Paralisação da última quarta-feira (1º) contou com a adesão de milhares de trabalhadores em nível nacional
Em defesa de melhores condições de trabalho, entregadores das plataformas de delivery programam uma nova paralisação para o dia 12 de julho.
A ação dará seguimento ao movimento conhecido como Breque dos Apps, que aconteceu pela primeira vez na última quarta-feira (1º) e reuniu milhares de trabalhadores em São Paulo e em diversas capitais do país.
As imagens dos entregadores circulando coletivamente pelas cidades como forma de protesto foi destaque na mídia brasileira. Entre as demandas que seguem como pautas prioritárias da greve, estão uma remuneração mais justa por meio do estabelecimento de uma taxa mínima por corrida maior do que a atual, assim como um pagamento justo e padronizado entre as plataformas por quilometragem percorrida.
A suspensão imediata de bloqueios sem justificativa, que segundo os organizadores da greve são realizados frequentemente pelas empresas como Rappi, Ifood, Loggi e UberEats, também é uma das principais demandas.
A paralisação que acontecerá em um domingo, também reivindica o fim do esquema de pontuação, que diminui a nota de quem recusa entregas, e ações mais efetivas durante a pandemia da covid-19, com reposição contínua de máscaras e álcool em gel.
Precarização ainda maior
Em meio à crise socioeconômica aprofundada pelo coronavírus, muitos trabalhadores informais buscaram a entrega por meio dos apps para tentar garantir alguma fonte de renda. O serviço foi considerado uma atividade essencial durante a quarentena.
Segundo informações enviadas à reportagem pela Rappi, a plataforma tinha cerca de 200 mil entregadores cadastrados na América Latina até março. Entretanto, com o início da pandemia, houve um aumento de 111% nesse número. O iFood, por sua vez, informa ter recebido mais de 175 mil pedidos de cadastro em março deste ano. Em fevereiro, eram 85 mil.
Apesar do aumento expressivo dos trabalhadores e consequente maior oferta da força de trabalho, as taxas não foram alteradas, comprometendo diretamente a renda dos entregadores.
Uma estudo recente feito pela Rede de Estudos e Monitoramento da Reforma Trabalhista (Remir Trabalho) da Unicamp evidenciou que entre entregadores entrevistados, 60,3% relataram queda na remuneração pré-pandemia.
Outros 27,6% disseram que a renda se manteve e apenas 10,3% disseram que estão ganhando mais dinheiro. A pesquisa ouviu 252 pessoas de 26 cidades entre os dias 13 e 20 de abril por meio de um questionário online.
Fonte: Brasil de Fato