Call Center está entre os serviços essenciais no Decreto feito pelo Governador.
Quarentena terá início a partir da terça-feira (24/03).
Diante do avanço do Coronavírus em nosso país e buscando conter este avanço o governo do estado de São Paulo determinou na tarde do sábado (21/03) a quarentena pelo período de 15 dias. A medida será publicada no Diário Oficial do Estado e terá inicio de validade a partir da terça-feira (24) e segue até o dia 7 de abril.
A quarentena vale para os 645 municípios do estado de São Paulo e irá restringir o funcionamento do comércio, mantendo apenas os serviços essenciais, como da área de Saúde: hospitais, clínicas, farmácias e clínicas odontológicas, públicas ou privadas.
“A partir da próxima terça-feira, 24 de março, nós decretamos quarentena aos 645 municípios do estado de São Paulo por 15 dias, até o dia 7 de abril. Isso implica na determinação, na obrigação, do fechamento de todo o comércio e serviços não essenciais à população em todo o estado de São Paulo pelo período de 15 dias, começando no dia 24 de março, terça-feira, até o dia 7 de abril. Esta medida poderá ser renovada, estendida ou suprimida se houver necessidade, mas ela faz parte das informações que nós temos embasadas da Secretaria de Saúde e do Centro de Controle do Covid-19”, afirmou João Dória (PSDB).
Nos serviços essenciais, no que se refere ao abastecimento, o governador destacou que: transportadoras, armazéns, serviços de transporte público, serviços de call center, pet shops devem continuar funcionando com as orientações dos sanitaristas.
No que se refere a nossa categoria, diante ao decreto as empresas de call center estão entre os serviços essenciais, logo, não há nada que resguarde os salários e os empregos dos trabalhadores e trabalhadoras em Telemakerting que não comparecerem aos locais de trabalho. "Estamos reféns da situação”, destacou o presidente do Sintratel-SP, Marco Aurélio Coelho de Oliveira, que completou, "o ideal era pararmos como todas categorias e termos garantia dos salários, mas visto que foi considerado essencial, precisamos agora definir o que é essencial, e com isso, termos um número bem reduzido trabalhando. Aos demais, é necessário que o governo ajude garantindo o mínimo, renda e os empregos, como nos demais setores."
“Definir o que é essencial de fato é essencial, pois o telemarketing ativo, é essencial neste momento? E o que não for essencial, qual apoio do Governo para essa parcela?”, reforçou o dirigente do sindicato paulista, citando como exemplo a modalidade "ativo", onde realizam ligações aos clientes e/ou realizam ofertas de produtos.
“Além disso, aos essenciais devemos pensar em outro ponto, a redução do número de pontos de atendimentos, menos trabalhadores nos locais de trabalho, até para seguir os protocolos de segurança”, afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Telemarketing de São Paulo, que ainda ressaltou, “estávamos aguardando um decreto para saber como agir, pois se por um lado seria irresponsabilidade dizer a todos e todas que ficassem em suas casas abandonando seus postos de trabalho sem nenhuma garantia, por outro lado, aguardávamos o Estado assumir seu papel, que nesse momento se faz tão necessário, assumindo resguardar o bem estar das pessoas envolvidas, seus empregos e seus salários, uma vez que atravessam o mesmo problema que toda população.
Si resguardar, mas resguardando a saúde e o sustento.
Recebemos inúmeras reclamações de trabalhadores no sindicato devido a ausência de uma determinação que definisse a situação.
Muitos questionam por quê ainda não pararam?
Agora, apesar de vir em boa hora, ainda há demanda de mais detalhamento dessa essencialidade”, concluiu Marco Aurélio, que vai solicitar uma reunião junto ao Poder Público para tentar sanar alguns pontos, como: o que é essencial e proporção de atendentes nas operações.
O Telemarketing realiza atendimentos por telefone que vão desde pedidos de remédios, alimentos (manipulados ou não), serviços de telefonia, luz, água, gás, agendamentos de atendimentos de saúde, enfim, diversos serviços essenciais, que neste momento, onde o distanciamento é colocado como uma precaução e prevenção, se faz necessária a continuidade dessa prestação de serviços e a valorização destes profissionais sempre vistos de maneira negativa por diversos setores da sociedade.
Porém, continuando em funcionamento, para devida segurança as Centrais não podem continuar na mesma proporção que funcionam normalmente, já que em um call center existem operações que podem chegar a centenas, ou até milhares, de atendentes uns ao lado dos outros, o que contraria orientações sanitaristas. Afinal, nesse momento de pandemia ser essencial, não pode ser sinônimo de descartável.
Assim, devemos aguardar os desdobramentos dessas ações para que possamos trazer mais segurança aos locais de trabalho e resultados efetivos a esse processo, que urge por agilidade.