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O Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadora em Telemarketing (SINTRATEL) realizou, nesta quinta-feira (19/10), assembleias com os operadores e operadoras da empresa AeC na "Unidade Vila Mariana".

Na ocasião os/as trabalhadores/as participaram efetivamente das reuniões esclarecendo suas dúvidas e aprovando o Acordo Coletivo de Trabalho.

As assembleias são decorrentes da MESA REDONDA DE NEGOCIAÇÃO COLETIVA, realizada em 27 de setembro com a direção da empresa AeC e do Sintratel.
No dia 17 de outubro as asssembleias ocorreram na "Unidade Paramount".


Confira os principais eixos contidos no Acordo Coletivo 23/24 na empresa AeC:

  • Garantia da aplicação integral do Anexo II da NR-17 com garantia de pausas, equipamento higienizado e Hedset individual, além de espaços de descompressão e políticas assertivas de aprimoramento profissional por meio de aplicação de metas proporcionais, orientação técnica e pedagógica sobre a melhoria continua da qualidade de trabalho e assertividade no relacionamento com cliente e usuário periódica além de espaços de descompressão e políticas de prevenção do adoecimento precoce;
  • Programa de ampliação de renda para a aplicação do pagamento das horas extras por meio da majoração extra de transbordos;
  • Aplicação de normas de garantia da folga no sétimo dia e descansos regulares e equilibrados durante o banco de horas e escalas de revezamento;
  • Garantia de estabilidade de 60 dias as mães no retorno da licença maternidade;
  • Programa de compensação com uso de banco de horas negativo e positivo incluindo em situação de cumprimento a lei Maria da Penha;
  • Seguro de vida e assistência funerária gratuita;
  • Plano para a ascensão de cargos e salário;
  • Ampliação dos benefícios associativos do Sintratel com sorteios de ingressos de cinema para quem for associado(a) e uso de Colônias e parques com maior desconto.






 

Na oportunidade, o Sindicato realizou sua campanha de sindicalização.

Favela de Jacarta, Indonésia. Autor: Jonathan McIntosh

Um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e do Banco Mundial revelou que 333 milhões de crianças sofrem com a pobreza extrema no mundo, sobrevivendo com cerca de US$ 2,15 por dia, cerca de R$ 10,85. De acordo com o documento, a pandemia do coronavírus desacelerou o combate à pobreza extrema em três anos.

Analistas apontam que as metas estabelecidas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU  –não serão atingidas dentro do prazo desejado. Alexandra Brentani, professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da USP, explica que a pandemia acentuou a desigualdade ao deixar determinados grupos ainda mais expostos ao coronavírus.

 

Impacto da pandemia 

“Parcelas mais vulneráveis enfrentaram o maior risco de contágio, principalmente devido à necessidade de utilizar transporte público e à menor acessibilidade ao serviço de saúde”, destaca Alexandra. As circunstâncias de moradia e demografia dessas populações favoreceram a disseminação do coronavírus. Na visão da professora, tal cenário se tornou muito visível nas comunidades em que as residências são muito próximas, o saneamento básico dificilmente é uma realidade e há um maior número de moradores.

A desigualdade nas condições de trabalho se evidenciou, por exemplo, com a disseminação do trabalho remoto. “A falta de acesso a tecnologias, a impossibilidade de home office e outras adaptações em função das restrições de distanciamento social, fechamento das escolas, enfim, a pandemia acabou agravando desigualmente as diferentes camadas da nossa sociedade”, analisa a especialista.

Relatório de Desenvolvimento Mundial 2022 do Banco Mundial mostrou que o impacto econômico da pandemia no Brasil seria ainda pior se as medidas de proteção de 2020 não tivessem sido implementadas. Mas, quando essas políticas de auxílio foram reduzidas, a pobreza aumentou substancialmente.

 

Crianças e a pobreza 

De acordo com o Unicef, cerca de 50% das pessoas em situação de extrema pobreza no mundo são crianças, apesar de representarem somente um terço da população mundial. Além disso, a parcela populacional infantil apresenta duas vezes mais chances de viver em domicílios extremamente pobres, sem alimentação, saneamento, abrigo, cuidados de saúde e educação de que necessitam para sobreviver e prosperar.

A maior vulnerabilidade das crianças diante de cenários de emergência social, segundo Alexandra Brentani, perpassa a dependência dos menores em relação ao adultos para o cuidado e alimentação, por exemplo. “Famílias mais vulneráveis são aquelas que têm maior número de filhos e se tornam mais expostas à desnutrição, às doenças infecciosas, à baixa escolaridade do cuidador e também à falta de estimulação, aspectos associados à pobreza impactando o desenvolvimento infantil”, pontua a professora.

O ambiente familiar socialmente vulnerável combinado à dependência das crianças para um bom crescimento contribui para a perpetuação do que a especialista denomina de “ciclo intergeracional da pobreza” – resultado da ausência de transferências de investimentos necessários e de políticas públicas. “Por esse motivo que as crianças expostas a essas condições dependem do auxílio governamental para conseguir alterar a sua trajetória, principalmente, nesses primeiros anos de vida, que são um período sensível para o desenvolvimento infantil”, esclarece.

 

Possíveis planos 

A pediatra aponta que intervenções nos três primeiros anos de vida podem alterar significativamente a trajetória dos indivíduos. Em paralelo, programas parentais para a promoção de um ambiente mais acolhedor têm sido explorados em países de baixa e média renda. “O programa Rich Openlearn, desenvolvido na Jamaica, mostrou um impacto não só no curto prazo, mas também no melhor desempenho acadêmico, menor envolvimento em criminalidade durante a adolescência e melhor nível salarial e colocação no mercado de trabalho quando essas crianças chegaram aos 30 anos de idade”, destaca.

Além dos planos direcionados para os responsáveis pelas crianças, Alexandra menciona a diversidade de programas no Brasil, como o acesso ao acompanhamento pré-natal, a vacinação, Estratégia Saúde da Família e o próprio Bolsa Família, que não só combate a pobreza, mas também fortalece o acesso à saúde e educação. Apesar dos notáveis avanços conquistados, principalmente nos grandes centros urbanos, a partir de tais políticas públicas, a pediatra ainda possui ressalvas diante do cenário brasileiro. Para ela, o acesso limitado a serviços de atendimento da primeira infância e a falta de auxílio para as próprias mães são obstáculos para um enfrentamento efetivo da pobreza extrema infantil, que exige um investimento de longo prazo.

 

Veja aqui o relatório original em inglês: Global Trends in Child Monetary Poverty

 

Fonte: Jornal da USP

Com recuo de alimentos, inflação acumulada é menor para os mais pobres – Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

De acordo com Indicador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em um ano, comida ficou mais barata para famílias de baixa renda

 

O recuo no preço dos alimentos e bebidas ajudou a inflação a pesar menos no bolso das famílias de baixa renda nos últimos 12 meses, na comparação com os lares de renda média e alta.

A constatação faz parte do Indicador de Inflação por Faixa de Renda do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado nesta terça-feira (17).

Enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou em 5,19%, a inflação para as famílias com renda muito baixa foi de 3,9%. Já para as de renda baixa, 4,45%.

De acordo com o indicador do Ipea, é considerada renda muito baixa a família que recebe até de R$ 2.015 por mês. As de renda baixa estão na faixa de R$ 2.015 a R$ 3.022.

 

Inflação acumulada

Nos lares com rendas média-alta e alta, a inflação acumulada em 12 meses ficou em 5,95% e 6,41%, respectivamente.

São classificadas como renda média-alta os grupos familiares que recebem de R$ 10.075 a R$ 20.151. Os de renda alta têm rendimento superior a R$ 20.151.

Com recuo de alimentos, inflação acumulada é menor para os mais pobres. Arte: Inflação por faixa de renda. Arte: Dimac/Ipea

 

Alimentos

Tanto na inflação acumulada de 12 meses quanto na setembro, o custo dos alimentos foi o item que mais aliviou o peso no orçamento dos mais pobres. São quatro meses seguidos de recuo no preço da comida.

Em setembro, esse comportamento foi motivado pelos preços do feijão (-7,6%), farinha de trigo (-3,3%), batata (-10,4%), carnes (-2,9%), aves e ovos (-1,7%), leite (-4,1%) e o óleo de soja (-1,2%).

Esse alívio é sentido mais fortemente pelas famílias com rendas mais baixas, “dado o peso desses itens nas suas cestas de consumo”, explica a pesquisadora do Ipea Maria Andreia Parente Lameiras. Ou seja, famílias mais pobres gastam, proporcionalmente, mais com comida que as mais ricas.

 

Outros gastos

Ainda no mês passado, pelo lado da alta de preços, os reajustes de 1% nas tarifas de energia elétrica e de 2,8% da gasolina fizeram dos grupos habitação e transportes os principais focos de pressão para todas as classes de renda.

No entanto, para os segmentos de renda mais alta, além do aumento dos combustíveis, as altas de 13,5% das passagens aéreas e de 4,6% dos transportes por aplicativo forçaram uma alta mais forte do grupo transportes, uma vez que esse gasto pesa mais no orçamento destas famílias.

No acumulado dos últimos 12 meses, os itens que mais pesaram para todas as famílias foram transportes (1,63%) e saúde e cuidados pessoais (1,10%).

Nessa comparação, o grupo de renda muito baixa também sofreu menos impacto negativo que o de renda alta.

Enquanto o transporte apresentou inflação de 1,01% para o grupo renda muito baixa, foi quase o dobro (1,94%) para a renda alta.

Em relação à saúde e cuidados pessoais, foi de 1,01% e 1,26%, respectivamente.

 

informações da Agência Brasil

 

Foto original: Agência Brasil

Mesmo em meio a uma desaceleração no cenário internacional, relatório do FMI projeta crescimento de 3,1% no PIB brasileiro neste ano, acima da média global

O Brasil pode sair da 11ª posição e alcançar a nona entre as maiores economias do mundo ainda em 2023, mesmo diante de um cenário de desaceleração global. A previsão é do Fundo Monetário Internacional (FMI). Entre os fatores apontados para a melhora no desempenho estão o crescimento acima do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) e o câmbio mais favorável, além de fatores internos, como o desempenho da agricultura e do setor de serviços.

“No Brasil, o crescimento tem sido mais resiliente do que o esperado em 2023”, diz relatório do FMI divulgado há poucos dias. Em abril, o fundo previa que esta posição só seria alcançada pelo país em 2024, a partir de um avanço de 0,9%. Em julho, a previsão era de 2,1%.

Mas, com as novas projeções relativas ao crescimento brasileiro, a expectativa mudou. Agora, o organismo aponta para um avanço de 3,1%, de maneira que o PIB deverá ficar em torno de US$ 2,127 trilhões, desbancando o Canadá e tendo na sequência a Itália. O percentual esperado para o Brasil está acima da média global de 3% e próximo da expectativa de 3,2% por parte do Ministério da Fazenda.

“A revisão em alta para 2023 desde julho reflete um crescimento mais forte do que o esperado no Brasil, impulsionado pela agricultura dinâmica e serviços resilientes no primeiro semestre de 2023”, afirma o FMI. Além disso, o relatório destaca que “o consumo também se manteve forte, apoiado pelo estímulo fiscal”.

O FMI também vê melhora no cenário brasileiro quanto à inflação, saindo dos 9,3% registrados em 2022 para 4,7% neste ano. Para 2024, o índice pode ficar em torno de 4,5%.

“A recente decisão do Brasil de adotar uma meta contínua (em vez de ano-calendário) de inflação de 3% a partir de 2025 é um exemplo concreto de uma melhoria na eficácia operacional e na estratégia de comunicação, ajudando a reduzir a incerteza e a aumentar a eficácia da política monetária”, diz o FMI. O documento também cita a importância do início do processo de redução dos juros no Brasil.

Outro aspecto positivo apontado pelo FMI diz respeito ao desemprego, que deve ficar em 8,3% neste ano, contra 9,3% em 2022 — para 2024, o percentual deve ser de 8,2%.

A avaliação feita pelo FMI converge com análises de outros organismos internacionais. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), enquanto o mundo registra desaceleração, o Brasil poderá avançar 3,3% neste ano. No caso do Banco Mundial, o percentual de crescimento esperado é bem mais modesto, de 2,6% — ainda assim, é maior do que o projetado para a América Latina e Caribe, em torno de 2%.

 

www.vermelho.org.br/Com agências

Governo cogita cobrar 60% a mais de contribuição previdenciária para garantir mínimo do INSS Imagem: Pexels

O governo estuda uma fórmula para garantir que trabalhadores de aplicativos atinjam a contribuição mínima mensal ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e tenham acesso a benefícios básicos, como aposentadoria e auxílio-doença.

 

A preocupação maior é com os entregadores — a categoria tem remuneração média mais baixa quando comparada à dos motoristas, o que reduz o valor recolhido ao órgão responsável pela Previdência.

 

Em setembro, a comissão especial montada em Brasília para discutir a regulamentação do trabalho por aplicativos encerrou suas atividades sem chegar a um acordo entre os porta-vozes das empresas e os representantes das duas categorias.

 

Mesmo assim, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) finaliza os detalhes de um projeto de lei (PL) a ser apresentado ainda neste ano ao Congresso Nacional. A chamada "inclusão previdenciária" é uma das diretrizes centrais — atualmente, a maior parte dos motoristas e entregadores está na informalidade e não conta com a cobertura do INSS.

 

O que está em jogo?

A questão é como a inclusão previdenciária vai se dar na prática. O plano do governo é proibir o enquadramento de motoristas e entregadores na faixa dos Microempreendedores Individuais (MEIs), como atualmente acontece. Por ser subsidiado, com contribuição de apenas 5% sobre o salário mínimo, o regime do MEI é altamente deficitário para as contas públicas.

 

A hipótese mais provável, defendida inclusive pelas plataformas, é a de que as empresas retenham na fonte um percentual da remuneração dos profissionais e repassem os valores diretamente ao INSS.

 

No entanto, há duas pendências importantes. A primeira diz respeito à definição das alíquotas a serem pagas por empresas e trabalhadores. Já a segunda se refere à garantia de que motoristas e, sobretudo, entregadores atinjam o piso da contribuição mensal ao INSS — atualmente, ela é de 7,5% sobre o salário mínimo, ou seja, R$ 97,65.

 

Quais serão as alíquotas do INSS?

Ao longo das discussões da comissão especial em Brasília, a Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia) — representante das líderes de mercado, como 99, iFood e Uber — emitiu posicionamento a favor da inclusão previdenciária, mas contrária ao enquadramento no regime padrão do INSS, em que empresas pagam 20% e trabalhadores 11% sobre as remunerações.

 

Em nota enviada nesta segunda-feira (16) à coluna, a Amobitec afirmou que "tem defendido que a discussão de ganhos mínimos e de contribuição previdenciária considere o perfil de engajamento dos trabalhadores por aplicativos, de modo a não onerar demasiadamente esses profissionais e buscar uma proteção social efetiva".

 

Ainda segundo a entidade, a regulamentação deve levar em conta "o caráter eventual e de complementação de renda da atividade", principalmente no caso do delivery. A Amobitec defende ainda que "haja um debate sobre o risco de não atingimento do mínimo necessário para a efetiva inclusão previdenciária da categoria", porém, não traz propostas concretas sobre o tema.

 

De olho na arrecadação da Previdência, o governo parece decidido a não abrir mão de uma alíquota de 20% para as empresas e de 7,5% para os trabalhadores. No entanto, essas porcentagens seriam cobradas levando em conta a remuneração líquida — gastos com combustíveis e contas telefônicas, por exemplo, não entrariam na base de cálculo.

 

A tendência é de que os técnicos do MTE fixem os custos em um quarto da operação. Assim, no caso de um trabalhador com renda bruta mensal de R$ 1 mil, as alíquotas do INSS incidiriam sobre R$ 750.

 

E se os trabalhadores não atingirem a contribuição mínima?

A coluna apurou ainda que um dos grandes receios do governo é o de que boa parte dos trabalhadores não alcance ao fim do mês a contribuição mínima para o INSS.

 

Isso decorre do fato de que o PL em elaboração deve atender a uma das principais reivindicações das plataformas: o pagamento por "hora efetivamente trabalhada", e não por "tempo à disposição" dos aplicativos.

 

O governo ainda tenta costurar um acordo sobre o tema da remuneração, criando um piso de R$ 17 para entregadores e de R$ 30 para motoristas. Pelo conceito de "hora efetivamente trabalhada", um entregador precisaria acumular 60 minutos em viagens para fazer jus ao mínimo de R$ 17.

 

Nesse sistema, os intervalos entre as corridas não seriam remunerados. Contudo, trabalhadores de apps passam boa parte de sua jornada diária justamente em pausas entre uma viagem e outra — estudos apontam que esse tempo pode chegar a 40% do período total à disposição.

 

Por causa disso, os técnicos do MTE avaliam que uma grande parcela não atingiria a contribuição mínima mensal de R$ 97,65 — a situação seria especialmente crítica entre os entregadores, que têm renda menor. Nesse caso, para ter direito aos benefícios previdenciários, os trabalhadores precisariam complementar, por conta própria, o pagamento ao INSS.

 

Para evitar esse tipo de problema, o governo estuda a criação de uma fórmula com o intuito de compensar o não pagamento do tempo em que o trabalhador encontra-se à disposição do aplicativo, sem remuneração. A priori, a ideia é estabelecer um adicional de 60% sobre o valor a ser recolhido sobre as horas efetivamente trabalhadas. Porém, durante as negociações em Brasília, as empresas já haviam sinalizado pouca simpatia pela proposta.

 

A coluna também enviou questionamentos ao Ministério do Trabalho. Por meio da assessoria de imprensa, a pasta informou que "não há ainda projeto de lei pronto sobre a regulamentação do trabalho por apps". Além disso, a nota diz ainda que não há "proposta firmada dos parâmetros que serão adotados para o cálculo da inclusão previdenciária".

 

Não há certeza de que o PL será aprovado no Congresso.

 

A apresentação do projeto de lei para regulamentar o trabalho por apps ao Congresso Nacional ainda não tem data fechada. Também não há garantias de que ele será aprovado nos moldes formulados pelo governo. Inicialmente, a estratégia era a de fechar um acordo robusto entre as partes para dar legitimidade ao texto e evitar mudanças bruscas na Câmara dos Deputados e no Senado.

 

Porém, a comissão especial em Brasília encerrou suas atividades após seis meses de discussão, sem chegar a um consenso. As negociações, no entanto, continuam. A leitura é de que um eventual acordo das plataformas com os representantes de motoristas é mais factível do que com os entregadores.

 

Os profissionais de delivery têm resistido principalmente ao pagamento da hora efetivamente trabalhada e vem defendendo a remuneração da chamada "hora logada", ou seja, de todo o tempo à disposição dos apps.

 

Fonte: ECONOMIA UOL

Na última década, houve aumento de 3,8% no número de registros de acidentes com crianças de 5 a 13 anos | Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

Estudo da Fiocruz mostra que, entre 2011 e 2020, país somou 24.909 casos de acidentes de trabalho. Especialistas clamam por campanhas e fim da romantização do trabalho infantil

 

Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicado nesta sexta-feira (13), na Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, mostrou que entre 2011 e 2020, o país registrou 24.909 casos de acidentes de trabalho e 466 mortes envolvendo menores de 18 anos. Isso representa uma média de 2,5 mil acidentes; 47 mortes por ano e uma média de 3,9 crianças e adolescentes mortos por mês. Esses dados, baseados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), destacam uma realidade preocupante que exige atenção imediata.

Perfil das vítimas

De acordo com cálculos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que complementa o estudo, mais de 1,8 milhão de menores de idade, com idades entre 5 e 17 anos, eram vítimas de trabalho infantil em 2019, representando 4,6% desse grupo etário. Os números indicam que o trabalho infantil persiste no Brasil, apesar de ser ilegal para crianças com menos de 14 anos – ao menos que seja na condição de aprendiz. O estudo também revela que a maioria das vítimas é do sexo masculino (82%), e tem 16 ou 17 anos (85%) e a predominância é de jovens brancos (44%).

No entanto, quando observamos o recorte étnico, nota-se que crianças e adolescentes negros (pretos e pardos) representam 56% das vítimas, indicando uma disparidade alarmante.

Setores críticos e causas de morte

Segundo o levantamento, o setor de serviços se destaca como o mais afetado, com crianças e adolescentes envolvidos em empregos como entregadores de delivery, vendedores ambulantes em centros urbanos, trabalhadores domésticos ou cuidadores. Além disso, setores como agropecuária, indústria extrativista e construção civil registram um número significativo de mortes decorrentes de acidentes de trabalho.

Uma análise preocupante é o aumento de 3,8% nos registros de acidentes envolvendo crianças de 5 a 13 anos, faixa etária em que o trabalho é ilegal segundo a legislação brasileira. Enquanto isso, nas faixas de idade de 14 a 15 anos e de 16 a 17 anos, houve uma queda de cerca de 50% nos registros.

Combate ao trabalho infantil

Élida Hennington, médica e autora principal do estudo, destaca a gravidade dos números e enfatiza a necessidade de um esforço coordenado entre os governos federal, estadual, municipal e a sociedade. “Imaginando que isso é apenas uma parte da realidade, isso tem um peso grande para esse problema. Acho que não existe uma solução mágica nem a curto prazo. Acho que deve haver um esforço dos governos federal, estadual e municipal e da sociedade, tem que ser um grupo articulado, envolvendo Ministério Público, conselhos tutelares, escolas, para a gente conseguir olhar para esses diagnósticos feitos e propor ações mais contundentes e que possam, de fato, impactar essa realidade”, argumenta Élida.

A secretária executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), Katerina Volcov, ressalta a importância de conscientizar a sociedade sobre o que constitui o trabalho infantil, uma vez que muitos casos são reportados incorretamente. Ela também destaca que os acidentes envolvendo crianças que trabalham em casa, muitas vezes como trabalhadores domésticos, frequentemente passam despercebidos.

Katerina argumenta que o trabalho infantil é um sintoma de uma série de desigualdades sociais, que vão desde a pobreza até o acesso a cuidados de saúde, educação e oportunidades de emprego. Ela enfatiza a necessidade de abordar essas questões em conjunto para resolver o problema. “O trabalho infantil é a ponta do iceberg da desigualdade social. Quando você o vê, é porque uma série de direitos não foram efetivados para aquela criança, para aquele adolescente e para aquela família”, sintetiza ela.

Além disso, a autora destaca a persistência de mitos em torno do trabalho infantil, como a ideia de que é normal que menores de idade desempenhem certas atividades, mesmo que perigosas. Ela chama a atenção para a necessidade de combater esses estereótipos e avançar na erradicação do trabalho infantil no Brasil. “A rua acaba sendo um sinônimo de vagabundagem. Isso tem resquícios na nossa história. Quando você vai ler sobre a malandragem, a capoeira, o samba, vai vendo que isso tem a ver com o período de escravidão, quando não se permitia que os ex-escravizados, que não eram assalariados ainda, permanecessem nas ruas. Tem esse constructo social que permanece. A nossa sociedade é imensamente racista, misógina, homofóbica e isso se reproduz no modo como as pessoas vão escolhendo suas profissões”, lembra ela.

O estudo da Fiocruz e os comentários de especialistas destacam a urgência de abordar o trabalho infantil no Brasil, não apenas para prevenir acidentes, mas também como um passo importante, tanto na luta contra a desigualdade social e na promoção dos direitos das crianças e adolescentes.

Fonte: Vermelho

Senadora Eliziane Gama lê o relatório final da CPI - Foto:GERALDO MAGELA / AGÊNCIA SENADO

Relatório da CPI do 8 de janeiro, da senadora Eliziane Gama, pede o indiciamento do ex-presidente, ex-ministros de Bolsonaro e militares, entre as 61 pessoas apontadas como participantes dos atos golpistas 

 

 

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) apresentou nesta terça-feira (17), o seu relatório final da CPI do 8 de janeiro sobre os atos golpistas, no Distrito Federal, quando uma turba invadiu e depredou a Praça dos Três Poderes, onde ficam o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e a sede do Supremo Tribunal Federal.

A votação sobre a aprovação, ou não, do relatório será amanhã, no Congresso Nacional. Se aprovado, texto será enviado a órgãos de investigação, como o Ministério Público e a e a Advocacia-Geral da União (AGU).

Ao ler um resumo do relatório, a senadora citou explicitamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como um dos responsáveis pela tentativa de acabar com a democracia no Brasil e impedir o presidente Lula de exercer o seu mandato legitimamente eleito pelo povo brasileiro.

 

Os quatro crimes de Bolsonaro 

  • associação criminosa;
  • tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • tentativa de depor governo legitimamente constituído e;
  • e emprego de medidas para impedir o livre exercício de direitos políticos.

Somadas, as penas para esses crimes podem chegar a 29 anos de prisão.

Sobre Bolsonaro o relatório diz: “É de conhecimento notório que Jair Messias Bolsonaro nunca nutriu simpatia por princípios republicanos e democráticos. Prova disso é extensa documentação trazida ao conhecimento desta CPMI e que comprova atrás fatos. Jair Bolsonaro foi eleito presidente da República e desde o primeiro dia de seu governo atentou contra as instituições estatais, principalmente aquelas que significavam, de alguma forma, obstáculo ao seu plano de poder. Viso como figura mítica por seus apoiadores, Jair Bolsonaro se utilizou como pôde do aparato estatal para atingir o seu objetivo maior, cupinizar as instituições republicanas brasileiras até o seu total esfacelamento de modo a se manter no poder de forma perene e autoritária”.

 

Indiciamento de ex-ministros e comandos militares

A relatora também disse que houve omissão por parte do exército para desmobilizar o acampamento montado em frente ao quartel general no setor militar urbano de Brasília, e da polícia militar.

O relatório pede o indiciamento, além de Bolsonaro, de outras 60 pessoas, entre elas: o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Braga Neto, que foi candidato a vice-presidente na chapa à reeleição do ex-presidente; o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, General Augusto Heleno, o general Luiz Eduardo Ramos, que foi também Ministro da Casa Civil de Bolsonaro, os ex-comandantes da Marinha e do Exército das Forças Armadas, e também da deputada Carla Zambelli.

 

Os ex-ministros podem responder aos seguintes crimes:

General Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa

  • associação criminosa;
  • abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • golpe de Estado.

Somadas, as penas para esses crimes podem chegar a 23 anos de prisão.

 

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e então secretário de Segurança Pública do DF nos atos

  • associação criminosa;
  • abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • golpe de Estado;
  • restringir, impedir ou dificultar o exercício de direitos políticos.

Somadas, as penas para esses crimes podem chegar a 29 anos de prisão.

 

General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Bolsonaro

  • associação criminosa;
  • abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • golpe de Estado.

Somadas, as penas para esses crimes podem chegar a 23 anos de prisão.

 

General Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro

  • associação criminosa;
  • abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • golpe de Estado.

Somadas, as penas para esses crimes podem chegar a 23 anos de prisão.

 

General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa de Bolsonaro

  • associação criminosa;
  • abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • golpe de Estado.

Somadas, as penas para esses crimes podem chegar a 23 anos de prisão.

 

O relatório recomenda ainda a criação do Memorial em Homenagem à Democracia, a ser instalado na parte externa do Senado Federal, reforçando que o Brasil é um Estado democrático de Direito e que, no dia 8 de janeiro de 2023, a democracia foi atacada.

Deputados e senadores da oposição ainda vão apresentar os votos em separado (relatórios paralelos), com foco em suposta omissão do governo federal no dia do ataque, nas prisões de manifestantes e na recusa da acusação de golpe pelo ex-presidente Bolsonaro.

 

Fonte: Redação CUT | * Com informações do G1 e Agência Senado

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