Mercado financeiro reage à troca no comando da estatal, que poderia abrir caminho para intervenções do governo Bolsonaro
O mercado financeiro reagiu negativamente à mudança na presidência da Petrobras, anunciada pelo governo Bolsonaro na última sexta-feira (19). A substituição de Roberto Castello Branco pelo general Joaquim Silva e Luna se deu em um contexto de aumento de preços dos combustíveis, e é interpretada como um passo decisivo para intervenção do Estado na gestão da empresa.
Por volta das 11h30 desta segunda-feira (22), a estatal havia perdido R$ 72 bilhões em valor de mercado em pouco mais de uma hora de pregão da bolsa de valores. A queda começou já na sexta-feira, quando as ações despencaram e o valor da estatal no mercado já havia encolhido mais de R$ 28 bilhões.
A Petrobras é avaliada neste momento em R$ 282 bilhões. No fechamento da última quinta-feira (18), o valor de mercado da empresa era de R$ 382,9 bilhões.
Os três últimos presidentes da Petrobras eram considerados representantes do pensamento neoliberal, ou seja, atrelaram o preço do combustível às flutuações do dólar. O primeiro deles, Pedro Parente, nomeado por Michel Temer (MDB), renunciou ao cargo em meio à greve dos caminhoneiros, em 2018. Ivan Monteiro e Castello Branco, que o sucederam, também eram vistos com bons olhos pelo mercado financeiro e deram continuidade ao processo de privatização da empresa.
Bolsonaro prometeu, no último final de semana, fazer mais substituições em postos de comando do Governo Federal, apesar da repercussão negativa. “Se a imprensa está preocupada com a troca de ontem, semana que vem teremos mais”, sinalizou.
O nome do novo presidente da Petrobras precisa ser aprovado pelo Conselho de Administração. O mandato de Castello Branco se encerra no dia 20 de março. Silva e Luna era diretor-geral da Itaipu Binacional e já foi ministro da Defesa durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB).
* Com informações dos portais UOL e G1. A matéria pode ser atualizada em breve
Fonte: Brasil de Fato