Conforme matéria de o Globo, acionistas da PSA, dona da Peugeot, e da Fiat Chrysler (FCA) deram luz verde nesta segunda-feira à fusão das montadoras, um dos últimos passos para a criação da quarta maior montadora de veículos do mundo, com um valor de mercado combinado de cerca de US$ 50 bilhões. O objetivo da aliança é ter melhores ferramentas para enfrentar os desafios tecnológicos e regulatórios à frente da indústria automotiva global.

 

O negócio envolve troca de ações entre as duas empresas e prevê que cada uma fique com metade da nova companhia. A nova gigante automotiva, com vendas estimadas de 8,7 milhões de veículos ao ano, ficará atrás da alemã Volkswagen, da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi e da japonesa Toyota.

 

Em uma assembleia especial de acionistas, o acordo para formar a nova empresa chamada Stellantis foi apoiado pelos principais investidores, incluindo a família Peugeot, a chinesa Dongfeng e o Estado francês, via Bpifrance.

 

Todos os outros acionistas da PSA apoiaram o negócio em uma segunda reunião realizada on-line com uma taxa de aprovação de 99,85% entre os votos expressos.

 

No início da tarde, 99,15% dos acionistas da FCA também votaram a favor da iniciativa.

 

Ainda segundo o Globo, a FCA aceitou reduzir o valor de um dividendo excepcional pago a seus acionistas. A PSA decidiu vender 7% do fabricante de equipamentos francês Faurecia antes de distribuir o restante aos acionistas da Stellantis. A participação do grupo chinês Dongfeng também será reduzida.

 

400 mil funcionários

O novo grupo Stellantis terá mais de 400 mil funcionários e reunirá 14 marcas emblemáticas, como Citroën e Maserati (que já estiveram unidos brevemente há 50 anos), Fiat e Opel, Peugeot e Alfa Romeo, Chrysler, Dodge, ou Jeep.

 

– Nunca tive tanta vontade de viver um momento da história como hoje – disse o presidente do conselho de supervisão da PSA, Louis Gallois, que se aposentará após a fusão.

 

Nos documentos apresentados às autoridades financeiras, PSA e Fiat consideram que a fusão custará € 4 bilhões (US$ 4,9 bilhões) e que as sinergias permitirão economizar com o tempo até € 5 bilhões (US$ 6,13 bilhões) por ano.

 

– Graças a sua união com a PSA, a Fiat-Chrysler poderá reforçar sua presença na Europa – afirmou Giuseppe Berta, professor da Universidade Bocconi de Milão e especialista em Fiat. – E o grupo francês colocará novamente um pé nos Estados Unidos, graças a seu aliado ítalo-americano.

 

A fusão entre a Fiat Chrysler e a PSA foi anunciada poucos meses após o fracasso nas negociações da Fiat com a também francesa Renault. Na época, o governo francês se opôs ao negócio. Desta vez, já deu sinais de que o aprova. Uma das principais razões para a mudança de comportamento é que a sinergia com a fusão não prevê fechamento de fábricas.

 

Fonte: o Globo