O volume de serviços caiu 1,0% em fevereiro, na comparação com janeiro, alcançando o pior resultado do setor desde julho de 2018 (-3,1%), de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada hoje (8) pelo IBGE. Após crescer 0,4% em janeiro, o setor voltou a cair, ficando 11,1% abaixo do ponto mais alto da série, que ocorreu em novembro de 2014.

 

“Diferentemente do que se observava no final de 2019, mostrando um início de recuperação, há um grande predomínio de taxas negativas nos últimos meses”, comenta o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, acrescentando que este é o terceiro resultado negativo do setor em quatro meses.

 

Três das cinco atividades acompanharam esse movimento de queda. Destaque para os Serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,9%), terceira taxa negativa para esse segmento, e Serviços de informação e comunicação (-0,5%). Os Serviços prestados à família também tiveram variação negativa (-0,1%), mas o impacto foi menor no índice geral.

 

No campo positivo, os Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (0,4%) registraram a segunda taxa positiva seguida, impulsionados pelo transporte de carga, tanto rodoviário quanto ferroviário. Outro setor que avançou foi o de Outros serviços (0,2%), que teve cinco taxas positivas e uma estabilidade nos últimos seis meses. “É um setor que tem mostrado grande dinamismo, em geral impulsionado pela parte de serviços financeiros e auxiliares; mas, nesse mês, o que acabou impulsionando foi a coleta de lixo comum”, avalia Lobo.

 

Comparado ao mesmo mês do ano anterior, o desempenho foi positivo

 

Já na comparação com fevereiro de 2019, o total do volume de serviços avançou 0,7%, alcançando a sexta taxa positiva consecutiva, apesar de a magnitude do crescimento ter se mostrado menos intensa do que o que vinha sendo observado nos últimos meses. Três setores acompanharam esse desempenho positivo, com destaque para Outros serviços (9,3%).

 

“Esse segmento foi mais uma vez impulsionado pelos serviços financeiros e auxiliares, como as corretoras de títulos e valores mobiliários. Depois de ter registrado alta de 11,5% em dezembro e 9,7% em janeiro, teve outro bom desempenho em fevereiro e acumulou 11 taxas positivas seguidasna comparação mês a mês com igual período do ano anterior”, ressalta Rodrigo Lobo.

 

Mas apenas os Transportes (1,8%) e os Serviços prestados às famílias (4,1%), ambos registrando a segunda taxa positiva consecutiva, tiveram avanços em relação ao desempenho observado em janeiro (de 1,0% e 0,2%, respectivamente). O primeiro foi impulsionado por Gestão de portos e terminais, Navegação de apoio marítimo, Concessionárias de Rodovias e Transporte aéreo de passageiros. Já o segundo, por Hotéis e Restaurantes, sendo que foi sua taxa positiva mais intensa desde junho de 2019 (5,7%).

 

No campo negativo, destacaram-se os Serviços profissionais, administrativos e complementares (-3,4%), pressionados por atividades de apoio a empresas, como soluções de pagamentos eletrônicos, limpeza, atividades técnicas relacionadas à Arquitetura e à Engenharia, além de vigilância e segurança privada. O segundo impacto negativo nessa comparação veio dos Serviços de Informação e Comunicação (-0,4%), que teve retração após sete taxas positivas seguidas, pressionado pelos serviços de consultoria e tecnologia da informação, programadoras e atividades relacionadas à TV por assinatura e telecomunicações.

 

E, no acumulado do ano, o setor de serviços avança 1,2% em relação ao primeiro bimestre do ano passado. Nessa análise bimestral, o setor de serviços emplaca a sexta taxa positiva, mas há uma perda de ritmo em relação a setembro/outubro, quando houve crescimento de 2,2%, e novembro/dezembro, quando foi de 1,7%.

 

Atividades turísticas também tiveram queda em relação a janeiro .

 

As atividades turísticas também apresentaram retração (-0,3%) na passagem de janeiro para fevereiro. Com dois meses seguidos de decréscimo, o setor acumulou perda de 0,7%, eliminado parte do avanço verificado em dezembro de 2019 (1,8%). Regionalmente, somente cinco das doze unidades da federação acompanharam este movimento de retração.

 

Mas em relação a fevereiro de 2019, o setor teve expansão de 6,7%, sendo a sexta taxa positiva seguida quando comparamos iguais períodos do ano anterior. O bom desempenho foi impulsionado, principalmente, pelo aumento de receita das empresas de hotéis, de locação de automóveis, de transporte aéreo de passageiros e de restaurantes. Em termos regionais, nove das doze unidades da federação onde o indicador é investigado mostraram avanço, com destaque para Rio de Janeiro (19,1%) e Santa Catarina (13,0%).

 

Fonte: IBGE