No Brasil, apenas pouco mais de 10% da população passou por testes de covid-19, frente a médias que superam os 40% na Europa e Estados Unidos
Hoje o Brasil tem o equivalente a 10,4% de sua população testada, 21,9 milhões de pessoas. A média é inferior a todos os locais que controlaram com sucesso a covid-19 – Foto: Governo Estado de São Paulo
O Brasil já acumula 157.946 mortos por covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus. O número de infectados é de 5.439.641, desde o início da pandemia no país, em março. Os dados, fornecidos pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) são passíveis de grande subnotificação, já que o Brasil faz muito pouco testes para a doença. Mesmo assim, é o segundo país com mais mortos no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
De agosto a setembro, foram testados 4 milhões de pessoas, de acordo com o resultados da PNAD Covid, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). O número é inferior ao período anterior, de julho a agosto, que mostrou a realização de mais de 5,5 milhões de testes. Isso significa que o Brasil testa menos conforme passa o tempo, contrariando as recomendações de todas as autoridades sanitária comprometidas com o combate à pandemia.
Hoje apenas 10,4% da população do Brasil – 21,9 milhões de pessoas –passou por algum teste de covid-19. A marca é inferior a todos os países que controlaram com sucesso a primeira grande onda da infecção, sobretudo os da Europa.
Porém, a aproximação de uma possível segunda onda de casos e mortes deixa o cenário mais nebuloso. Por isso mesmo, o caminho recomendado pelas autoridades mundiais, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é o de testagem em massa e controle de contágios. Algo que o Brasil jamais fez e não dá sinais de pretender fazer.
Importância dos testes
A Europa atravessa o início de uma segunda onda, com grande aumento no número de novos casos de covid-19. Estão sendo registradas marcas que superam os piores dias da pandemia no continente, entre fevereiro e maio. Por outro lado, as taxas de mortalidade subiram pouco em relação ao primeiro impacto. Isso pode ser explicado, também, pela ampliação na cobertura de testes.
Ao ter conhecimento sobre o crescimento de casos, países europeus preparam ações mais efetivas no controle da doença. Entre elas estão os toques de recolher pontuais em zonas específicas das grandes cidades, para evitar as medidas de isolamento mais intensivas, como o “lockdown”.
Portugal, por exemplo, já testou mais de 30% de sua população; o Reino Unido, mais de 40%; a Alemanha 25%, a Rússia 40%, a Itália 25%, Islândia 51%, Coreia do Sul 50% e a Austrália, 34%. Os Estados Unidos já testou 43% da população, mas o país é um caso à parte, já que o presidente despreza medidas de distanciamento social, Mesmo entre os latino-americanos, o Brasil segue atrasado. O Chile testou mais de 21% de sua população e o Equador, 27%.
Dos estados brasileiros, estão entre os que menos testaram: Pernambuco (6,8%), Acre (6,9%), Minas Gerais (7,8%) e Paraná (8,3%). Já os que mais testaram foram Distrito Federal (22,2%), Piauí (17%), Roraima (14,9%) e Amapá (14,5%).
Fonte: Rede Brasil Atual