Coordenador da Frente de Proteção Étnico-Ambiental Awá entende que a Medida Provisória de Jair Bolsonaro, que retirou da Funai a demarcação de terras indígenas, estimula essas ações

 

Representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) entraram em contato com a Polícia Federal, nesta quinta-feira (17), para informar sobre a ocorrência de ameaças à terra indígena Awá, no Maranhão, de acordo com informações do G1.

 

Fazendeiros que ocupavam as terras de forma ilegal haviam sido retirados das terras dos índios em 2014, depois de decisão judicial. Contudo, desde 2015, o grupo faz entra na terra para a retirada de madeira e criação de gado, porém, sem se estabelecer no local em definitivo.

 

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A Funai, então, recebeu informações de que posseiros estariam pretendendo retornar ao local, conforme Bruno de Lima, coordenador da Frente de Proteção Étnico-Ambiental Awá.

 

Ele entende que a Medida Provisória de Jair Bolsonaro, que retirou da Funai a demarcação de terras indígenas, estimula essas ações.

 

“No contexto da medida provisória 870, que coloca para a Agricultura a demarcação de terras, (editada) na semana passada, tivemos informações de que um carro de som estaria convocando pessoas a uma reunião. Eles (fazendeiros) fizeram essa reunião neste domingo (13) no povoado Maguary, com informações de uma possível invasão (para voltar a viver) na área. Mas não houve nada até agora. O que nós tivemos informações é que eles vão fazer um documento e enviar ao ministério para fazer uma revisão da demarcação e retornar à área”, declarou.

 

Alterações

 

Francisco Gonçalves, secretário de Direitos Humanos do Maranhão, também alega que a movimentação dos fazendeiros tem relação com as alterações na Funai.

 

“Essa ação dos fazendeiros, ela se deve a uma decisão do governo federal de rever as atribuições da Funai a que se deve a remarcação de territórios ou mesmo ao que se refere a licenças de uso dessas terras, licenças ambientais. E, com isso, eles acham que nesse nova ambiente político é possível rever a decisão que foi tomada em 2014”, diz.

 

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Fonte: Revista Forum