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Novos registros cartográficos mostram que ditadura militar agiu para apagar a história dos Avá-Guarani que ocupavam o território antes da construção da hidrelétrica. Augusto Aras, chefe do MPF, pediu extinção da ação reparatória à etnia

 

Mapas e registros cartográficos inéditos, analisados por Paulo Tavares, professor e pesquisador da UnB (Universidade de Brasília), mostram em detalhes como era a presença indígena na área da usina hidrelétrica de Itaipu, no Paraná, antes das obras e da consequente inundação do local, na década de 1970.

 

Para Tavares, o sigilo sobre as imagens aponta a intenção da ditadura militar (1964-1985) e órgãos de Estado de aplicar uma “estratégia perversa” para expulsar famílias Avá-Guarani de suas terras e abrir espaço para a usina e para a colonização da área, atropelando a comunidade e sua cultura. Procurado pela reportagem, o Exército informou que não se manifesta em “processos em andamento em outros órgãos”.

 

Os mapas, analisados pelo pesquisador e reunidos no estudo Atlas do Desterro, confirmam a presença de indígenas em 1967, com roçados e ocupação do solo, em Oco’y Jakutinga (onde hoje está construída Itaipu) — fato que os militares tentaram esconder. “A evidência fotográfica é irrefutável”, afirma.

 

 

O Atlas compõe uma nova leva de documentos feitos a pedido da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal, que trata de questões relacionadas às comunidades guaranis.

 

Os novos estudos foram feitos depois que o procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu que o STF (Supremo Tribunal Federal) arquivasse a ação de reparação de danos aos Avá-Guarani — pedido que foi acatado pelo ministro Alexandre de Moraes.

 

A ação, que previa pagamento bilionário (R$ 150 milhões por ano desde a construção da usina) aos indígenas pela reparação dos danos provocados pelo Estado, foi arquivada sem julgamento do mérito.

 

Apagando a presença indígena

Órgãos como Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária ) e Funai (Fundação Nacional do Índio), além de Itaipu, fizeram registros cartográficos em que mostravam os indígenas em área muito menor do que a que realmente ocupavam. A presença, diz Tavares, nunca foi corretamente registrada em mapas feitos pelo governo militar propositalmente.

 

Contatados pela reportagem, Incra e Funai afirmaram, através de suas assessorias, que não irão se manifestar.

 

Itaipu informou, em nota enviada à reportagem, “que não houve violação aos direitos dos povos indígenas com a construção da usina”. A empresa afirma ainda que “o reassentamento foi feito de forma rigorosamente legal, cercado de cuidados para preservar todos os direitos dos assentados. A nova área de terras escolhida pela comunidade proporcionou melhores condições de vida (habitação, saúde, educação, alimentação, entre outros).” Leia a resposta na íntegra.

 

Em 1977, por exemplo, a presença indígena é indicada em mapa feito por Itaipu com uma pequena área de ocupação indígena (veja pequena faixa em vermelho), ignorando registros anteriores que afirmavam que as comunidades ancestrais estavam por toda a região.

 

 

Imagens de satélite analisadas pelo pesquisador da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB revelam também o avanço do desmatamento na região de Oco’y Jakutinga entre 1968 e 1978, a ocupação das terras por colonos e posseiros e o consequente ‘deslocamento forçado’ dos indígenas que ali viviam. 

 

Dodge pediu indenização; Aras extinguiu a ação

Augusto Aras pediu a extinção da ação pouco mais de um mês depois de sua posse como procurador-geral da República e cerca de um mês depois de sua antecessora, Raquel Dodge, ter proposto a ação indenizatória à etnia pelas violações sofridas na construção de Itaipu. 

 

Aras foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fora da lista tríplice, que é resultado de eleição entre procuradores e até então o protocolo informal para ascensão ao cargo de procurador-geral.

 

Segundo entrevista à época, Aras afirmou que o assunto era complexo e que faltavam nos documentos provas da representatividade coletiva. “É difícil listar com exatidão a quantidade de aldeias ou parcialidades que havia no momento exato do alagamento de Itaipu”, disse. Procurado, o MPF informou, que uma entrevista com um representante não seria possível e que o inquérito civil público segue em análise.

 

Para Dodge, no entanto, a vasta documentação já mostrava que a indenização teria que ser dada à etnia. “Por isso, quando ajuizei a ação, entendi que não era nominal, mas em favor dos Guarani”, afirmou. “Os indígenas não tiveram acesso à Justiça para ter direito à indenização. Os direitos deles foram sucessivamente negados como povo, comunidade, habitantes e como brasileiros.”

 

Casas e roçados queimados

Além do loteamento feito pelo Incra, há a denúncia de que a empresa Itaipu também esteve diretamente envolvida com a queima de casas e roçados guarani para expulsá-los da área. Fotografias reveladas pela Comissão Nacional da Verdade do Paraná em 2017 mostram funcionários de Itaipu posando em frente a várias casas guarani em chamas.

 

Estes servidores trabalhavam para o setor jurídico da empresa, que era informalmente conhecido como “diretoria de desapropriações.”

 

 

Funcionários de Itaipu posam em frente a casas guarani em chamas, em fotos que foram reveladas em 2017 na Comissão da Verdade

Segundo as conclusões da comissão, a queima de casas constitui o “modus operandi” da “diretoria de desapropriações” de Itaipu nas ações de remoção das famílias guarani.

 

Pela data em que estas fotos foram feitas, em julho de 1981, pode-se assumir que são imagens de Oco’y-Jakutinga, uma das últimas aldeias guaranis que ainda resistia na área que seria inundada.

 

 

Imagens de satélite da região de Oco’y-Jakutinga em 1968 e 1978, com a invasão de colonos e posseiros em área antes povoada por indígenas

O cacique Lino Cesar Cunimi Pereira lembra quando a comunidade onde vivia foi alagada por Itaipu. “Eu tinha 7 anos. Lembro de arrancarem a gente de lá à força, de queimarem nossas casas. Era muita queimada. Fizeram muita coisa que não deveria ter acontecido”, afirmou à reportagem.

 

Loteamento de área no Paraná

Muitos guaranis fugiram para o Paraguai, outros foram expulsos e tiveram suas aldeias queimadas. Famílias remanescentes ficaram numa faixa de mata nativa às margens do rio (hoje a Terra Indígena Ocoí).

 

A colonização e o loteamento do oeste do Paraná, induzida pelo governo brasileiro pelo menos desde a década de 1940, ganhou fôlego em 1971, quando o então presidente Emílio Garrastazu Médici autorizou a expropriação de terras da região de Oco’y-Jakutinga por meio de um programa do Incra de distribuição de lotes a invasores, colonos e famílias indígenas.

 

 

Mapa elaborado pelo Incra em 1977, marcando os lotes que seriam destinados às famílias guarani de Oco’y-Jakutinga

Tratar os guarani como “colonos” não-indígenas é, na avaliação do estudo, uma forma de escapar da legislação em vigor — que exigia a devida remoção e demarcação de suas terras — e descaracterizar sua identidade, sua ancestralidade e seu território.

 

‘Invasores em suas próprias terras’

“No decreto, a ditadura ignora a presença de indígenas e aproveita para tentar ‘apagar’ seus direitos, mesmo que vários órgãos de Estado tivessem ciência sobre a presença indígena nesta área há décadas”, escreve o pesquisador.

 

 

“A distribuição [de lotes] aos indígenas como se estes fossem colonos enquadrava estas comunidades como invasores em suas próprias terras, alheios aos territórios que lhes pertenciam desde tempos imemoriais”, afirma Tavares.

 

O pesquisador avalia que o problema do loteamento da área indígena é não só considerá-los como invasores de seus próprios territórios, mas também a desconfiguração identitária sofrida por eles — que passaram a ter propriedade privada — em detrimento das áreas e da cultura da coletividade.

 

Daí a característica “perversa” citada pelo pesquisador. Ao final do processo de expulsão dos Avá-Guarani, a área demarcada como terra indígena em 1982 foi de 250 hectares — ante a demanda inicial de 1.500, que hoje pode ser vista rodeada de lotes no mapa abaixo.

 

Ministério Público aponta violações contra os indígenas

A demora de resposta do MPF pode ter um custo elevado aos Avá-Guarani, que há décadas sobrevivem em condições de vulnerabilidade — custo que deve ser amplificado pela pandemia.

 

 

“Isso mostra como a realidade impunha necessária urgência desta ação [de indenização]. Agora, corremos o risco do perecimento de testemunhas oculares, que viram e sentiram as atrocidades cometidas contra a comunidade”, afirma o advogado André Dallagnol, que atua na defesa da comunidade indígena.

 

A série histórica de violações contra os indígenas é documentada inclusive por investigações do próprio Ministério Público. O último relatório, de abril de 2019, revisou cerca de 200 documentos e confirmou violações de direitos humanos que os ancestrais da comunidade repetem há décadas: famílias separadas, remoções forçadas, cemitérios indígenas destruídos e áreas sagradas inundadas na construção da hidrelétrica.

 

 

 

Funcionários de Itaipu posam em frente a casas guarani em chamas, em fotos que foram reveladas em 2017 na Comissão da Verdade

 

 


Imagens de satélite da região de Oco’y-Jakutinga em 1968 e 1978, com a invasão de colonos e posseiros em área antes povoada por indígenas

 

 

 

 

Mapa elaborado pelo Incra em 1977, marcando os lotes que seriam destinados às famílias guarani de Oco’y-Jakutinga 

 

 

 

 

 

Fonte: Repórter Brasil

O abandono legal e social que marca o trabalho dos entregadores por aplicativos lembra a situação os operários do início do século XX. Como exemplo mais bem acabado da precarização do trabalho, resultante de uma política econômica antissocial e, sobretudo, da reforma trabalhista de 2017, a figura do entregador reflete as ideias das classes dominantes sobre os direitos trabalhistas.

 

Ideias que foram expostas com muita clareza, e sem pudor, pelo gerente financeiro da empresa iFood, Diego Barreto, no artigo “Novas relações de trabalho”, publicado no jornal Valor Econômico, no dia 24/7.

 

Barreto defende que o emprego com registro em carteira é uma forma velha e desgastada de contrato. Segundo ele os “velhos” modelos de negócio e do vínculo empregatício cria uma percepção de segurança, mas, por outro lado exclui “cerca de metade da população que trabalha”. Ele diz ainda que “A nova economia inclui todos, independentemente de sexo, cor, idade, classe social ou experiência prévia”.

 

Sobre a relação do Ifood com os entregadores, o gerente lança mão de uma argumentação contraditória para justificar a precarização. Em suas palavras “Equilibrar os benefícios para todos os participantes das novas relações de trabalho nascidas no contexto da velha economia, por exemplo, requer dos formuladores de políticas públicas que se libertem da limitação ‘trabalhador sinônimo de empregado celetista’”.

 

Nesta mesma linha da incompatibilidade entre o tipo de trabalho que defende e o Estado no qual ele opera, Barreto reivindica uma “uma rede de segurança social capaz de abranger o conjunto dos brasileiros que atuam por conta própria – e não apenas os que trabalham com aplicativos”.

 

Ele diz ainda que “quem precisa ganhar o pão de cada dia não pode esperar” e exalta o MEI como uma forma de “acesso dos trabalhadores independentes à proteção social” o que, segundo ele, “comprova que é possível proteger todo trabalhador independente”.

 

Ideias confusas e contraditórias

 

As ideias que o empresário defende sobre os direitos trabalhistas são confusas e cheias de contradições.

 

Em primeiro lugar não é verdade que a CLT exclui a população das proteções que ela oferece empurrando o trabalhador para a informalidade. Isso é um efeito em cadeia que começa com o empregador que se nega a respeitar tais direitos. Os direitos previstos na CLT existem para formar uma classe trabalhadora forte, com poder de compra, para formar um mercado consumidor, que alimenta as empresas e também o Estado através do pagamento de impostos.

 

Quando Barreto afirma que a “nova economia inclui todos”, ele não deixa claro em que condições se dá esta inclusão. Ele fala em “sexo, cor, idade, classe social ou experiência prévia”, como um abrangente perfil do trabalhador. Mas é importante notar que a lei não pode ser tão genérica e deve sim distinguir perfis de trabalhadores e tipos de trabalho. Alegar que se trata de uma nova economia que inclui todos pode parecer uma frase bonita, mas ela remonta à exploração do início da revolução industrial que dispunha, sem distinção, do trabalho de menores, idosos, gestantes etc. Ainda sobre este ponto, é também importante que em alguns casos a experiencia prévia seja exigida sim. Não como forma de elitizar o mercado, mas como forma de assegurar a saúde e a segurança do trabalhador no exercício de sua profissão.

 

Em seu artigo, Barreto defende um tipo de trabalho nos moldes do mais radical liberalismo, e que condena a proteção trabalhista oferecida pela CLT. Mas, contraditoriamente, afirma que cabe aos “formuladores de políticas públicas” regular as desproporções presentes no trabalho dos entregadores e nos rendimentos dos executivos dos aplicativos.

 

Ora, o Estado deve sim fazer isso! Talvez ele não tenha se dado conta (ou finge que não entendeu) que esta “rede de proteção social” é justamente a razão de ser da CLT e que, por outro lado, a realidade do Brasil hoje, onde se estabelece o Ifood, bem como dos demais serviços do tipo, é, desde 2017, a do desmonte desta rede de segurança social. E é exatamente por causa desse desmonte que tantos jovens se dispõe a esse tipo de trabalho precário.

 

Velhas novas ideias

 

Travestidas de novas e modernas, as ideias de Diego Barreto retrocedem ao início da industrialização no Brasil, quando as leis trabalhistas eram tênues, difusas e não fiscalizadas, quando não havia sindicatos e as empresas impunham suas regras de exploração ao trabalhador.

 

É uma grande mentira, repetida por liberais decadentes com a esperança de que possam mudar o passado e impor essa “verdade”, que a proteção ao trabalhador prevista na CLT inibe a geração de empregos. Sob a CLT o país cresceu e se urbanizou. Grandes industrias e um pujante setor de serviços se formou no Brasil guiados pela bussola da CLT.

 

Por outro lado, após a aprovação da famigerada reforma trabalhista, sob o argumento de que baratear o emprego geraria o ambiente competitivo capaz de aquecer a economia e que isso beneficiaria o trabalhador, o que se verificou foi o aumento do desemprego, uma explosão de trabalhos regados à superexploração e precarização, além de um assombroso rebaixamento da proteção social, configurados sobretudo no aumento da pobreza.

 

Leis trabalhistas são a marca de um Brasil mais moderno e urbano

 

A CLT tem 77 anos. O trabalho escravo no Brasil durou 330 anos. São apenas 77 anos em que o trabalhador tem acesso a um mínimo de proteção social contra mais de 3 séculos em que o trabalhador não apenas não tinha nenhum direito, como era uma propriedade do patrão. Importante notar que a abolição da escravidão e o advento do trabalho assalariado não foi resultado de um processo revolucionário, de revolta e insurgência popular. Embora essas revoltas tenham existido e tenham pressionado para o fim daquele regime desumano, a transição foi feita por cima, elaborada e executada pela elite, que naquele caso era a monarquia, interessada em se adequar às demandas do capitalismo.

 

Com isso, mesmo que a escravidão tenha sido extinta em 1888, a mentalidade escravocrata permaneceu nas relações entre patrões e trabalhadores e se perpetuou anos a fio como um pilar destas relações. Não é exagero dizer que convivemos com vestígios dela ainda hoje.

 

A conquista da CLT, neste contexto histórico, representou uma ruptura radical com a mentalidade escravista. E sua implementação forçou a sociedade a desenvolver uma nova visão não apenas das relações de trabalho, mas também sobre o trabalhador, que passa a ser visto como cidadão.

 

Setenta e sete anos não é um período longo, se considerarmos sob este ângulo. Mais do que isso, se considerarmos que estas 7 décadas da CLT foram entrecortadas por períodos de ditadura e governos repressivos, como o fim do Estado Novo, o governo Dutra e a ditadura militar, e que esta proteção social aconteceu e se desenvolveu de forma combinada com liberdade política e cultural sobretudo, após a Constituição de 1988, temos um período muito curto de evolução da cidadania no Brasil.

 

Isso mostra que a CLT não é velha. Ao contrário disso, ela é resultado da organização de trabalhadores em torno da defesa de direitos e dignidade e marca um processo de modernização do país. Um processo que rompeu com as oligarquias rurais, de mentalidade escravocrata e imperial e que inseriu o trabalhador na sociedade.

 

O discurso que hoje condena a CLT como um entrave à oferta de trabalho, este sim é velho. Ele remonta à um Brasil colonial, à passagem do trabalho escravo ao trabalho assalariado, onde os senhores, ainda impregnados da visão escravista, consideravam que os novos assalariados não tinham direito nenhum.

 

Desde meados da segunda década do século 21, entretanto, os avanços civilizatórios conquistados pelos brasileiros sofrem graves ameaças configuradas em um renascimento da extrema direita. Ao contrário dos eventos que culminaram com a CLT, o retrocesso social que vivemos hoje baseia-se na retirada de direitos e na desvalorização do trabalho.

 

Se por um lado a CLT baseou a formação de uma classe média consumidora de produtos e serviços, por outro, seu desmonte congregado principalmente na reforma trabalhista e refletido no trabalho dos entregadores por aplicativos, faz o caminho inverso, retirando a população da classe média e a jogando-a na pobreza e no abandono.

 

Jogando-a em uma situação em que a sobrevivência, imperativa, baseia-se na lógica exposta por Barreto “quem precisa ganhar o pão de cada dia não pode esperar”.

 

Carolina Maria Ruy é jornalista e coordenadora do Centro de Memória Sindical

Inicialmente previsto para 13 de julho, início da reabertura já havia sido adiado para 3 de agosto.

O governo adiou mais uma vez a reabertura gradual das agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), fechadas por conta da pandemia do coronavírus.

A reabertura estava prevista inicialmente para 13 de julho, e uma primeira prorrogação determinava a retomada gradual do atendimento presencial a partir de 3 de agosto. Agora, o governo prevê o início da reabertura para 24 de agosto.

Com isso, fica prorrogado o atendimento por meio dos canais remotos até a sexta-feira anterior, dia 21 de agosto.

O INSS suspendeu o atendimento presencial no final de março como medida de enfrentamento da epidemia do coronavírus.

Mesmo após a reabertura, o tempo de funcionamento das agências será parcial, com seis horas contínuas, e o atendimento presencial será restrito exclusivamente:

aos segurados e beneficiários com prévio agendamento pelos canais remotos (Meu INSS e Central 135);

e a serviços que não possam ser realizados por meio dos canais de atendimento remotos, a exemplo da perícia médica, avaliação social, reabilitação profissional, justificação administrativa e cumprimento de exigências.

No país, existem 1.525 agências da Previdência Social. Segundo o INSS, antes da reabertura, cada unidade irá avaliar o perfil do quadro de servidores e contratados, o volume de atendimentos realizados, a organização do espaço físico, as medidas de limpeza e os equipamentos de proteção individual e coletiva.

"As unidades que não reunirem as condições necessárias para atender o cidadão de forma segura, continuarão em regime de plantão reduzido", informou o INSS. "O INSS irá disponibilizar um painel eletrônico contendo informações sobre o funcionamento das agências da Previdência Social, os serviços oferecidos e o horário de funcionamento", diz o órgão em nota.

Exigência de recadastramento de aposentados segue suspensa

Segue suspensa, até 30 de setembro, a exigência de recadastramento anual de aposentados e pensionista, de acordo com instrução normativa do Ministério da Economia publicada no DOU.

 

Fonte: G1

Muitas coisas que temos no nosso cotidiano foram criadas ou aprimoradas por inventores negros, incluindo escravizados. A influência deles passa por itens como lâmpadas, elevadores, máquinas de costura e semáforos. Um único inventor afro-americano registrou mais de 60 patentes ao longo de sua vida

Quando pensamos em grandes inventores, geralmente os primeiros nomes que nos vêm à mente são de pessoas brancas. Lembramos de inventores como Thomas Edison, o criador da lâmpada elétrica incandescente; Alexander Graham Bell, protagonista dos primeiros passos da implantação do telefone como meio de comunicação de massas; Alberto Santos Dumont, pioneiro da aviação, entre outros.

O que muitas pessoas não sabem (ou pelo menos não lembram com frequência) é que inventores negros, incluindo escravizados, criaram ou aprimoraram muitas coisas que facilitaram a nossa vida, apesar de terem sido ignorados nos livros de história pelo mundo.

O afro-americano Benjamin Montgomery, nascido na escravidão em 1819, inventou uma hélice de barco a vapor projetada para águas rasas. Esta foi uma invenção valiosa, pois facilitou a entrega de alimentos e itens críticos. Montgomery tentou solicitar uma patente. O pedido foi rejeitado devido ao seu status de escravo. O sistema de patentes, que começou oficialmente em 1787 nos Estados Unidos, não estava aberto aos afro-americanos nascidos de escravos, pois não eram considerados cidadãos.

Essa barreira não impediu que os afro-americanos inventassem e que suas patentes fossem exploradas. De acordo com uma pesquisa feita por Shontavia Johnson, advogada e professora de Direito de Propriedade Intelectual da Drake University, os proprietários muitas vezes tomavam crédito por invenções escravas.

A própria lâmpada foi inventada por Thomas Edison, mas a inovação usada para criar lâmpadas mais duradouras com um filamento de carbono veio do inventor afro-americano Lewis Latimer. Latimer, filho de escravizados fugitivos, começou a trabalhar em um escritório de advocacia depois de servir nas forças armadas da União durante a Guerra Civil. Ele foi reconhecido por seu talento na elaboração de patentes e foi promovido a chefe de desenhista, tendo participado da invenção de um banheiro aprimorado para trens ferroviários.

O uso de elevadores na vida cotidiana impede as pessoas de se comprometerem com longas e cansativas subidas de vários lances de escada. Antes das portas automáticas, as pessoas tinham que fechar manualmente as portas do poço e do elevador antes de andar. Quando a filha do inventor afro-americano Alexander Miles caiu quase fatalmente no poço, ele decidiu desenvolver uma solução. Em 1887, ele patenteou um mecanismo que abre e fecha automaticamente as portas do poço do elevador e seus projetos são amplamente refletidos nos elevadores usados hoje.

Filho de um escravizado e com apenas o ensino fundamental, o inventor negro Garrett Morgan foi responsável por várias invenções importantes, incluindo uma máquina de costura aprimorada e a máscara de gás. No entanto, uma das invenções mais influentes de Morgan foi o semáforo aprimorado. Sem sua inovação, os motoristas de todo o país seriam direcionados por um sistema de duas luzes.

Frederick McKinley Jones registrou mais de 60 patentes ao longo de sua vida, incluindo uma patente para o sistema de refrigeração montado no teto usado para refrigerar mercadorias em caminhões durante o transporte prolongado em meados da década de 1930. Ele recebeu uma patente por sua invenção em 1940 e foi cofundador da Thermo Control Company dos EUA, mais tarde conhecida como Thermo King. A empresa foi muito importante durante a Segunda Guerra Mundial, ajudando a preservar sangue, alimentos e suprimentos durante a guerra. Graças a Jones, os produtos congelados ficaram mais acessíveis e são consumidos no mundo todo.

Além desses, muitos outros itens do nosso cotidiano tiveram a participação de inventores negros, incluindo um dos uísques mais vendidos do mundo.

Material tem como foco os impactos do isolamento social na saúde mental durante a pandemia de Covid-19, principalmente no espaço educacional

O Instituto Ame Sua Mente elaborou dois guias para dialogar com os novos desafios e questionamentos ligados aos impactos emocionais da pandemia de Covid-19.

A produção dos guias foi realizada por meio do projeto Cuca Legal, do Ame Sua Mente Escolas, que faz parte do Instituto, uma organização não governamental associada à Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

O instituto desenvolveu os materiais com foco em alunos e docentes que viram suas rotinas mudarem de uma hora para outra com o avanço da pandemia de Covid-19, e que precisarão passar por uma nova adaptação quando as escolas reabrirem.

Os guias visam qualificar o debate acerca de temas relevantes para a comunidade escolar em meio à pandemia e no processo de retomada ao convívio presencial.

Além disso, o material busca fortalecer professores e gestores com recomendações relacionadas aos cuidados com a saúde mental.

Para acessar o ‘Guia prático de saúde mental em tempos da Covid-19’, clique aqui.

Para acessar o ‘Guia Volta às Aulas’, clique aqui.

Fonte: Observatório do 3º Setor

O Brasil perdeu 1.198.363 de postos de trabalho com carteira assinada no primeiro semestre do ano, no pior resultado para o período desde o início da série histórica do Ministério da Economia, em 2010. O número é a diferença entre entre 6.718.276 contratações e 7.916.639 demissões. As vagas cridas no mesmo período somam 408.500.

O resultado é atribuído à pandemia do coronavírus, que provocou o fechamento de diversas atividades econômicas no país.

Só em junho foram fechadas 10.984 vagas com carteira, no pior resultado para o mês desde 2016 (-91.032 vagas).

Mas. embora número seja pior que o registrado em junho de 2019 (+48.436), foi observada uma desaceleração no ritmo de perda de vagas em relação aos meses anteriores, também afetados pela pandemia.

 

junho: -10.984 vagas

maio: -350.303 vagas

abril: -918.286 vagas

março: -259.917 vagas

Os dados, que foram divulgados hoje (28) pelo Ministério da Economia, são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e consideram apenas os empregos com carteira assinada. Existem outros números sobre desemprego apresentados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que são mais amplos, pois levam em conta todos os trabalhadores, com e sem carteira. A última Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua registrou que o Brasil tinha, em média, 12,7 milhões de desempregados no trimestre encerrado em maio.

Veja a seguir o desempenho de cada setor segundo os dados do Caged:

 

Serviços: -44.891 vagas

Comércio (inclui reparação de veículos automotores e motocicletas): -16.646 vagas

Indústria: -3.545 vagas

Construção civil: +17.270 vagas

Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura: +36.836 vagas

 

Sudeste lidera fechamento de vagas

 

Na análise por regiões do país, o Sudeste teve o pior desempenho, enquanto o Centro-Oeste teve o melhor saldo:

 

Sudeste: -28.521 vagas

Nordeste: -1.341 vagas

Sul: +1.699 vagas

Norte: +6.547 vagas

Centro-Oeste: +10.010

 

Fonte: UOL

Hélio Bacha, consultor da Sociedade de Infectologia disse ao jornalista Rodrigo Gomes do site Rede Brasil Atual  que volta às aulas é um risco para toda a população

 

“A epidemia em São Paulo não permite pensar em volta às aulas.” A afirmação é do doutor em infectologia Hélio Bacha, médico do Hospital Albert Einstein e consultor técnico da Sociedade Brasileira de Infectologia. Segundo Bacha, sem vacina e nem medicamento eficaz, o isolamento social é a única medida efetiva de controle da pandemia. E a suspensão das aulas presenciais “é fundamental para manter a condição de isolamento eficaz”.

 

“Eu não sei quando vai reabrir (as escolas). Mas sei que agora não deve. Nessa condição de agora, até acenar com a possibilidade de reabertura em setembro é uma sinalização equivocada para a sociedade. Certamente as UTIs estão em níveis melhores, mas a epidemia ainda está ativa”, defende.

 

Segundo dados do governo João Doria (PSDB), a educação em São Paulo envolve 13,3 milhões de pessoas, entre estudantes, professores e outros trabalhadores. Esse total corresponde a 32% da população do estado. Destes, 2,3 milhões estão na educação infantil, 7,6 milhões nos ensinos fundamental e médio, 2 milhões no ensino superior, 1 milhão na educação complementar e 428 mil no ensino profissional. Bacha ressalta que é preciso considerar que todas essas pessoas vão circular também no transporte coletivo, nas ruas e, depois, voltar para casa.

 

“Poleiros”

“Temos que saber como aquela população chega à escola, qual o impacto no transporte coletivo. O transporte é uma grande dificuldade dessa condição atual, com a volta às aulas em São Paulo. A presença de professores e alunos não diz respeito apenas ao prédio da escola, é uma ameaça a todos”, afirmou Bacha, em audiência pública virtual, realizada nesta terça-feira (28) pela Assembleia Legislativa, por iniciativa dos deputados petistas Professora Bebel e Emídio de Souza.

 

O doutor em infectologia lembrou que a Itália ainda não teve volta às aulas. O país europeu teve uma situação bastante grave no início da pandemia e está cerca de dois meses na frente do Brasil em relação à evolução dela. Atualmente, registra significativa redução do número de casos, internações e mortes. “E nós aqui, no meio da pandemia, querendo que os professores voltem. Nós vamos colocar a volta às aulas com um bando de crianças como ameaça ao professor? Qual é a garantia que esse professor tem de que a saúde dele vai ser preservada?”, questionou.

 

Bacha explicou que, embora o potencial de transmissão do coronavírus em crianças menores de 10 anos seja baixo, colocar crianças pequenas para conviver, em salas pequenas, com pouca ventilação, é reiniciar a pandemia.

 

“Educação infantil, crianças até pré-escola, eu não vejo como voltar às aulas. Pelo comportamento. A arquitetura de hoje, salas de aula ‘poleiro’, nunca mais. Vão voltar às aulas, mas não com essas condições de higiene, de ventilação. O ensino, dependendo da faixa etária, tem condições diferentes de resolver. Mas não se pode impingir isso dessa forma: dia tal vai voltar”, disse.

 

“Vacina e educação”

O consultor ponderou, no entanto, que não se pode condicionar a volta às aulas em São Paulo a uma vacina, já que a produção de um imunizante é incerta. “Esse não pode ser o critério, se não houver vacina não há mais aula. E se não houver vacina? Nós não sabemos nem sequer o quanto a infecção natural tem de resposta imunológica, imagine a vacina. Nós temos esperança que ela vá funcionar, mas não necessariamente vai funcionar em um ano, dois anos, três anos. Se não funcionar não vai mais haver educação no mundo?”

 

A deputada Professora Bebel, também presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado (Apeoesp), defendeu a necessidade de os prédios estarem adaptados para receber os alunos. Segundo ela, não se trata de um embate com o governo e sim da preocupação com a vida das pessoas que ali vão circular. “Não é questão de briga com o governo. É uma questão de condições. Não basta diminuir o número de alunos. A escola também precisa ser um espaço mais aberto, mais arejado”, afirmou.

 

Emidio de Souza ressaltou que o governo Doria precisa ouvir os professores, estudantes e as famílias. “A decisão de um governante nessa pandemia pode definir a vida ou a morte de milhões de pessoas. Não podemos aceitar que as decisões que envolvem a vida de milhões de pessoas sejam tomadas sem o mínimo de debate. Nós não podemos arriscar. Estamos tratando de vidas humanas e ninguém pode brincar com isso”, disse.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

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