A taxa de desocupação de São Paulo foi a única a recuar entre os estados, caindo para 12% no terceiro trimestre de 2019, após registrar 12,8% no segundo trimestre. Na outra ponta, a desocupação cresceu apenas em Rondônia e atingiu 8,2%, uma alta de 1,5 ponto percentual. Os demais estados mantiveram-se estáveis. Os maiores níveis de desemprego foram observados na Bahia (16,8%), no Amapá (16,7%) e em Pernambuco (15,8%), e as menores em Santa Catarina (5,8%), Mato Grosso do Sul (7,5%) e Mato Grosso (8%).

 

Já a taxa de desocupação do país no terceiro trimestre de 2019 caiu para 11,8%, após ficar em 12% no trimestre anterior. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada hoje pelo IBGE.

 

“A taxa de desocupação caiu em São Paulo em função de uma redução significativa da população desocupada, que diminuiu em 217 mil pessoas no trimestre. A redução do desemprego veio mais pela redução do número de desocupados do que por expansão da ocupação", explicou a analista da pesquisa Adriana Beringuy.

 

Segundo ela, a construção é um destaque na expansão da ocupação no terceiro trimestre, muito concentrada na região sudeste, sobretudo São Paulo. "Esse contingente associado à construção era formado principalmente por trabalhadores por conta própria e empregados sem carteira assinada”, complementou. 

 

 

A pesquisa aponta também que, no Brasil, 46,9% dos desocupados estavam em busca de trabalho entre um mês e um ano; e 25,2% há dois anos ou mais, proporção que vinha em trajetória ascendente e apresentou o primeiro recuo em cinco anos. Os que procuram emprego há menos de um mês equivalem a 1,8 milhão de pessoas, enquanto 3,2 milhões procuravam uma ocupação há dois anos ou mais.

 

Na comparação com o mesmo trimestre de 2018, Goiás (1,9 p.p.) e Mato Grosso (1,3 p.p.) tiveram as maiores altas em pontos percentuais na taxa de desocupação; enquanto São Paulo (-1,1p.p.), Alagoas (-1,7) e Sergipe (-2,8 p.p.) apresentaram as maiores quedas.

 

Já a taxa de ocupação nacional aumentou para 54,8%, acompanhada pelas altas nas regiões Norte (53% para 53,3%), Nordeste (46,7% para 46,8%), Sudeste (57,3% para 57,6%) e Centro Oeste (60,1% para 60,2%), caindo ligeiramente no Sul (59,4% para 59,2%). O Rio de Janeiro foi o único estado do Sudeste com taxa de ocupação abaixo da média nacional. “A situação do Rio de Janeiro tem aspectos estruturais e conjunturais. O estado tem uma das maiores populações inativas em função da presença maior de aposentados. Outra questão, de ordem conjuntural, é a crise econômica do estado e a eliminação de postos de trabalho na construção e até na indústria”, analisa Adriana.

 

Com aumento de cerca de 459 mil pessoas ocupadas, no trimestre encerrado em setembro, essa população chegou a 93,8 milhões, um recorde na série histórica que teve início em 2012. De acordo com a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, a população ocupada tem recorde puxado por informalidade.

 

A geração de postos de trabalho é em grande parte explicada por recordes em duas categorias associadas à informalidade: houve aumentos de 2,9% no emprego sem carteira no setor privado, que registrou 11,8 milhões de empregados, e de 1,2% de trabalhadores por conta própria, que totalizavam 24,4 milhões de pessoas.

 

A taxa de informalidade da população ocupada – inclui empregados sem carteira assinada no setor privado, trabalhador doméstico sem carteira assinada, empregador sem CNPJ, trabalhador por conta própria sem CNPJ e trabalhador auxiliar familiar – chega a 57,9% nos estados do Norte, 53,9% no Nordeste, 38,5% no Centro Oeste, 35,9% no Sudeste e 32,2% no Sul.

 

O número de pessoas que desistiram de procurar trabalho, os desalentados, aumentou para 4,7 milhões no terceiro trimestre, ante 4,9 milhões no trimestre anterior. O percentual de pessoas desalentadas no terceiro trimestre foi de 4,2%, queda de 0,2 p.p. em relação ao trimestre anterior. Bahia (781 mil pessoas) e Maranhão (592 mil pessoas) têm o maior número de desalentados.

 

Pretos ou pardos são quase dois terços dos desempregados

 

No terceiro trimestre, 65,2% dos desocupados eram pretos ou pardos. Os brancos representam 34% dessa distribuição, e pessoas de cor preta respondiam por 12,7%. Apenas a taxa de desocupação de brancos (9,2%) é abaixo da média nacional, enquanto a de pardos é 13,65% e a de pretos 14,9%.

 

A taxa de desocupação das mulheres foi 39% maior que a dos homens, porém essa diferença já foi de 64,5% no primeiro trimestre de 2012. A menor diferença foi registrada no quarto trimestre de 2017 (27,6%). A taxa de desocupação das mulheres das regiões Norte (15,1%) e Nordeste (16,7%) apresentaram as estimativas mais elevadas e a do Sul (9,8%), a mais baixa.

 

“A mulher nordestina tem a menor taxa de ocupação (38%), que representa 74% da taxa de ocupação da mulher do Centro Oeste (50,9%), a mais alta”, destacou Adriana.

 

No terceiro trimestre de 2019, a taxa de subutilização da força de trabalho foi de 24%, grupo que reúne os desocupados, os subocupados com menos de 40 horas semanais e uma parcela de pessoas disponíveis para trabalhar, mas que não conseguem procurar emprego por motivos diversos. Maranhão (41,6%) e Piauí (41,1%) apresentam estimativas acima de 40%. Por outro lado, os estados onde foram observadas as menores taxas foram Santa Catarina (10,6%), Mato Grosso (14,7%) e Rio Grande do Sul (16,3%).

 

Fonte: Agência IBGE