Apesar da crise econômica mundial que roda o mundo desde 2008 ter chegado ao Brasil, os bancos continuam com lucros recordes por aqui e mostram que em terra de banqueiro, o trabalhador paga a conta
O aprofundamento da crise econômica já vem fazendo estragos. As empresas, para manter seus altos lucros intocados, criaram uma onda de demissões. O desemprego chegou a 8,1% em julho, o que significa mais de oito milhões de trabalhadores sem emprego no país. No 1º semestre foram extintos 345 mil postos de trabalho e, segundo estimativas do Conselho Federal de Economia, 2015 vai fechar com 1 milhão de vagas a menos.
Mas para os bancos não existe crise. No país dos banqueiros, os lucros são recordes. O Itaú acabou de divulgar seu lucro no 2º trimestre de 2015 e, surpresa, foi simplesmente o maior lucro da história do banco num período de três meses, de R$ 5,9 bilhões. Um crescimento de espantosos 22% em relação ao ano passado. No primeiro semestre, o lucro do Itaú chegou a R$ 11,7 bilhões, 25,7% a mais que em 2014.
Mas não é só o Itaú que está rindo à toa. O Bradesco, banco em que o atual ministro da Fazenda, Joaquim Levy, era executivo até poucos meses atrás, também teve recorde de lucro neste último trimestre, de R$ 4,4 bilhões, aumento de mais de 18% em relação ao ano passado. No semestre, o lucro do Bradesco totalizou R$ 8,7 bilhões, nada menos que R$ 1,6 bilhão a mais que em 2014.
O Santander já havia divulgado na semana anterior os seus lucros no 2º trimestre, de R$ 3,8 bilhões. Nesse mesmo período do ano passado, seu lucro havia sido de R$ 528 milhões. No semestre o lucro foi de R$ 4,5 bilhões.
Lucram com as dificuldades da população
“Itaú dribla a crise”, “Bradesco tem lucro apesar da crise”, é o que diz a imprensa.
Na verdade, os bancos não lucram apesar da crise, mas sim justamente por conta dela. O aumento nos juros, por exigência principalmente deles, que já está em 14,25%, fez a margem dos ganhos dos bancos crescer quase 16% nos empréstimos.
O aumento da chamada taxa básica de juros, o país gasta mais com a dívida pública, que desvia quase metade do Orçamento da União todos os anos para os banqueiros, e faz com que os bancos aqui faturem ainda mais com a cobrança dos juros de empréstimos e aumento nas taxas. Ao mesmo tempo, os bancos impulsionam ainda mais seus lucros demitindo trabalhadores. O Itaú, por exemplo, fechou 2.392 postos de trabalho no último ano. Só pra lembrar, em 2014 o banco teve seu maior lucro da história, de mais de R$ 20 bilhões.
Capitalismo é isso: os grandes empresários, sobretudo os banqueiors, usam suas armas para manterem seus altos rendimentos, que tem nos trabalhadores suas vítimas preferenciais.