instituição do Acordo extrajudicial de trabalho permitindo a negociação direta entre empregado e empregador (PL 427/2015– Câmara);

4.Impedimento do empregado demitido de reclamar na Justiça do Trabalho
(PL 948/2011
– Câmara ePL 7549/2014– Câmara);

5.Suspensão de contrato de trabalho
(PL 1875/2015
– Câmara);

6.Prevalência do negociado sobre o legislado nas relações trabalhistas
(PL 4193/2012
– Câmara);

7.Prevalência das Convenções Coletivas do Trabalho sobre as Instruções Normativas do Ministério do Trabalho
(PL 7341/2014
– Câmara);

8.Livre estimulação das relações trabalhistas entre trabalhador e empregador sem a participação do sindicato
(PL 8294/2014
– Câmara);

9.Regulamentação do trabalho intermitente por dia ou hora
(PL 3785/2012
– Câmara);

10.Estabelecimento do Código de Trabalho
(PL 1463/2011
– Câmara);

11.Redução da jornada com redução de salários
(PL 5019/2009
– Câmara);

12.Vedação da ultratividade das convenções ou acordos coletivos
(PL 6411/2013
– Câmara);

13.Criação de consórcio de empregadores urbanos para contratação de trabalhadores
(PL 6906/2013
– Câmara);

14.Regulamentação da emenda constitucional 81/2014, do trabalho escravo, com supressão da jornada exaustiva e trabalho degradante das penalidades previstas no Código Penal
(PL 3842/2012
– Câmara,PL 5016/2005– Câmara ePLS 432/2013– Senado);

15.Estabelecimento do Simples Trabalhista criando outra categoria de trabalhador com menos direitos
(PL 450/2015
– Câmara);

16.Extinção da multa de 10% por demissão sem justa causa
(PLP 51/2007
– Câmara ePLS 550/2015– Senado);

17.Susta a Norma Regulamenta 12 sobre Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos
(PDC 1408/2013
– Câmara ePDS 43/2015– Senado);

18.Execução trabalhista e aplicação do princípio da desconsideração da personalidade jurídica
(PL 5140/2005
– Câmara);

19.Deslocamento do empregado até o local de trabalho e o seu retorno não integra a jornada de trabalho
(PL 2409/2011
– Câmara);

20.Susta Norma Regulamentadora 15, do Ministério do Trabalho, que regula as atividades de trabalhadores sob céu aberto
(PDC 1358/2013
– Câmara);

21.Susta as Instruções Normativas 114/2014 e 18/2014, do Ministério do Trabalho, que disciplinam a fiscalização do trabalho temporário
(PDC 1615/2014
– Câmara);

22.Estabelecimento da jornada flexível de trabalho
(PL 2820/2015
– Câmara ePL 726/2015– Câmara);

23.Estabelecimento do trabalho de curta duração
(PL 3342/2015
– Câmara);

24.Transferência da competência para julgar acidente de trabalho nas autarquias e empresas públicas para a Justiça Federal
(PEC 127/2015
– Senado);

25.Aplicação do Processo do Trabalho, de forma subsidiária, as regras do Código de Processo Civil
(PL 3871/2015
– Câmara);

26.Reforma da execução trabalhista
(PL 3146/2015
– Câmara).

b) O petróleo é nosso?




27.
Fim da exclusividade da Petrobras na exploração do pré-sal
(PL 6726/2013
– Câmara);

28.Estabelecimento de que a exploração do pré-sal seja feita sob o regime de concessão
(PL 6726/2013);

c) Gestão da coisa pública

29.Estabelecimento de independência do Banco Central
(PEC 43/2015– Senado);

30.Privatização de todas as empresas públicas
(PLS 555/2015– Senado);

31. Proibição de indicar dirigente sindical para conselheiros dos fundos de pensão públicos
(PLS 388/2015– Senado);

d) Garantia do mínimo de dignidade

32.Estabelecimento do Código de Mineração
(PL 37/2011
– Câmara);

33.Demarcação de terras indígenas
(PEC 215/2000);

34.Cancelamento da política de Participação Social
(PDS 147/2014
– Senado);

35.Alteração do Código Penal sobre a questão do aborto, criminalizando ainda mais as mulheres e profissionais de saúde
(PL 5069/2013
– Câmara);

36.Retirada do texto das políticas públicas do termo “gênero” e instituição do Tratado de San José como balizador das políticas públicas para as mulheres. É um total retrocesso para todo ciclo das políticas
(MPV 696/2015
– Senado);

37. Instituição do Estatuto do Nascituro – provavelmente maior ameaça aos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. Seria concretizada a criminalização generalizada das mulheres, inviabilizando, inclusive, o aborto previsto no Código Penal
(PL 478/2007
– Câmara);

38.Instituição do Estatuto da Família – retrocesso para grupos LGTBs e mulheres: não reconhecimento como família – ficam fora do alcance de políticas do Estado
(PL 6583/2013 – Câmara);

39.Redução da maioridade penal
(PEC 115/2015 – Senado);

40.Flexibilização do Estatuto do Desarmamento
(PL 3722/2012 – Câmara);

41.Estabelecimento de normas gerais para a contratação de parceria público-privada para a construção e administração de estabelecimentos penais
(PLS 513/2011 –Senado);

42.Aumento do tempo de internação de adolescentes no sistema socioeducativo
(PLS 2517/2015 – Senado);
43.
Atribuição à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania do exame do mérito das Propostas de Emenda à Constituição (PEC), acabando com as comissões especiais
(PRC 191/2009 – Câmara);
44.
Alteração da Constituição para que entidades de cunho religioso possam propor Ações de Constitucionalidade perante oSTF
(PEC 99/2001 – Câmara).

e) Concentração de terra e questões agrárias

45.Substitutivo apresentado na CAPADR estabelece a inexigibilidade do cumprimento simultâneo dos requisitos de “utilização da terra” e de “eficiência na exploração” para comprovação da produtividade da propriedade rural
(PL 5288/2009 – Câmara);

46.Alteração da Lei 5.889/1973, que estatui normas reguladoras do trabalho rural, e a Lei 10.101/2000, que dispõe sobre a participação dos trabalhadores no lucro ou resultados da empresa, visando a sua adequação e modernização
(PLS 208/2012 – Senado);

47.Alteração da Lei no 1.079/1950, para definir como crime de responsabilidade de governador de Estado a recusa ao cumprimento de decisão judicial de reintegração de posse
(PLS 251/2010 – Senado);

48. Alteração da Lei 8.629/1993, para dispor sobre a fixação e o ajuste dos parâmetros, índices e indicadores de produtividade
(PLS 107/2011 – Senado);

49.Regulamentação da compra de terra por estrangeiros
(PL 4059/2012 – Câmara e PL 2269/2007 – Câmara);

50.Alteração da Lei de Biossegurança para liberar os produtores de alimentos de informar ao consumidor sobre a presença de componentes transgênicos quando esta se der em porcentagem inferior a 1% da composição total do produto alimentício
(PLC 34/2015 – Senado).

f) Direitos do serviço público

51.Dispensa do servidor público por insuficiência de desempenho
(PLP 248/1998 – Câmara);

52.Instituição de limite de despesa com pessoal
(PLP 1/2007 – Câmara);

53.Criação do Estatuto das Fundações Estatais
(PLP 92/2007 – Câmara);

54.Regulamentação e retirada do direito de greve dos servidores
(PLS 710/2011 – Senado; PLS 327/2014 – Senado; e PL 4497/2001 – Câmara); e

55.Extinção do abono de permanência para o servidor público
(PEC 139/2015 – Câmara).

Para o líder cubano, 'palavras melosas' de presidente norte-americano desconsideram histórico de agressões dos EUA à ilha nos últimos 50 anos

Em artigo publicado pela imprensa cubana, o líder cubano Fidel Castro comentou as declarações do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante sua histórica visita a Cuba, realizada na última semana de março.

fidelmandelaNo texto, intitulado “O irmão Obama”, Fidel reflete sobre a história das relações entre os dois países nos últimos 60 anos e critica as “palavras melosas” do presidente norte-americano em seu discurso realizado no Gran Teatro Alicia Alonso, em Havana.

Segundo Fidel, as declarações de Obama em prol de “esquecer o passado e olhar para o futuro” desconsideram o histórico de agressões dos EUA contra Cuba. “Depois de um bloqueio desapiedado que já dura quase 60 anos, e os que morreram nos ataques mercenários a barcos e portos cubanos, um avião comercial repleto de passageiros que explodiu em pleno voo, invasões mercenárias, múltiplos atos de violência e de força?”, questiona o líder cubano.

Fidel diz ter esperado uma “conduta correta” de Obama em Cuba, já que a “origem humilde” e a “inteligência natural” do presidente norte-americano “são evidentes”. Porém, diz o líder cubano, Obama falhou em não mencionar os povos nativos das Américas ao ressaltar a história compartilhada de Cuba e EUA com relação à escravidão dos povos africanos, tragédia formadora dos dois países.

Fidel também chama a atenção para o papel da Revolução Cubana na mitigação do racismo na ilha, assim como o auxílio às lutas de independência de países africanos como Angola, Moçambique e Guiné Bissau contra o “domínio colonial fascista de Portugal”.

“Que ninguém tenha a ilusão de que o povo deste nobre e abnegado país renunciará à glória e aos direitos, e à riqueza espiritual que ganhou com o desenvolvimento da educação, da ciência e da cultura”, escreve Fidel sobre os termos da reaproximação entre Cuba e EUA, anunciada em dezembro de 2014 pelos governos dos dois países após 53 anos de ruptura.

“Advirto ademais que somos capazes de produzir os alimentos e as riquezas materiais de que necessitamos com o esforço e a inteligência de nosso povo. Não necessitamos que o império nos dê nada de presente. Nossos esforços serão legais e pacíficos, porque é nosso o compromisso com a paz e a fraternidade de todos os seres humanos que vivemos neste planeta”, conclui Fidel.

 

Leia abaixo a íntegra do artigo de Fidel Castro sobre a visita de Obama, traduzido para o português:

O irmão Obama

Os reis da Espanha nos trouxeram os conquistadores e donos, cujas impressões digitais ficaram nas faixas de terra entregues aos buscadores de ouro nas areias dos rios, uma forma abusiva e sufocante de exploração cujos vestígios se podem ver desde o ar em muitos lugares do país.

O turismo hoje, em grande parte, consiste em mostrar as delícias das paisagens e saborear os excelentes alimentos de nossos mares, e sempre que se compartilhe com o capital privado das grandes corporações estrangeiras, cujos lucros, se não atingem bilhões de dólares per capita, não são dignos de nenhuma atenção.

Já que me vi obrigado a mencionar o tema, devo acrescentar, principalmente para os jovens, que poucas pessoas se dão conta da importância de tal condição neste momento singular da história humana. Não direi que o tempo se perdeu, mas não vacilo em afirmar que não estamos suficientemente informados, nem vocês nem nós, dos conhecimentos e das consciências que deveríamos ter para enfrentar as realidades que nos desafiam. O primeiro a levar em conta é que nossas vidas são uma fração histórica de segundo, que ademais há que compartilhar com as necessidades vitais de todo ser humano. Uma das características deste é a tendência à supervalorização de seu papel, o que contrasta por outro lado com o número extraordinário de pessoas que encarnam os sonhos mais elevados.

Contudo, ninguém é bom ou mau por si mesmo. Nenhum de nós está desenhado para o papel que deve assumir na sociedade revolucionária. Em parte, os cubanos tivemos o privilégio de contar com o exemplo de José Martí. Pergunto-me inclusive se ele tinha que cair ou não em Dois Rios, quando disse “para mim é chegada a hora”, e fez carga contra as forças espanholas entrincheiradas em uma sólida linha de fogo. Não queria regressar aos Estados Unidos e não havia quem o fizesse regressar. Alguém arrancou algumas folhas de seu diário. Quem tem essa pérfida culpa, que foi sem dúvida obra de algum intrigante inescrupuloso? Conhecem-se as diferenças entre os chefes, mas jamais indisciplinas. “Quem tentar apropriar-se de Cuba recolherá o pó de seu solo afogado em sangue, se não perecer na luta”, declarou o glorioso líder negro Antonio Maceo. Reconhece-se igualmente em Máximo Gómez, o chefe militar mais disciplinado e discreto de nossa história.

Olhando a partir de outro ângulo, como não admirar-se com a indignação de Bonifácio Byrne quando, desde a distante embarcação que o trazia de volta a Cuba, ao divisar outra bandeira junto à da estrela solitária, declarou: “Minha bandeira é aquela que jamais foi mercenária…”, para acrescentar de imediato uma das mais belas frases que jamais escutei: “Mesmo que desfeita em pequenos pedaços, é minha bandeira … nossos mortos alçando os braços ainda saberão defendê-la!…”. Tampouco esquecerei as acesas palavras de Camilo Cienfuegos naquela noite, quando a várias dezenas de metros bazucas e metralhadoras de origem norte-americana, em mãos contrarrevolucionárias, apontavam para o terraço em que estávamos. Obama nasceu em agosto de 1961, como ele mesmo explicou. Mais de meio século transcorreria desde aquele momento.

Vejamos, contudo, como pensa hoje nosso o ilustre visitante:

“Vim aqui para deixar para trás os últimos vestígios da Guerra Fria nas Américas. Vim aqui estendendo a mão de amizade ao povo cubano”.

De imediato um dilúvio de conceitos, inteiramente novos para a maioria de nós:

“Ambos vivemos em um novo mundo colonizado por europeus”. Prosseguiu o presidente norte-americano. “Cuba, assim como os Estados Unidos, foi constituída por escravos trazidos da África; igualmente aos Estados Unidos, o povo cubano tem heranças em escravos e escravistas”.

As populações nativas não existem em absoluto na mente de Obama. Tampouco diz que a discriminação racial foi varrida pela Revolução; que a aposentadoria e o salário de todos os cubanos foram decretados por esta antes que o senhor Barack Obama completasse 10 anos. O odioso costume burguês e racista de contratar esbirros para que os cidadãos negros fossem expulsos de centros de recreação foi varrido pela Revolução Cubana. Esta passaria à história pela batalha que lutou em Angola contra o apartheid, pondo fim à presença de armas nucleares em um continente de mais de um bilhão de habitantes. Não era esse o objetivo de nossa solidariedade, mas ajudar os povos de Angola, Moçambique, Guiné Bissau e outros do domínio colonial fascista de Portugal.

Em 1961, apenas um ano e três meses depois do triunfo da Revolução, uma força mercenária com canhões e infantaria blindada, equipada com aviões, foi treinada e acompanhada por barcos de guerra e porta-aviões dos Estados Unidos, atacando de surpresa nosso país. Nada poderá justificar aquele traiçoeiro ataque que custou a nosso país centenas de baixas entre mortos e feridos. Da brigada de assalto pró-ianque, em nenhuma parte consta que se tivesse podido evacuar um só mercenário. Aviões ianques de combate foram apresentados ante as Nações Unidas como equipamentos cubanos sublevados.

É sobejamente conhecida a experiência militar e o poderio desse país. Na África creram igualmente que Cuba revolucionária seria facilmente posta fora de combate. O ataque pelo Sul de Angola por parte das brigadas motorizadas da África do Sul racista as leva até as proximidades de Luanda, a capital angolana. Ali se inicia uma luta que se prolongou não menos de 15 anos. Não falaria disto, a menos que tivesse o dever elementar de responder ao discurso de Obama no Gran Teatro Havana de Alicia Alonso.

Não tentarei tampouco dar detalhes, apenas enfatizar que ali se escreveu uma página honrosa da luta pela libertação do ser humano. De certa forma, eu desejava que a conduta de Obama fosse correta. Sua origem humilde e sua inteligência natural eram evidentes. Mandela ficou preso por toda a vida e se converteu em um gigante da luta pela dignidade humana. Um dia chegou a minhas mãos um exemplar do livro em que se narra parte da vida de Mandela e, que surpresa!: estava prefaciado por Barack Obama. Folheei rapidamente. Era incrível o tamanho da minúscula letra de Mandela precisando dados. Vale a pena ter conhecido homens como aquele.

Sobre o episódio da África do Sul devo assinalar outra experiência. Eu estava realmente interessado em conhecer mais detalhes sobre a forma com que os sul-africanos tinham adquirido as armas nucleares. Tinha apenas a informação muito precisa de que não passavam de 10 ou 12 bombas. Uma fonte segura seria o professor e pesquisador Piero Gleijeses, que havia redigido o texto de “Missões em conflito: Havana, Washington e África 1959-1976”; um trabalho excelente. Eu sabia que ele era a fonte mais segura do ocorrido e assim me comuniquei com ele; respondeu-me que não tinha mais falado do assunto, porque no texto tinha respondido às perguntas do companheiro Jorge Risquet, que fora embaixador ou colaborador cubano em Angola, muito amigo seu. Localizei Risquet; já em outras importantes ocupações, estava terminando um curso do qual lhe faltavam várias semanas. Essa tarefa coincidiu com uma viagem bastante recente de Piero a nosso país; eu havia avisado que Risquet já tinha certa idade e sua saúde não era ótima. Poucos dias depois ocorreu o que eu temia. Risquet piorou e faleceu. Quando Piero chegou não havia nada a fazer, exceto promessas, mas eu já havia obtido a informação sobre o que se relacionava com essa arma e a ajuda que a África do Sul racista tinha recebido de Reagan e Israel.

Não sei o que Obama terá a dizer agora sobre esta história. Ignoro se sabia ou não, embora seja muito duvidoso que não soubesse absolutamente nada. Minha modesta sugestão é que reflita e não trate agora de elaborar teorias sobre a política cubana.

Há uma questão importante:

Obama pronunciou um discurso em que utiliza as palavras mais adocicadas para expressar: “Já é hora de esquecermos o passado, deixemos o passado, miremos o futuro, miremo-lo juntos, um futuro de esperança. E não vai ser fácil, haverá desafios, e vamos dar tempo a estes; mas minha estada aqui me dá mais esperanças do que podemos fazer juntos como amigos, como família, como vizinhos, juntos”.

Supõe-se que cada um de nós corria o risco de um infarto ao escutar estas palavras do presidente dos Estados Unidos. Depois de um bloqueio desapiedado que já dura quase 60 anos, e os que morreram nos ataques mercenários a barcos e portos cubanos, um avião comercial repleto de passageiros que explodiu em pleno voo, invasões mercenárias, múltiplos atos de violência e de força?

Que ninguém tenha a ilusão de que o povo deste nobre e abnegado país renunciará à glória e aos direitos, e à riqueza espiritual que ganhou com o desenvolvimento da educação, da ciência e da cultura.

Advirto ademais que somos capazes de produzir os alimentos e as riquezas materiais de que necessitamos com o esforço e a inteligência de nosso povo. Não necessitamos que o império nos dê nada de presente. Nossos esforços serão legais e pacíficos, porque é nosso o compromisso com a paz e a fraternidade de todos os seres humanos que vivemos neste planeta.

Fidel Castro Ruz, 27 de março de 2016, às 22h25.

Tradução para o português de José Reinaldo Carvalho, para o site Resistência.

usp logo-910x636A Universidade de São Paulo (USP) manteve a liderança e é novamente a instituição brasileira mais bem avaliada do Ranking Universitário Folha (RUF), em 2015. Outras 191 universidades do país estão no ranking, avaliadas de acordo com cinco aspectos: pesquisa, ensino, inserção no mercado, inovação e internacionalização.

Estudar na USP, assim como nas demais instituições de ponta, pode ser mais fácil do que parece. Abaixo, listamos 10 maneiras para você aprender de graça:

1. Cursos gratuitos e on-line sobre engenharia da USP

2. USP oferece cursos gratuitos de economia

3. USP oferece curso on-line e gratuito de astronomia

4. Curso on-line para aprender libras

5. Poli-USP tem curso grátis sobre gestão e inovação

6. Coursera lança cursos gratuitos em português ministrados pela USP

7. USP oferece conteúdo on-line para aprender italiano

8. Curso de braille on-line e gratuito oferecido pela USP

9. Assista aulas da USP de graça de onde estiver

10. Baixe livros e jornais na Biblioteca Digital de obras raras da USP

Gostou das dicas?

SouthCamara-14-12-15-Site-6O Sintratel é um instrumento de luta dos trabalhadores em telemarketing, que sempre está à frente das batalhas da categoria por salários justos, trabalho digno e direitos hoje consagrados como a Convenção Coletiva de Trabalho, a jornada de 36 horas semanais e as regras definidas no Anexo II da NR 17.

A luta vitoriosa em defesa dos ex-trabalhadores da South foi mais uma prova deste perfil e da importância do Sindicato na vida dos trabalhadores e suas famílias.

A acertada ação sindical do Sintratel garantiu a esses trabalhadores o amparo necessário para resolver o grave problema gerado pela empresa.

Exploração e irresponsabilidade

A empresa South do Brasil fechou as portas no dia 04 de dezembro de 2015 sem dar maiores explicações. Deixou cerca de 900 famílias sem salários ou quaisquer direitos. O Sindicato imediatamente iniciou uma jornada de lutas que contou com ações jurídicas, políticas e sociais.

Antes de tudo, impetrou com urgência na Justiça do Trabalho um pedido de bloqueio das faturas da empresa, a liberação do FGTS dos empregados, além de requerer as baixas nas carteiras e o Seguro Desemprego.

O Sindicato também exigiu a quitação das verbas rescisórias por parte dos tomadores de serviço (SKY e Banco Santander). Afinal, a categoria tem todo direito a proteção social, e cabe aos responsáveis subsidiários (tomadores de serviços) arcar com as custas trabalhistas, previstas na legislação.

Atuação diária

Para organizar os trabalhadores, recolher documentos e encaminhar lutas para reforçar a ação na justiça, o Sintratel montou uma verdadeira força-tarefa que trabalhou até nos finais de semana para resolver os problemas criados pela irresponsabilidade da empresa.

Foram realizadas várias assembleias, com destaque para a ocorrida na Câmara Municipal de São Paulo, que reuniu centenas de trabalhadores.

Também foram realizados atos públicos no Fórum Ruy Barbosa, na Barra Funda, e no Tribunal Regional do Trabalho, na Consolação, para reforçar os pedidos de Sintratel de agilidade da justiça na tomada de decisões sobre o caso da South, principalmente sobre alvará para liberação do FGTS e do Seguro Desemprego, e responsabilização dos produtos Sky e Santander pelo pagamento das verbas rescisórias desses trabalhadores.

As inúmeras assembleias ocorreram inclusive em sábados e domingos, bem como os plantões dos dirigentes e funcionários do Sindicato para recolher documentação dos trabalhadores para o processo. Vale destacar que a comissão de ex-empregados da South teve papel fundamental ao lado do Sintratel para viabilizar esta luta.

Negociação com os produtos

Desde o começo o Sintratel procurou os produtos SKY e Santander para chamar-lhes a responsabilidade solidária e negociar o pagamento dos direitos dos trabalhadores. Afinal os trabalhadores da South prestavam serviços a eles e, de acordo com a Súmula 331 do TST, inciso IV, eles também são responsáveis por fiscalizar e honrar os pagamentos não realizados a esses trabalhadores.

O desfecho desta luta veio com a última Audiência, realizada no dia 16 de março de 2016 na Segunda Vara do Trabalho, no TRT/SP, na qual o Juiz evocou a responsabilidade subsidiária dos produtos Sky e Santander e definiu as formas de pagamento dos direitos dos trabalhadores.

Juiz elogia ação do Sintratel

No dia 29 de março, no encerramento do processo judicial, o Juiz responsável pelo julgamento fez questão de destacar o mérito do Sintratel no resultado final do caso dos ex-trabalhadores da South. Ele se reportou à Advogada do Sintratel, Camila Barbosa, destacando o empenho do corpo jurídico e dos dirigentes do Sindicato para a agilização da justiça, a responsabilização das empresas tomadoras de serviço e a liberação dos direitos dos trabalhadores. Sem esse trabalho, o processo que foi resolvido em 90 dias poderia durar anos.

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