O quadro de medalhas paralímpico do Brasil em Paris é um feito que merece ser celebrado por todos nós. Até o momento, estamos em quarto lugar, com 44 medalhas, uma posição que reforça a importância de se criar e implementar políticas públicas efetivas de inclusão social para pessoas com deficiência, seja no mercado de trabalho ou nos esportes paralímpicos.
O Brasil, um país de dimensões continentais, chega aos Jogos Paralímpicos de Paris com 280 atletas, que estão levando o nome do nosso país ao ponto mais alto dos eventos paralímpicos, colocando-nos entre as potências mundiais do esporte. Este é um motivo de orgulho imensurável, pois prova que as pessoas com deficiência não são invisíveis, mas sim atletas de alto rendimento que, além de enfrentarem seus adversários nas competições, precisam superar diariamente os desafios impostos por suas deficiências.
Entretanto, essa visibilidade não deve ser momentânea. Não podemos permitir que as pessoas com deficiência ganhem atenção apenas durante os eventos paralímpicos. É fundamental que tenhamos um olhar especial para os homens e mulheres que, no cotidiano das grandes, médias ou pequenas cidades, precisam superar inúmeras barreiras, como a dificuldade de transitar em calçadas mal planejadas, a falta de sinalização adequada, como pisos táteis, e a constante disputa por espaço com veículos nas ruas.
Os Jogos Paralímpicos são uma plataforma poderosa que nos dá a oportunidade de refletir sobre as condições de vida das pessoas com deficiência no Brasil. Precisamos usar essa visibilidade para ampliar e fortalecer as políticas públicas que garantam uma inclusão plena e digna, onde todos, sem exceção, possam exercer seus direitos e alcançar seus sonhos.
O Brasil está fazendo história em Paris, mas essa história precisa continuar quando os holofotes se apagarem. Devemos lutar para que as conquistas dos nossos atletas inspirem mudanças reais e duradouras, promovendo um país mais inclusivo, acessível e justo para todos.
Por Ronaldo Lopes do Nascimento, "Franco", diretor de Cultura e Fomentação do Trabalho