'Momentos extremos exigem medidas extremas', disse o prefeito durante coletiva na manhã desta quinta (7). Medida valerá em toda a cidade, a partir de segunda (11), durante as 24h do dia, inclusive aos sábados e domingos.

 

A prefeitura de São Paulo vai limitar a circulação de carros na cidade por meio de um esquema de um rodízio ampliado e mais restritivo. A medida foi anunciada na manhã desta quinta-feira (7) pelo prefeito Bruno Covas (PSDB). "Momentos extremos exigem medidas extremas", afirmou Covas.

A partir de segunda-feira (11), carros com placas de final par só poderão rodar em dias da semana pares e veículos com final ímpar, nos dias ímpares. A medida vale para toda a cidade, não apenas o centro expandido, durante as 24 horas do dia, inclusive aos sábados e domingos.

Ou seja, no dia 11, quando a restrição entra em vigor, apenas carros com final ímpar poderão circular.

"Essa é uma medida necessária para que a gente evite ter que decretar o lockdown na cidade de São Paulo", defendeu o prefeito durante coletiva de imprensa virtual.

Resumo da medida:

rodízio de carros passa a valer a partir desta segunda (11) para toda a cidade e não apenas no centro expandido

carros com placa final par (0, 2, 4, 6 e 8) só poderão circular nos dias da semana pares

carros com placa final ímpar (1, 3, 5, 7 e 9) só poderão circular nos dias da semana ímpares

medida vale durante as 24h do dia e inclui sábados e domingos

táxis são isentos

motoristas de aplicativos terão de rodar nos seus dias de placas, ou seja, par ou ímpar. O mesmo vale para funcionários de padarias, supermercados, pet shops, lotéricas, farmácias e demais funcionários de serviços comerciais

a exceção será concedida apenas aos profissionais de saúde (médicos, técnicos, enfermeiros, funcionários que trabalham em hospitais) e ao setor de abastecimento (energia, gás, água)

veículos de imprensa são isentos desde que sejam cadastrados

circulação de motos está liberada

Secretário de Mobilidade e Transportes tira dúvidas sobre rodízio extremo na Capital

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O número de mortes pelo coronavírus continua aumentando e chegou a 1.910 na capital, com 23.187 casos. A taxa de isolamento social na cidade, única forma de prevenção contra a doença, por outro lado, continua em queda, com 47% de adesão, segundo último índice divulgado.

O número é considera abaixo da média mínima desejada para conter o avanço da pandemia e possibilitar medidas futuras de relaxamento da quarentena.

"Todas as ações que nós tomamos na cidade, desde fevereiro, fizeram com que a gente evitasse 30 mil mortes. É preciso lembrar que as ações fizeram com que a gente salvasse 30 mil vidas. Aa preservação da vida é o bem maior a ser tutelado pela prefeitura, e a razão pela qual a gente agora anuncia esse rodizio", afirmou Bruno Covas.

Por conta da ampliação do rodízio, a prefeitura afirmou que irá ampliar a frota de ônibus na cidade.

"A partir de segunda-feira (11), teremos mil ônibus acrescentados na rede municipal de transporte e mais 600 que ficarão nos bolsões, para caso a SPTrans observe a necessidade, eles sejam incrementados", disse Covas.

Profissionais da saúde

Segundo a prefeitura, a liberação da medida será concedida apenas a funcionários da área da saúde. Os demais trabalhadores de serviços essenciais deverão seguir as regras do novo rodízio.

Os profissionais de saúde terão até dez dias para acionar a prefeitura para que sejam cadastrados e liberados de multas. Quem já tinha a isenção anteriormente, como é o caso dos médicos, segue autorizado.

"Após esse prazo de dez dias, caso não aconteça o cadastro, aí sim, recebendo a notificação, criamos juntas específicas para analisar a questão. Havendo a comprovação, a multa será cancelada", afirmou o secretário municipal de Transportes, Edson Caram.

Profissionais de saúde devem enviar a solicitação para: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. "Vamos tornar um canal aberto com todo esse pessoal da área médica para criar esse cadastro o mais rápido possível", afirmou o secretário.

Ações educativas

Na noite de terça (5), o prefeito Bruno Covas suspendeu as interdições no trânsito. A medida foi usada por dois dias como uma tentativa de elevar o índice de isolamento social na capital paulista.

"O bloqueio de avenidas não surtiu o efeito desejado, não adiantou para conter as pessoas dentro de casa. Razão pela qual a gente anuncia o retorno do rodizio na cidade. (...) Essa medida é necessária para que a gente possa continuar a restringir", defendeu Covas durante a coletiva.

Após reclamações de profissionais dos serviços essenciais e complicações no trânsito, a gestão municipal decidiu manter apenas as intervenções pedagógicas com enfoque na prevenção da Covid-19.

Segundo CET, nesta quinta-feira (7), as ações ocorreram nas Avenidas Vital Brasil com Avenida Corifeu de Azevedo Marques; na Zona Oeste, e nas Avenidas Edgar Facó, esquina com Avenida Paula Ferreira, na Zona Norte.

Na Zona Norte, a ação gerou lentidão e afetou o trânsito da Marginal Tietê.

 

Os bloqueios parciais começam a partir das 7h e ocorrem até as 9h. Nesses pontos, agentes de saúde fazem exibições de mensagens aos motoristas, lembrando sobre as medidas essenciais para prevenir a disseminação da doença.

Ministério Público

A suspensão das interdições aconteceu após muita reclamação de funcionários da saúde, que foram barrados nesses bloqueios criados pela administração municipal.

O episódio gerou a abertura de um inquérito civil público por parte do Ministério Público do estado de São Paulo para apurar a medida aditada pela gestão municipal.

Fonte: G1