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Na justificativa, o autor da proposta, deputado Carlos Gaguim (Dem-TO), lembra que mais de um milhão de brasileiros trabalham na profissão, marcada por um ambiente estressante, com a necessidade de cumprimento de metas e cobrança constante dos supervisores

Projeto em tramitação na Câmara obriga empresas de telemarketing a oferecer ginástica laboral e atendimento psicológico aos empregados durante o horário de trabalho. A proposta está na Comissão de Trabalho desde julho.

Na justificativa, o autor da proposta, deputado Carlos Gaguim, do Democratas do Tocantins, lembra que mais de um milhão de brasileiros trabalham na profissão, marcada por um ambiente estressante, com a necessidade de cumprimento de metas e cobrança constante dos supervisores, o que pode provocar doenças. Segundo o deputado, o projeto pretende prevenir e evitar o surgimento de problemas mais sérios e a ginástica laboral é reconhecida como estratégia de prevenção e tratamento de doenças ortopédicas relacionadas ao trabalho e o tratamento e acompanhamento psicológico atenuariam as consequências de tanta pressão.

Segundo a proposta, as empresas com no mínimo 50 funcionários deverão manter um profissional para realização de ginástica laboral. Nas outras empresas deverá ser feito treinamento de ginástica laboral na admissão e a cada três meses. No caso do atendimento psicológico, as empresas deverão informar aos funcionários a existência e a importância desse serviço.

Um atendente de telemarketing ganha em média 1.200 reais de acordo com o Ministério do Trabalho. A cidade com mais contratações para telemarketing é São Paulo. Na opinião do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Telemarketing de São Paulo, Aurélio Coelho de Oliveira, a proposta não resolve o problema.

“De início, eu acho que são medidas paliativas, tá? Eu acredito mais que a gente venha a discutir em projeto de lei a regulamentação da profissão do trabalhador em telemarketing. Que a gente possa criar condições para que o ambiente de trabalho do telemarketing seja mais humano, com menos pressão, mais liberdade para esse operador, para que ele tenha mais autonomia no trabalho que ele está fazendo, para que ele não fale igual a um robô, com aquele script. Se a gente trabalhasse essas questões, isso sim, vai mudar e vai trazer menos aborrecimento ao trabalhador.”

Na Câmara há um projeto (PL 6875/13) de 2013 que regulamenta a profissão de operador de telemarketing. A proposta está na Comissão de Constituição e Justiça. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Telemarketing, Aurélio Coelho, explica que o trabalhador de telemarketing trabalha 6 horas por dia em uma jornada de 36 horas semanais, com dois intervalos de 10 minutos para descanso e 20 minutos para alimentação. Entre suas tarefas, faz e recebe ligações por telefone e também atende por chat virtual. Apesar das normas de saúde, o sindicalista afirma que ainda há pressão no local de trabalho, pois o operador de telemarketing enfrenta a pressão do cliente e há cobrança interna da empresa para que ele resolva o problema.

A proposta que prevê exercício laboral e atendimento psicológico tramita em caráter conclusivo e será analisada pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Rádio Câmara

 

Em tempo:
Visão sindical;

Apesar de louvável, a proposta acaba sendo um paliativo numa profissão onde o stress, a pressão e o controle rígido são componentes que estão presentes no cotidiano destes trabalhadores e trabalhadoras do Telemarketing.

Estes, muitas vezes são apenas utilizados como "represa" das reclamações entre o cliente final e o produto tomador do serviço, já que as ferramentas para pôr fim aos problemas cotidianos inexiste. Logo, Síndromes do Pânico e Burn-Out têm presença garantida nesta categoria.

O auxilio psicológico acaba sendo importante, mas se não houver uma mudança na forma de organização do trabalho como está posta, esse auxilio de nada adiantará.
Já as questões físicas, para inibir as tão enfrentadas doenças ocupacionais - LER/DORT - também serão auxiliadas com as ginásticas laborais, mas devemos nos atentar para que não sirva de justificativa, como já muitas vezes fazem, dizendo que o adoecimento, quando ocorre, foi decorrente de atividades extra-laborais, como: lavar roupa, carregar criança de colo, tricô e crochê e por aí vai...
Ou seja, não poderemos aceitar a tão cultivada justificativa de que como a ginastica laboral é oferecida a prevenção acontece e não existe a possibilidade de adoecimento no local de trabalho.
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