Por Susana Buzeli, jornalista

 

Invasão, rasgos, pauladas, destruição, barbárie, terrorismo. O povo brasileiro assistiu perplexo no domingo, 8 de janeiro de 2023, a marcha, a invasão e a destruição. Três movimentos programados, planejados e veiculados com antecedência em mídias sociais. 

 

Todos nós sabíamos que nessa data estavam previstas, por um grupo de radicais fascistas, a invasão e a destruição do Patrimônio Nacional com o objetivo de um golpe político. 

 

O Brasil realizou eleições transparentes, em dois turnos de 2022, e a vontade da maioria que compareceu às urnas foi respeitada. Presidente, Governadores, Senadores e Deputados Federais e Estaduais foram eleitos democraticamente e pacificamente.

 

No entanto, vestígios de um governo fascista que desde 2018 propagou mentiras como forma de governar, incentivando o descrédito e o fechamento das instituições políticas, dos movimentos sindicais e sociais e da ciência - contaminaram uma parcela da população que ainda acredita na “salvação” pela força, pela eliminação do mais vulnerável.

 

É preciso e urgente que o nosso País revele, tire das sombras os reais patrocinadores e colaboradores dessa barbárie.

 

É necessário o desmonte dessa narrativa criminosa coordenada e amplificada nos grupos de mídias sociais. Esse padrão de violência precisa ser interrompido e punido.

 

Não apenas as prisões daqueles que disseminam ou são coniventes com esses atos. O mais importante é a fonte que financia essas redes, essas ferramentas golpistas e terroristas. Sem anistia!

 

Não podemos esperar que mais uma barbárie, como a do Distrito Federal, aconteça. Precisamos de paz e equilíbrio para trabalhar, principalmente, pelos mais vulneráveis. E o mercado também precisa entender isso.

 

A Praça dos Três Poderes que abriga o Palácio do Planalto (poder Executivo), o Congresso Nacional (poder Legislativo) e o Supremo Tribunal Federal (poder Judiciário) e os edifícios que a cercam foram profanados.

 

Os arquitetos Oscar Niemeyer e Lúcio Costa projetaram esses espaços para dar continuidade na construção de uma Nação Civilizada e de um País que caminhe rumo a um futuro melhor para o seu povo.

 

Algumas das obras destruídas e/ou danificadas:

 

O quadro As mulatas, de Di Cavalcanti, no Salão Nobre do Palácio do Planalto, foi atacado e levou sete rasgos.

 

A escultura O Flautista, de Bruno Jorge, no 3º andar do Palácio do 

Planalto, foi totalmente destruída.

 

A escultura Galhos e Sombras, de Frans Krajcberg, no 3º andar do Palácio do Planalto, teve seus galhos quebrados em várias partes.

 

A escultura Bailarina, de Victor Brecheret, na Câmara dos Deputados, foi separada de sua base.

 

A escultura Maria Maria, de Sônia Ebling, na Câmara dos Deputados, foi depredada com pauladas.

 

A escultura A Justiça, de Alfredo Ceschiatti, em frente ao palácio do Supremo Tribunal Federal, foi depredada e pichada.

 

A obra Muro Escultórico, de Athos Bulcão, no Salão Verde da Câmara dos Deputados, foi perfurada.

 

Painel Vermelho, de Athos Bulcão, no Senado, foi arranhado com cacos de vidro. 

 

O Relógio de Balthazar Martinot, do século XVII, foi totalmente destruído.

 

A peça The Pearl, autor desconhecido, foi furtada.

 

O vitral Araguaia, de Marianne Peretti, no Salão Nobre do Palácio do Planalto, foi danificado. A obra é uma maquete tátil da única mulher a fazer parte da equipe do arquiteto Oscar Niemeyer.

 

A pintura Bandeira do Brasil, de Jorge Eduardo, no térreo do Palácio do Planalto, foi localizada, boiando, no local inundado.

 

Muitos presentes, de valores inestimáveis, que o Brasil recebeu de delegações e autoridades internacionais, foram destruídos.

 

A lista das obras teve como fontes os veículos de comunicação e imprensa do Brasil.