Ao invés da numeração habitual dos atletas, as camisas estampam porcentagens que mostram o racismo em diversos setores da sociedade
Com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) de plateia, o Santos entrará em campo na Vila Belmiro contra o São Paulo neste sábado (16) vestindo números que denunciam a desigualdade racial no Brasil. Ao invés da numeração habitual dos atletas, as camisas terão porcentagens que mostram o racismo em diversos setores da sociedade.
“Números que representam não somente quão minoritárias são as pessoas negras em profissões, mas também com formações superiores, em diferenças salariais e outros dados alarmantes, como em percentual de vítimas de homicídios”, diz o clube.
Ação ocorre justo no dia em que Bolsonaro – que coleciona frases racistas contra negros, indígenas e quilombolas – decide acompanhar o clássico contra o São Paulo na Vila Belmiro. O técnico do Santos, o argentino Jorge Sampaoli, disse ainda que estaria disposto a deixar o clube caso seja obrigado a cumprimentar o presidente. O clube também protestou contra a presença de Bolsonaro, afirmando que não desejam que o presidente esteja no local do jogo.
Confira a numeração que será utilizada pelos santistas no clássico deste sábado:
Vanderlei – 1% Advogados
Luiz Felipe – 2% Diretores de filmes
Jorge – 3% Apresentadores de TV
Victor Ferraz – 4% Chefes
Carlos Sánchez – 7% Homens formados
Marinho – 11% Homens em comerciais
Evandro – 12% Ensino Superior
Diego Pituca – 16% Professores Universitários
Lucas Venuto – 17% Médicos
Jobson – 18% Ricos
Tailson – 19% Juízes
João Paulo – 24% Câmara
Eduardo Sasha – 29% Pós-Graduação
Pará – 31% Atores em filmes
Felipe Aguilar – 59% Feminicídios
Alison – 60% Intolerância Religiosa
Felipe Jonatan – 61% Presidiários
Luan – 64% Trabalho Infantil
Uribe – 70% Gravidez na adolescência
Jean Mota – 75% Homicídios
Everson – 79% Mortes Violentas
Gustavo Henrique – 85% Trabalho escravo
Fonte: Revista Fórum