Na noite do dia 18 de junho, o Sintratel realizou uma confraternização em celebração ao Mês do Orgulho LGBT+, reunindo dezenas de trabalhadores e trabalhadoras da categoria de teleatendimento no coração de São Paulo: a Praça da República, local histórico de resistência da comunidade LGBT+. O evento foi marcado por festa, cores, música e, principalmente, pela reafirmação de um compromisso político com a diversidade, o respeito e a inclusão.
A confraternização contou com a presença da diretoria do Sintratel, além de trabalhadores/as de diversas empresas do setor. Assessores políticos também prestigiaram o encontro, que reforçou a importância da luta LGBT+ dentro e fora dos locais de trabalho.
“A defesa dos direitos da comunidade LGBT+ sempre fez parte da nossa história”, afirmou Marco Aurélio, presidente do Sintratel. “Assim como o 8 de março, o Dia da Consciência Negra e o Dia do Operador de Telemarketing (4 de julho), o mês de junho é um marco de luta para nós. Atuamos desde os primeiros passos de politização da Parada LGBT+, quando tudo ainda acontecia nas casas noturnas. Para o Sintratel, isso é natural: a população LGBT+ representa uma parte significativa da nossa categoria. Estima-se que mais de 200 mil trabalhadores LGBT+ atuem no setor de teleatendimento no Brasil, e o respeito à diversidade está previsto na nossa Convenção Coletiva de Trabalho.”
Um dos pontos altos do evento foi a presença da artista e ativista Salete Campari, que falou: “O telemarketing é uma das áreas com mais trabalhadores discriminados. Eles enfrentam abusos diariamente. É importante que eventos como esse aconteçam o ano todo, não só em junho. A Parada é linda, mas o respeito tem que estar presente em todas as épocas, na hora de contratar uma pessoa trans, uma pessoa negra, a pessoa gorda. A comunidade LGBT+ existe todos os dias do ano, não só no mês do orgulho.”
Paulo Martins, diretor de Igualdade nas Relações de Trabalho do Sintratel, destacou um avanço importante: “Este ano criamos o Coletivo LGBT+ dentro do sindicato, uma conquista que vínhamos buscando há muito tempo. Mas é só o começo. Não basta fazer festa: é preciso fazer política, dialogar com os trabalhadores e construir ações permanentes de acolhimento e inclusão.”
A noite contou ainda com falas de apoio e reconhecimento. Edson Bertoldo, secretário de Políticas Sociais da CUT-SP, elogiou o trabalho do sindicato: “O Sintratel é um exemplo. A maioria dos trabalhadores do setor é invisibilizada, discriminada e muitas vezes nem sabe a quem recorrer. Vou levar as cláusulas da Convenção Coletiva voltadas à comunidade LGBT+ para apresentar a outros sindicatos da CUT em São Paulo e em todo o Brasil.”
Representando o deputado estadual Luiz Claudio Marcolino, a assessora, Valéria Rodrigues, reforçou a relevância política do evento: “O Sintratel mostra que é possível abrigar todas as lutas necessárias por inclusão e respeito. Em um momento em que a categoria foi injustamente atacada por uma matéria do Fantástico, que tentou associar operadores de telemarketing a fraudes no INSS, eventos como este reafirmam a dignidade da nossa classe.”
Também presente, Beto de Oliveira, chefe de gabinete da deputada estadual Leci Brandão, celebrou a atuação do sindicato: “O Sintratel representa a diversidade da juventude brasileira. É um sindicato que está na raiz da luta e sabe também valorizar e comemorar as diferenças. Essa é uma forma de ser brasileiro que precisamos resgatar: reconhecer, respeitar e celebrar todas as formas de existência.”
Mais do que uma festa, a noite foi uma manifestação de resistência e pertencimento. Uma prova de que é possível — e necessário — transformar os espaços de trabalho em ambientes mais humanos, diversos e acolhedores. E o Sintratel, há 32 anos na luta pelos direitos da categoria, segue como referência nacional quando o assunto é lutar com coragem, celebrar com consciência e garantir respeito com ações concretas.