O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, defendeu na quarta-feira(27) a discussão no Congresso sobre a possibilidade de liberação de cassinos no Brasil. “É inevitável que o tema seja discutido nos próximos meses no País”.
“Hoje, 93% dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) já têm cassinos integrados a resorts. Isso já é uma realidade”, afirmou Álvaro Antônio. A proposta de restringir a liberação das casas de jogos aos resorts é defendida pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Qual é o contexto da declaração do ministro? O Estadão revelou nesta semana que deputados do grupo conhecido como Centrão consultaram o presidente Jair Bolsonaro sobre a possibilidade do governo apoiar um projeto com este teor, mas não receberam dele uma resposta definitiva.
Bolsonaro disse aos interlocutores que, antes, seria preciso consultar a bancada evangélica – que é contra o projeto, mas já admite discutir uma alternativa. O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, defende a autorização do jogo de azar, mas apenas para estrangeiros.
Um projeto de lei com relatório apresentado em 2016, autorizando a exploração de jogos de azar em todo o território nacional, está pronto para votação em plenário. Duas propostas com conteúdo defendido por Maia foram anexadas ao mesmo texto e ele se mostra inclinado a pautar a medida.
Você pode me explicar um pouco melhor a questão? Ao anunciar nesta quarta uma medida provisória para a área de turismo, o ministro afirmou que o Brasil recebe atualmente cerca de 6,6 milhões de turistas estrangeiros por ano, e a liberação dos cassinos pode ajudar a elevar essa quantidade para até 20 milhões. “O impacto será considerável na economia do País”, disse.
Questionado sobre as avaliações de que a liberação dos cassinos pode facilitar crimes como a lavagem de dinheiro, o ministro respondeu que o tema precisa ser debatido entre o Parlamento e a sociedade, com a participação dos ministérios da Justiça e da Economia. “Gostaria de envolver a Polícia Federal e a Receita Federal para apresentamos um projeto desmistificando muitas situações que não condizem com a verdade, como evasão de divisas e lavagem de dinheiro”, completou.
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