Estresse térmico ocupacional, causado por temperatura, umidade e radiação ameaça saúde dos trabalhadores e tem se tornado um problema crescente no ambiente de trabalho

 

 

Os meses de junho e julho deste ano estão sendo marcados por algumas das temperaturas mais altas já registradas em todo o planeta, conforme alertas da Organização Meteorológica Mundial, OMM.

Os impactos do calor são sentidos não apenas no meio ambiente, mas também no mundo laboral. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, OIT, o estresse térmico é um problema crescente.

 

Risco de lesões e doenças

Os impactos recaem não apenas sobre os funcionários, mas também sobre empresas e a economia em geral, pois as temperaturas mais altas afetam a produtividade.

Para lidar com este cenário, a OIT alerta que horários de trabalho, rotinas, equipamentos e regulamentações podem ter que mudar.

O economista do Departamento de Pesquisa da OIT, Nicolas Maître, define estresse térmico ocupacional como “uma situação em que é muito difícil trabalhar” e que “põe em perigo a segurança e a saúde dos trabalhadores”.

Segundo ele, essas situações dependem não só da temperatura, mas também da umidade ou da radiação solar. Caso não seja prevenido, o estresse térmico aumenta “o risco de lesões e doenças relacionadas ao calor”.

 

Perda de produtividade

Maître afirma que a produtividade do trabalho já desacelera na temperatura acima de 24°C, e que a partir de 33°C, o desempenho do trabalhador pode cair até pela metade, dependendo da atividade.

De acordo com o economista, uma defesa natural para lidar com o estresse térmico é fazer mais pausas e limitar o número de horas de trabalho. Ambas as medidas têm como consequência a redução da produtividade.

O especialista reforça que os episódios de estresse térmico não ocorrem apenas quando há exposição ao sol. Outro ambiente propício é uma fábrica que não esteja devidamente ventilada, ou quando há o uso maquinaria pesada ou vestuário de proteção.

A OIT destaca a preocupação especial com os trabalhadores independentes, para os quais a perda de produtividade resulta numa redução direta de rendimentos e meios de subsistência.

Para a agência, esse exemplo revela que o estresse térmico tende a afetar mais aqueles que têm menor capacidade de se adaptar às consequências.

 

Fonte: ONU News