O Conselho de Segurança da ONU realiza esta quarta-feira um debate aberto sobre pandemias e os desafios da manutenção da paz. A reunião virtual é promovida pela Indonésia, que assumiu a presidência rotativa do órgão este mês.
Entre os participantes estão o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, seu antecessor Ban Ki-moon, que representa o grupo de antigos líderes conhecido como os Elders, e vários acadêmicos.
Impactos
O encontro debate opiniões sobre o impacto da Covid-19 e discute formas de apoiar os países afetados por conflitos durante a pandemia. Em nível global, a Organização Mundial da Saúde registrou até esta terça-feira 20.120.919 casos confirmados e 736.766 mortes devido ao novo coronavírus.
O Conselho tomou como base para a reunião a Resolução 2532, de 1º de julho, exigindo o fim imediato de confrontos em todas as situações da agenda do órgão. O documento apoia o apelo global de cessar-fogo do secretário-geral para combater a pandemia.
Falando no evento, António Guterres disse que a resolução é um passo na direção certa, mas é necessário muito mais para traduzir os primeiros ganhos em ações concretas.
Para ele, o Conselho também tem um papel importante a desempenhar ao “fazer valer sua influência para um investimento na prevenção de pandemias”.
Inclusão
Guterres ressaltou que diante da Covid-19, isso significa, primeiro, que as respostas devem ser sensíveis ao conflito. Em segundo lugar, que haja inclusão nas ações humanitárias e de desenvolvimento.
Como terceiro ponto, o chefe da ONU defende que deve haver uma abordagem integrada e coerente a pandemias que consolide a paz através de uma forte colaboração entre os atores humanitários, de desenvolvimento e de paz.
Por fim, o secretário-geral destacou que é preciso flexibilidade e adaptação das atividades no contexto da pandemia às necessidades de consolidação da paz.
O secretário-geral lembrou que a Covid-19 é uma tragédia humana, mas defendeu que “é possível mitigar seus impactos pelas escolhas que são feitas”.
Repressão
Entre os efeitos da atual pandemia estão o desgaste da confiança pública, o desequilíbrio da ordem econômica global e o enfraquecimento do tecido social com protestos pacíficos em vários países respondidos com cada vez mais repressão estatal.
Para o secretário-geral, mais do que nunca “é essencial ter respostas multidimensionais, coordenadas e sensíveis ao conflito, e abordagens de toda a sociedade em tempos de pandemia”.