Degradação ambiental e práticas de marketing que estimulam o consumo de alimentos ultraprocessados, bebidas açucaradas, álcool e tabaco estão entre principais vilões
De acordo com o relatório ‘Um Futuro para as crianças do mundo?‘, nenhum país está protegendo adequadamente a saúde, o ambiente e o futuro das crianças que vivem em seus territórios.
O relatório é fruto do trabalho de uma comissão composta por mais de 40 especialistas em saúde de crianças e adolescentes de todo o mundo. Essa comissão foi convocada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e pela revista científica The Lancet.
Segundo a publicação, as principais ameaças ao futuro das crianças são a degradação ecológica e as mudanças climáticas e as práticas de marketing que estimulam o consumo de alimentos ultraprocessados, bebidas açucaradas, álcool e tabaco.
De acordo com o relatório, estima-se que cerca de 250 milhões de crianças com até 5 anos que vivem em países de baixa e média renda correm o risco de não atingir seu potencial de desenvolvimento pleno.
O estudo utilizou um novo índice global de 180 países, e comparou o desempenho no desenvolvimento de crianças, com base nas medidas de sobrevivência e bem-estar infantil.
Entre os países que possuem melhores chances de sobrevivência e bem-estar estão a Noruega, Coreia do Sul e Holanda, enquanto os países com as piores chances são a República Centro-Africana, Chade, Somália, Níger e Mali.
Além das ameças ambientais, o relatório apresenta os perigos da exposição excessiva ao marketing entre as crianças e adolescentes. De acordo com as evidências observadas, em alguns países as crianças veem até 30 mil anúncios na televisão em um único dia.
Além disso, a exposição dos jovens a anúncios de cigarros eletrônicos aumentou 250% nos Estados Unidos em dois anos, chegando a atingir 24 milhões de jovens.
O marketing comercial de junk food e bebidas está associado à compra de alimentos não saudáveis, que vem resultando no aumento do número de crianças obesas.
O número de crianças e adolescentes obesos aumentou de 11 milhões em 1975 para 124 milhões em 2016. Um aumento de 11 vezes.
Fonte: Nações Unidas Brasil