Levantamento mostra que 46% dos negócios liderados por negros interromperam o funcionamento
Uma pesquisa da FGV e do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) mostra que a epidemia do novo coronavírus no Brasil causou maior impacto em negócios liderados por negros, que se encontram em situação de maior precariedade.
RETRATO
A explicação: um maior percentual deles atendia apenas presencialmente e em locais com restrição de circulação.
RETRATO 2
A pesquisa mostrou que 46% dos negócios liderados por negros tiveram que interromper temporariamente o funcionamento, contra 41% dos brancos.
RETRATO 3
Das pequenas empresas que conseguiram funcionar, 40% comandadas por brancos usaram para isso ferramentas digitais, contra 32% das tocadas por negros.
REDE FURADA
Os pequenos negócios mantidos por negros usaram menos as redes sociais: 45% conseguiram lançar mão delas, contra 48% de empreendedores brancos.
ZAP
Dos que vendem pela internet, a maior parte dos que usam WhatsApp é negra (88%). Entre os brancos, é mais comum sites próprios ou o Facebook.
CHAVE
O crédito foi outro problema. “A dificuldade de acesso atingiu com mais força os empreendedores negros que, além de mais endividados, tiveram mais recusa dos bancos”, diz o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
CHAVE 2
Segundo a pesquisa, 61% dos negros tiveram acesso ao crédito negados, contra 55% de empreendedores brancos. Isso apesar de o valor solicitado por eles ser 26% menor —em média, de R$ 28 mil. A pesquisa foi realizada entre 29 de maio e 2 de junho, com 7.403 entrevistados.
Fonte: Folha de SP