Veja o diálogo

 

— Ela está plantando bananeira? Vê, vê, vê.
— Celsão, você fica disfarçando. Vai botar a água ali e ficar fingindo. Celsão, você não vale p**** nenhuma. Olha lá, o que é um velho tarado. (...) Celsão, você e o maior ‘voyeur’.
— Eu gosto pra ‘blau blau blau’ 
[Afirma fazendo gesto obsceno].

 

Em entrevista ao G1, a professora disse que ficou muito abalada psicologicamente ao saber que o vídeo estava circulando pela internet nas contas de redes sociais de Ricardo Roriz, que conta com mais de 300 mil seguidores em suas contas.

 

“Quando eu cliquei, eu só comecei a vomitar, não conseguia parar de vomitar. A cena é muito grotesca, muito violenta. Vendo aquilo, os comentários. Com eu sou advogada, eu pensei: ‘preciso ter o mínimo de pensamento cognitivo para salvar esse vídeo, printar esses comentários horrorosos’. Porque isso não pode ficar desse jeito. Uma pessoa não pode me expor dessa forma. Eu compartilhei com minha amiga e ela também ficou assustada”, disse.

 

Mariana Maduro afirmou ainda que fez registro na 12ª DP (Copacabana) por perturbação da tranquilidade e afirmou que irá entrar com processo contra os dois homens na esfera cível e criminal.

A delegada que acompanha o caso, Valéria Aragão, afirmou ao G1 que os dois responsáveis pelas gravações já foram identificados e intimados para prestar depoimento na delegacia. Equipes da delegacia fizeram diligências nos arredores da Lagoa Rodrigo de Freitas, mas não encontraram "Celsão".

G1 entrou em contato com Ricardo Roriz para falar sobre o episódio. Ele informou que apagou as publicações após as reclamações da advogada, mas não quis comentar o caso.

 

‘Virei um filme pornô’, diz vítima de vídeo

 

A advogada e professora contou ao G1 que começou a fazer ioga após sinais de depressão durante a pandemia de Covid-19. Apesar do bem-estar proporcionado pelos exercícios, ela afirmou que nunca mais quer voltar a praticar.

“Eu não vou voltar a fazer ioga nunca mais. Não quero mais. Eu estou associando isso à violência. O que antes era a minha paz, agora é violência. Me foi tirada a minha paz de tudo, era meu escape. Quando eu entrei em depressão na pandemia, que eu estava sozinha, sem ninguém, todo mundo ficando doente, meus pais são médicos e tinha terror de perder eles ao mesmo tempo, foi o ioga que me tirou disso”, disse Mariana.

 

“Toda essa memória boa se transformou numa violência. Eu nunca mais vou fazer minha prática de ioga, porque eu nunca mais vou voltar a pensar que minhas pernas estão para o ar num movimento bonito, vou pensar num idiota qualquer se masturbando. É muito triste que as pessoas façam isso com outras sem nenhum tipo de pudor ou remorso”, completou.

 

A professora de direito empresarial disse ainda que ficou sem dormir por causa da repercussão que a publicação na internet ganhou. Ela diz ter a sensação que virou um “filme pornô”.

 
“Eu virei um filme pornô, do dia para a noite. Isso é muito bizarro. Eu não sou isso. Sou professora, sou advogada. Trabalho 20 horas por dia às vezes. Eu trabalho muito, estudo muito. Faço um monte de conteúdo gratuito para os meus alunos. E eu virei um filme pornô para as pessoas usarem quando elas quiserem. Eu não optei por isso, fiz duas faculdades. Eu não queria nada disso”, disse Mariana.

 

“A gente está sendo obrigada a estar aqui hoje de pé trabalhando mesmo com um inferno na cabeça. Essas cenas.. Eu não consigo parar de ouvir a voz desses dois, o riso, o ‘blau blau blau’, não consigo tirar esse momento da minha cabeça e pensar ‘quantos vídeos ele tem meu?’. Porque eu estou ali todo fim de semana. Meu Deus do céu. Quantas vezes o meu corpo já não foi usado para essa coisa nojenta? Eu me sinto suja”.

 

Fonte: G1