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WWF-Brasil negou acusação feita pela Polícia Civil do Pará de ter recebido doação do ator.

Sem provas, o presidente Jair Bolsonaro acusou o ator Leonardo DiCaprio de financiar organizações brasileiras que teriam causado incêndios na floresta amazônica. “Agora, o Leonardo DiCaprio é um cara legal, não é? Dando dinheiro para tacar fogo na Amazônia”, disse em conversa com um grupo de eleitores, na entrada do Palácio do Alvorada, nesta sexta feira (29).

Nesta quinta-feira (29), a Justiça do Pará determinou a soltura de quatro brigadistas da Brigada de Incêndio de Alter do Chãoe  da ONG (organização não-governamental) Projeto Saúde e Alegria (PSA), presos no balneário de Alter do Chão (PA). 

A Polícia Civil do estado acusa o grupo de ter provocado incêndios na região, em setembro. Segundo esses investigadores, haveria indícios de que essas pessoas, que trabalham de forma voluntária no combate às queimadas, em parceria com o Corpo de Bombeiros, poderiam ter promovido, elas mesmas, esses focos do fogo, a fim de aumentar o financiamento dessas entidades. 

Em entrevista coletiva sobre o caso, o delegado José Humberto Melo Júnior  afirmou que a ONG criava focos de incêndio para fotografar e que tinha um contrato para vender essas fotos por R$ 47 mil para a ONG WWF-Brasil.

Segundo Júnior, as fotos teriam sido usadas para conseguir doações internacionais, incluindo uma do ator Leonardo de DiCaprio no valor de U$ 500 mil.

As acusações foram refutadas pela organização. “A WWF-Brasil não adquiriu nenhuma foto ou imagem da Brigada, nem recebeu doação do ator Leonardo DiCaprio.” A entidade disse também que “fazer acusações sem provas é um desrespeito à Constituição”.

Na quinta-feira, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, também afirmou que o ator financiou uma ONG) que “tocou fogo na Amazônia”.

Apesar das acusações, não há comprovação de atuação criminosa dessas organizações. O inquérito policial que sustenta pedido de prisão dos brigadistas mostra preocupação dos ativistas em cumprir os processos legais de contrato com a WWF.

O documento repleto de ilações, com termos como “certamente”, “é cógnito” (no sentido de que algo é notório), “perceptível”. Aponta também como indício de que eles arquitetavam os crimes o fato de os brigadistas chegarem primeiro nos incêndios —  sendo que a função deles é apagar o fogo. 

O governador do Pará, Helder Barbalho, determinou a troca do delegado de Conflitos Agrários, Fábio Amaral Barbosa, pelo diretor da Delegacia Especializada em Meio Ambiente, Waldir Freire Cardoso, no caso.

O Ministério Público Federal no Pará, por sua vez,  pediu acesso ao inquérito da Polícia Civil do estado. O MPF também questionou a competência da polícia paraense de investigar o caso e detalhou que já há uma apuração em curso, que aponta grileiros como mentores de queimadas no estado.

“Ao contrário, a linha das investigações federais, que vem sendo seguida desde 2015, aponta para o assédio de grileiros, ocupação desordenada e para a especulação imobiliária como causas da degradação ambiental em Alter. (...) Por se tratar de um dos balneários mais famosos do país, a região é objeto de cobiça das indústrias turística e imobiliária e sofre pressão de invasores de terras públicas”, informa o MPF em nota.

Um dos principais destinos turísticos da região, Alter do Chão foi atingido por um incêndio que começou em 14 de setembro e consumiu uma área de cerca de 650 mil m². O fogo foi controlado pelo Corpo de Bombeiros e pelos brigadistas após quatro dias.

Fonte: www.huffpostbrasil.com

 

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