O 3º Congresso Nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT), que teve início na última terça-feira (16) e reuniu 3 mil sindicalistas de todos os estados da federação terminou, na tarde desta quinta-feira (18) com o fortalecimento do seu processo democrático e a realização das eleições que elegeram a diretoria que estará a frente da central pelos próximos quatro anos.
Por unanimidade, a plenária reelegeu Ricardo Patah que emocionado agradeceu novamente a confiança nele depositada e enfatizou que após oito anos de lutas, que fizeram da UGT uma entidade protagonista na defesa dos interesses da classe trabalhadora, a central se fortalece no alicerce da unidade para enfrentar qualquer desafio e para combater todas as formas de atentado contra os direitos trabalhistas. “A UGT é uma central de rua, não podemos permitir que tenha corrupção no país, precisamos ampliar as ações em defesa da Petrobrás, além de lutarmos por mais saúde, educação e capacidade de cidadania”, explica o líder Ugetista.
“Todos nós que estamos aqui construindo esta central acreditamos no Brasil, pois este é um país que tem homens e mulheres capazes de promover transformações e a UGT, que é a entidade que mais agrega sindicatos de comércios e serviços no nosso país, justamente o que propicia o aumento de atividades junto a sociedade, junto as comunidades”.
3º Congresso Nacional da UGT: Palestras focam o Desemprego e a Independência Sindical
A defesa dos empregos e a independência do movimento sindical foram os temas que dominaram as palestras do painel “Trabalho e Desigualdade, o Futuro do Emprego”, realizado na manhã desta quinta feira (18), último dia do 3º Congresso Nacional da UGT.
A jornalista Eliane Cantanhêde, do Estado de S.Paulo, foi a primeira a falar para a grande plateia de congressistas que compareceu ao auditório do Palácio das Convenções do Anhembi, sede do congresso. Ela foi seguida pelo historiador Marco Antônio Villa, que também integrou a mesa.
Para Cantanhêde, o ex-presidente Lula conseguiu avanços com uma política agressiva de inclusão social, mas fracassou ao não aproveitar os altos índices de popularidade para realizar as reformas que o Brasil precisa, como a política e a fiscal.
A jornalista fez uma análise sobre a conjuntura brasileira passada recente e a atual, de crise, e afirmou que o quadro de taxas de juros altas, de quase 14% ao ano, risco da inflação anual chegar a 9% e a retração da economia tornam preocupante a questão do emprego.
“Era o último bastião (emprego pleno) dos argumentos da Dilma e motivo de orgulho dela para conquistar a reeleição e que começa a cair”.
A palestrante ressaltou que a taxa de desocupação já está acima de 7% . Em 2014, ano da reeleição de Dilma, esse percentual era de 5,6%.
Cantanhêde alertou os sindicalistas sobre a necessidade de acompanhar a ideia do governo em reduzir em 30% a jornada de trabalho e os salários trabalhadores como forma de conter o desemprego.
Pela proposta, divulgada em matéria da edição de hoje do Estado de S. Paulo, o plano, batizado de Plano de Proteção ao Emprego, vai consistir na redução da folha salarial de 30% para os empresários, como forma de manter os trabalhadores ameaçados de demissão.
Do outro lado, o Fundo de Amparo ao Trabalhador irá repor 15% aos trabalhadores afetados e que, na prática, teriam redução de 15% nos seus ganhos.
“O sindicalistas têm que estar atentos a todas essas movimentações. Trata-se de um debate de interesse nacional a questão do emprego”, disse Cantanhêde.
INDEPENDENTE
O historiador Marco Antônio Villa disse em sua palestra que os sindicatos têm que ser independentes e lutar pela defesa dos direitos e regras das aposentadorias, que também estão em discussão.
Hoje, foram publicadas em Medida Provisória enviada ao Congresso, regras alternativas à Medida 95/85, com fórmula progressiva.
Segundo Villa, quando olhamos a história do Brasil, temos que ficar indignados, porque os governos só tiram conquistas. Para enfrentar esses ataques aos direitos trabalhistas, Villa afirmou que é necessário garantir a democracia e a independência sindical.
Ainda na sua palestra, Villa criticou com veemência o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os escândalos aos quais o PT esteve ligado, como o do “Mensalão e o do Petrolão”.
Ele criticou também os super salários pagos principalmente pelo Legislativo e o Judiciário.
“Uma única senhora recebeu num único mês do Superior Tribunal de Justiça R$ 600 mil. O Tribunal de Justiça de São Paulo tem 1,2 mil veículos”, enumerou.
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