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Uma comissão de ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) avalia que alguns pontos da reforma trabalhista, em vigor desde o dia 11 de novembro de 2017, valem apenas para novos contratos de emprego. O parecer, que ainda será votado no plenário do Tribunal, é contrário ao entendimento do governo, que defende a mudança para todos os trabalhadores.

Os ministros argumentam que a reforma não pode retirar direitos adquiridos. Entre os pontos que, na interpretação deles, devem valer apenas para contratos novos ou repactuados a partir do dia 11 de novembro, estão: o fim do pagamento pelo tempo de deslocamento entre a casa e a empresa; e a proibição de incorporar gratificações e diárias de viagem ao salário.

O parecer faz parte da proposta de revisão de 34 súmulas do Tribunal. As súmulas são interpretações sobre temas específicos, que servem para uniformizar o entendimento dos juízes. O Estadão/Broadcast obteve parte da proposta elaborada pela Comissão de Jurisprudência do TST, onde foram sugeridas mudanças em oito súmulas. O projeto já foi distribuído aos 28 ministros da Casa, que começarão a discutir o texto no dia 6 de fevereiro.

A proposta obtida pela reportagem defende que o Tribunal deve aplicar a nova lei trabalhista apenas em contratos assinados após o dia 11 de novembro, em processos relacionados ao deslocamento entre a casa e o trabalho, às gratificações e às diárias de férias incorporadas ao salário. Se o contrato for anterior à nova lei, fica aberta a possibilidade para que o funcionário cobre da empresa na Justiça. O mesmo vale para a regra que permite a um não empregado representar a empresa na Justiça, o chamado "preposto": só vale nas ações ajuizadas após 11 de novembro.

Composta por três ministros, a Comissão argumenta que a reforma deve ser aplicada imediatamente "desde que não afete o direito adquirido do empregado ou do empregador". A interpretação é que há "direito adquirido dos atuais empregados" pela "sistemática da lei velha" para casos em que a nova legislação pode suprimir benefícios previstos em contrato anterior à mudança.

Para valer, esse entendimento precisa da aprovação de 18 ministros - dois terços do plenário. Súmulas do TST não têm efeito vinculante como em alguns casos do Supremo Tribunal Federal (STF). Ou seja, não obriga as demais instâncias a adotar o entendimento. O mundo jurídico, porém, encara uma súmula como um posicionamento sedimentado e que, por isso, influencia parte dos juízes.

Polêmica. O entendimento proposto pelo TST é oposto ao defendido pelo governo. Procurado, o Ministério do Trabalho reafirmou que a reforma vale para todos os contratos e cita como argumento a Medida Provisória 808. Assinado em novembro, o texto afirma que a reforma "se aplica, na integralidade, aos contratos de trabalho vigentes". "Ou seja, vale tanto para os novos contratos, quanto para os que já estavam vigentes", defende o Ministério.

Empregadores também criticaram o entendimento. A gerente executiva de relações do trabalho da CNI, Sylvia Lorena, avalia que o texto "não parece no caminho do princípio da própria Lei". "Seria mais adequado verificar quais súmulas não estão em consonância com a Lei e cancelá-las", diz.

Já os sindicalistas defenderam o documento. O representante escolhido pela Força Sindical para participar da sessão do TST, o advogado César Augusto de Mello, diz que o texto mostra que o Tribunal "abraçou a reforma, mas a partir do início da vigência". "A proposta delimita o alcance da reforma e deixa claro que quem tinha o direito não perderá", diz.

O presidente da comissão de direito empresarial do trabalho da OAB/SP, Horário Conde, diz que o texto pode ser uma correção de rumo após o debate considerado "rápido e simplista" no Congresso. Diante da atual formação do TST, Conde avalia que a aprovação dos textos parece ser o caminho mais provável. "Haverá resistência para tudo que retirar direitos."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O número de operações de fiscalização para a erradicação do trabalho escravo caiu 23,5% em 2017 em comparação com o ano anterior, segundo dados do Ministério do Trabalho. Foram realizadas 88 operações em 175 estabelecimentos no ano passado, contra 115 em 2016. É a menor atuação das equipes de erradicação desde 2004, quando foram feitas 78 fiscalizações.

Já o total de trabalhadores resgatados também apresentou queda em 2017. Foram 341 pessoas encontradas em situação análoga à de escravos e retiradas das frentes de trabalho, número mais baixo desde 1998 (159 resgates). Em relação a 2016, a queda foi de 61,5%

O Pará foi o estado líder das libertações no país, com 72 resgatados em 17 cidades - o que representa 21% do total de resgates do país. Minas Gerais, que liderou a lista nos últimos quatro anos, aparece em segundo lugar, com 60 resgatados em 13 cidades. Em seguida, estão Mato Grosso (55) e Maranhão (26).

O G1 solicitou os dados ao Ministério do Trabalho por meio da Lei de Acesso à Informação. Os números podem sofrer ligeiras alterações ao longo dos próximos meses, quando devem ser consolidados pela pasta.

No ano auge das operações, em 2013, foram feitas 189 fiscalizações. Além disso, o número de trabalhadores resgatados ultrapassava a marca de mil por ano desde 2001. Em 2007, por exemplo, quase 6 mil foram resgatados. Em 2016 e em 2017, porém, os registros ficaram abaixo de mil.

Considerando que o trabalho escravo é baseado em denúncias e fiscalizações, os números mais baixos não representam necessariamente uma menor incidência do crime no país.

Segundo o Ministério do Trabalho, as unidades regionais da pasta tiveram corte orçamentário nas atividades rotineiras de fiscalização, o que afetou o combate ao trabalho escravo. Quando denúncias de casos graves foram recebidas, o ministério afirma que providenciou recursos orçamentários de outras fontes para atendimento das denúncias.

A pasta também destaca que a dinâmica de exploração do trabalho tem mudado. “Há alguns anos, era comum uma operação encontrar 300 ou 500 trabalhadores em um único estabelecimento. Hoje os maiores resgates giram em torno de 40 trabalhadores. Isso se deve a contratos mais curtos, principalmente no meio rural, que dificultam a constatação da irregularidade conforme denunciado, tendo em vista o tempo de planejamento de uma operação do porte do grupo móvel.”

“Precisa ainda ser considerado os resultados do próprio trabalho da Auditoria-Fiscal do Trabalho e dos órgãos parceiros na prevenção e combate ao trabalho escravo desde 1995. As formas de exploração atuais se tornaram mais complexas, e isso tem demandado dos auditores uma atuação diferenciada.”

A pasta também destaca que a dinâmica de exploração do trabalho tem mudado. “Há alguns anos, era comum uma operação encontrar 300 ou 500 trabalhadores em um único estabelecimento. Hoje os maiores resgates giram em torno de 40 trabalhadores. Isso se deve a contratos mais curtos, principalmente no meio rural, que dificultam a constatação da irregularidade conforme denunciado, tendo em vista o tempo de planejamento de uma operação do porte do grupo móvel.”

“Precisa ainda ser considerado os resultados do próprio trabalho da Auditoria-Fiscal do Trabalho e dos órgãos parceiros na prevenção e combate ao trabalho escravo desde 1995. As formas de exploração atuais se tornaram mais complexas, e isso tem demandado dos auditores uma atuação diferenciada.

Em outubro, o governo de Michel Temer publicou uma portaria restringindo o crime de trabalho análogo à escravidão para casos em que houvesse restrição de liberdade, quando o trabalhador é impedido de deixar o trabalho porque tem uma dívida com o empregador, seus documentos estão retidos, não há transporte, entre outros motivos. Na prática, a medida dificultaria os resgates em casos de condições degradantes e jornada exaustiva.

Por causa da repercussão negativa, a ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber suspendeu a portaria. No final dezembro foi publicada uma nova portaria mantendo válidas as regras em vigor há quase 15 anos no Brasil.

Com informações do G1

A conscientização de todos os trabalhadores sobre os retrocessos que a reforma trabalhista do governo Temer traz aos direitos trabalhistas, às relações de trabalho, ao nível e à qualidade do emprego é um desafio que o Sintratel assumiu como prioridade.

A situação colocada pela reforma trabalhista impõe a necessidade dos trabalhadores fortalecerem seus Sindicatos para combater a precarização, lutar e resistir à retirada de direitos e à deterioração das condições de trabalho.

A importância de se sindicalizar e participar tornou-se muito maior!

O Sintratel também presta serviços de qualidade a seus associados, dá todo apoio e suporte necessários e oferece benefícios exclusivos para que você possa desfrutar de descontos e condições atrativas, além de poder participar do sorteios de brindes ao se sindicalizar!

 

 

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Michel Temer assinou na sexta-feira (29/12) decreto que fixa em R$ 954 o valor do salário mínimo em 2018, aumento de apenas R$ 17 em relação ao valor em vigor. Atualmente, o salário mínimo está em R$ 937. O reajuste valerá a partir de 1º de janeiro.

O reajuste do salário mínimo em 2018 é o menor em 24 anos. Também é menor do que a estimativa que havia sido aprovada pelo Congresso Nacional, de R$ 965. Com isso, o governo prevê economizar R$ 3,4 bilhões no ano que vem.

O decreto presidencial estabelece ainda que o valor diário do salário mínimo corresponderá a R$ 31,8, e o valor horário, a R$ 4,34.

O valor de R$ 954 que valerá para 2018 é só 1,81% maior que os R$ 937 do salário mínimo de 2017. Segundo o Dieese, o reajuste do salário mínimo ficou abaixo da variação do INPC neste ano, algo que não acontecia desde 2003.

Cerca de 45 milhões de pessoas no Brasil recebem salário mínimo, entre aposentados e pensionistas, cujos benefícios são, ao menos em parte, pagos pelo governo federal.

Ou seja, mais uma vez Michel Temer está tirando do bolso e da boca dos pobres para encher os cofres dos ricos!

Números oficiais mostram que o benefício de cerca de 66% dos aposentados equivale ao salário mínimo. A correção do mínimo também impacta benefícios como a RMV (Renda Mensal Vitalícia), o seguro-desemprego e o abono salarial.

O valor do salário mínimo proposto para o próximo ano ainda está distante do valor considerado como "necessário", segundo cálculo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

De acordo com o órgão, o salário mínimo "necessário" para suprir as despesas de uma família de quatro pessoas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência deveria ser de R$ 3.731,39 em novembro deste ano.

Pelo menos 11 ações diretas de inconstitucionalidade (Adins) já foram ajuizadas no Supremo Tribunal Federal (STF) contra dispositivos da reforma trabalhista (Lei nº 13.467/2017), em vigor há pouco mais de um mês.

Duas das 11 ações foram apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), antes mesmo de a norma entrar em vigor. Uma delas trata de terceirização e a outra de assistência judiciária gratuita. Há ainda outras duas, apresentadas por federações de trabalhadores, que discutem especificamente o contrato de trabalho intermitente.

Para a professora de direito do trabalho, advogada Juliana Bracks, do escritório Bracks Advogados Associados, a reforma traz contradições. A norma prevê que deve prevalecer o negociado sobre o legislado, o que deveria fortalecer a negociação sindical.

Porém, ao mesmo tempo, retira uma fonte de custeio das entidades sindicais, o que as enfraquece para exercerem a representação dos trabalhadores e a negociação com os Sindicatos patronais. "Pode dar margem para que sindicatos menores, com menos recursos, acabem aceitando migalhas e até perdas nas negociações com as empresas. É muito complicado", diz. Por isso, é preciso que os trabalhadores tenham consciência de que fortalecer seus Sindicatos é fundamental nesse momento.

Outro tema levado ao Supremo pelas federações é o trabalho intermitente (Adins 5826 e 5829). As federações de trabalhadores questionam o artigo 453 e 452-A da Lei nº 13.467/2017 e a Medida Provisória (MP) nº 808, que regulamentou o tema.

No caso do trabalho intermitente, a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas.

"Muito embora a reforma tenha previsto essa modalidade com o pretexto de ampliar a contratação em momentos de crise, o que deve proporcionar é a precarização dos contratos de trabalho, já que permite que trabalhadores recebam menos que um salário mínimo por mês", afirma Gherardi.

A previsão que institui essa nova modalidade de contratação contraria, segundo o advogado, princípios da Constituição Federal - como isonomia e igualdade - e a Lei nº 13152, de 2015, que estabelece que nenhum trabalhador deve ganhar menos que um salário mínimo. "Permitir isso é um absurdo, um retrocesso social muito grande", diz o advogado.

Segundo ele, o ministro Fachin os recebeu e reconheceu que há uma questão social envolvida e que as outras partes devem se manifestar. As ações ainda questionam o fato de a MP 808 prever que os empregados, em caso de receberem menos de um salário mínimo, deverão recolher a complementação da Previdência Social, sob o risco de perderem o benefício. "O que eles querem? Que esses trabalhadores acabem perdendo a previdência", diz Gherardi.

A pouca regulamentação sobre o trabalho intermitente, de acordo com a advogada Juliana Bracks, tem gerado muitas dúvidas. A norma diz, por exemplo, que não há pagamento de férias e 13º salário para períodos inferiores a 14 dias. Porém, não se sabe se a regra deve ser mantida se o empregador chama o trabalhador para diversos trabalhos no mês que acabem somando um período maior que o previsto na norma.

A nova lei também não esclarece, acrescenta a advogada trabalhista, se deficientes físicos ou aprendizes poderiam ser contratados como intermitentes e se eles contariam na cota a ser cumprida pelas empresas. Ou se os intermitentes devem entrar no número total de empregados para o cálculo da cota.

 

Com informações do Jornal Valor Econômico

Ele teve a cara de pau de se “esquecer” das compras de voto para se livrar de investigações judiciais e deixou claro que vai continuar agindo para roubar do porvo brasileiro pobre para encher os bolsos dos ricos – Como pode ser tão.....?

Veja texto elucidativo sobre o discurso publicado no Blog do Sakamoto:

O ano de 2017 foi difícil para muita gente. Com a aprovação da Lei da Terceirização Ampla e da Reforma Trabalhista, o governo federal e o Congresso Nacional reduziram a proteção aos trabalhadores sob a justificativa de garantir crescimento econômico. Enquanto isso, agiram para abafar qualquer tentativa de taxar dividendos recebidos de grandes empresas, cobrar impostos sobre grandes fortunas e grandes heranças e aumentar o imposto de renda dos ricos. Com isso, a conta da crise ficou nas costas dos mais pobres.

Isso sem contar os efeitos  da redução de investimentos públicos causados pela aprovação da PEC do Teto dos Gastos, no ano passado, que começaram a ser sentidos por quem depende do Estado.

Daí, quando o trabalhador e a trabalhadora pensavam que poderiam desfrutar de algum descanso, eis que surge Michel Temer, em cadeia de rádio e TV, empurrando novamente a aprovação da impopular Reforma da Previdência.

''Não é uma questão ideológica ou partidária, é uma questão do futuro do país e para garantir que os aposentados de hoje e os de amanhã possam receber suas pensões'', afirmou.

É deplorável quando políticos usam da chantagem para tentar convencer a sociedade de algo ao invés de convocarem um debate público honesto a respeito do tema. Desde o começo, o governo Temer tem usado desse expediente para passar à força uma polêmica Reforma da Previdência que não estava em nenhum programa eleito pelo voto popular e que é rechaçada pela maioria da população, de acordo com pesquisas de opinião.

De campanhas pagas pelo PMDB com imagens de cidades destruídas, passando por declarações da cúpula de governo de que as próximas gerações vão ranger os dentes e que não haverá recursos para as pensões ou de aliados afirmando que o país mergulhará num inferno sombrio de dor. O esgarçamento institucional promovido pelo processo de impeachment fez com que o Brasil trocasse o diálogo pela pura ameaça como instrumento para governar.

Como já disse aqui, por trás do discurso de combater privilégios de quem se aposenta com salários gordos, o governo tenta passar de forma escondida mudanças que reduzem o valor da pensão de quem já se aposenta por idade no país, ou seja os mais pobres. Ou que dificultam a aposentadoria especial a trabalhadores rurais da economia familiar, apesar de simplesmente negar que isso vá acontecer – como se não soubéssemos ler as contradições presente nas mudanças previstas no artigo 201 com o que está no artigo 195 da Constituição Federal.

Espero que a Previdência possa ser tratada sem pressa, mas como parte de um projeto de país para os próximos anos. E isso só é possível dentro de eleições. À população deve ser permitida uma discussão ampla sobre o que significa mudar ou manter o sistema de aposentadorias, ouvindo argumentos pró e a favor em campanhas e debates. E votar na ideia que melhor lhe aprouver, sabendo dos impactos negativos dessa escolha.

''Tenho plena convicção de que os nossos parlamentares darão o seu voto e o seu aval para que isso também aconteça aqui. Tenho certeza que eles não faltarão ao Brasil'', disse Temer nesta noite.

''Darão'' não é bem o verbo, porque esses votos não vão sair de graça. Para nós.

Ao longo destes últimos meses, Temer ofereceu jantares para deputados de sua base aliada. O objetivo foi buscar formas de convencer 308 deputados a engolirem a Reforma da Previdência a poucos meses da abertura do calendário eleitoral. Ou seja, da época em que muitos políticos lembram-se da população.

No cardápio da compra de votos, poucas emendas e entrega de cargos, uma vez que Temer gastou a maioria desses itens para salvar seu pescoço na rejeição às duas denúncias criminais movidas contra ele pela Procuradoria-Geral da República. Mas sobra apoio para a aprovação de medidas executivas e projetos de leis que beneficiem os parlamentares e seus patrocinadores. Ou os perdões bilionários de multas e juros de impostos aos grandes produtores rurais e por grandes empresários, seja através de mudanças na cobrança patronal do fundo de aposentadoria rural ou pela aprovação de um novo refinanciamento de dívidas com o poder público.

Neste Natal, enquanto milhões de famílias se reúnem em torno de suas mesas, Temer invadiu os lares para vender a ideia da Reforma da Previdência – cuja aprovação lhe garantirá apoio do poder econômico para a manutenção de seu cargo, sem sobressaltos, até janeiro de 2019. O que adiará, até lá, o seu processo no âmbito da Lava Jato – operação não citada em seu discurso.

Não ouvi muitas panelas batendo durante o discurso de Temer nesta noite de domingo (24). Como já escrevi outra vez, não acredito que estejam cozinhando seu próprio remorso, então devem voltado à sua função original.

Independentemente se você era contra ou a favor do impeachment ou fazia parte da imensa maioria que não tomou partido e assistiu a tudo bestializado pela TV, deve estar agora assando sua insatisfação temperada com desalento, impotência, desgosto e cinismo. Essa panela de pressão pode não estourar em manifestações com milhões nas ruas, mas tem tudo para ser bomba que vai explodir invariavelmente em algum momento, talvez nas eleições presidenciais do ano que vem, ferindo de morte a democracia.

''Nesta noite de Natal, ao lado da sua família, você tenha toda certeza de que o Brasil que queremos e estamos construindo é o Brasil que abraça e cuida dos seus filhos'', disse Temer ao final de seu pronunciamento.

Não precisamos de um líder populista que abrace e cuide de nossos filhos. Precisamos de um país que garanta que todas as pessoas, das mais pobres às mais ricas, tenham oportunidades de construir sua vida, de forma consciente e saudável, com os mais vulneráveis e os excluídos recebendo mais apoio que os mais ricos. O povo não quer abraço, quer poder decidir sobre sua própria vida.

''O sentimento agora deve ser o de esperança, o de otimismo'', também falou ele.

Discordo. É de azia. E a culpa não é da farofa, mas daquilo que passa na TV.

Por Leonardo Sakamoto, em UOL

Sete em cada dez brasileiros se opõem à privatização de estatais, aponta levantamento do Datafolha. A maioria (67%) da população também vê mais prejuízos que benefícios na venda de companhias brasileiras para grupos estrangeiros.

A oposição a privatizações predomina em praticamente todos os recortes analisados —por região, sexo, escolaridade, preferência partidária e aprovação à gestão Temer. O único cenário em que a ideia é aceita pela maioria é entre aqueles com renda superior a dez salários mínimos por mês, dos quais 55% se disseram favoráveis. A aceitação cai conforme diminui a renda familiar mensal. Entre os que ganham até dois salários mínimos, 13% são a favor.

 Os moradores do Norte e do Nordeste são os mais resistentes —com taxas de 78% e 76% de reprovação, respectivamente—, enquanto os do Sudeste são os que melhor aceitam a ideia: são 67% contrários e 25% a favor. As privatizações sofrem resistência até de eleitores de partidos e políticos em geral favoráveis à venda de estatais. Entre quem aponta como partido de preferência o PSDB —que historicamente apoiou e promoveu desestatizações —, 55% se disseram contrários, e 37%, a favor. Foram ouvidas 2.765 pessoas com margem de erro de dois pontos percentuais.

O placar é mais apertado entre os que avaliam como bom ou ótimo o governo de Michel Temer —que tem promovido uma série de projetos de privatização —, mas a maioria (51%) também se opõe. Essa resistência é o principal entrave para as desestatizações que o governo pretende concluir até o fim de 2018, segundo analistas —a Eletrobras é a maior delas.

A privatização da Petrobras —tema já levantado por ministros e pré- candidatos à Presidência— também é fortemente rechaçada pela maior parte da população: 70% se disseram contrários, e 21%, a favor. Os demais não souberam responder ou se disseram indiferentes. Pesquisa feita pelo Datafolha em 2015 questionou: "Você é a favor ou contra a privatização da Petrobras?".

À época, 24% declararam ser favoráveis e 61%, contrários. Uma possível participação de capital estrangeiro na Petrobras tem oposição ainda maior: 78% se disseram contra, e 15%, a favor.

 ELEIÇÕES

O tema deverá ganhar destaque nas eleições de 2018. A continuidade de programas de desinvestimento criados pelo atual governo é critério central para o apoio de investidores interessados em negócios de longo prazo no país.

Mas a resistência de eleitores é clara, e não se restringe a candidatos de esquerda. Nenhum grupo que hoje votaria nos potenciais candidatos é majoritariamente favorável à privatizações em geral nem à venda da Petrobras.

Os menos resistentes são aqueles que declararam voto em Geraldo Alckmin (PSDB) e Jair Bolsonaro (PSC). Em dois cenários —um com a participação de Lula (PT) na disputa e outro sem—, o apoio a privatizações varia de 31% a 36% entre os potenciais eleitores dos dois nomes. Os que declararam voto no petista são os que mais rechaçam as privatizações. A rejeição foi de 80% para a venda de estatais em geral e de 76% para a venda da Petrobras.

 

Fonte: Folha de São Paulo

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