O recuo se deve basicamente à China, que exportou 40% menos neste primeiro quadrimestre

 

As importações de agrotóxicos estão em queda neste ano, mas as exportações europeias para o Brasil continuam em expansão. Já a Ásia perdeu participação no mercado brasileiro.

 

De janeiro a abril, o Brasil gastou US$ 590 milhões na compra de inseticidas, herbicidas e fungicidas. Apenas estes últimos tiveram aumento nas importações.

 

Os dados são da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), que registrou um volume de compras de 64 mil toneladas de janeiro a abril, 16% menos do que em relação a igual período anterior.

 

Após a aprovação de 474 produtos agrotóxicos no ano passado, um número recorde, não houve novos registros de janeiro a abril deste ano, segundo o Ministério da Agricultura.

 

Durante 2019, as importações brasileiras somaram o recorde de 335 mil toneladas de agrotóxicos, consumindo US$ 3 bilhões, um valor inferior apenas ao de 2014.

 

Naquele ano, as lavouras brasileiras passavam por um ataque voraz da recém-chegada Helicoverpa armígera. Isso obrigou o país a gastar US$ 3,4 bilhões nas compra externas desses produtos.

 

China e Índia, líderes nas exportações destes insumos para o Brasil em 2019, reduziram as vendas para US$ 199 milhões neste ano, um recuo de 28%.

 

Essa queda se deve a uma desaceleração das vendas chinesas para os brasileiros. O Brasil gastou US$ 69 milhões neste ano no país asiático, 40% menos do que em igual período do ano passado.

 

Além de fechamento de algumas indústrias por problemas ambientais, a China foi o primeiro país a sofrer uma paralisação industrial devido à Covi-19.

 

A Europa, ao contrário da Ásia, elevou as vendas para US$ 102 milhões, 10% mais nestes quatro primeiros meses do ano. Os destaques entre os europeus são os alemães, os franceses, os espanhóis e os britânicos.

 

Os Estados Unidos, também grandes fornecedores de agrotóxicos para o Brasil, mantiveram o valor das vendas estáveis neste ano: US$ 154 milhões no período.

 

EMPURRAR OS QUE VÃO BEM

Em uma videoconferência nesta quinta-feira (14), para a discussão de assuntos que estão na pauta do Plano Safra, o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, disse que é importante “empurrar setores” que estão se saindo bem nesta pandemia.

 

Esses setores atenuam o impacto do coronavírus sobre a economia e reduzem o estresse fiscal. O agronegócio é um desses casos, segundo ele.

 

Rodrigues destacou também a necessidade de reforçar o apoio aos mais vulneráveis —se referindo ao auxílio emergencial de R$ 600.

 

Participaram da videoconferência a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e Rodrigues.

 

O seguro rural e a redução das taxas de juros constam da pauta de negociações. O montante do seguro rural deste ano poderá chegar a R$ 1,5 bilhão, 50% mais do que em 2019.

 

Para Campos Neto, é preciso dar ênfase ao seguro rural, enquanto Tereza Cristina diz que Economia e Agricultura estão se dando muito bem. Na visão dela, o avanço tem de ser com responsabilidade e contemplando os ajustes possíveis e necessários.

 

Testes no campo A Fealq (Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz) está buscando parcerias para que a Esalq e o Cena (Centro de Energia Nuclear na Agricultura), realizem diagnósticos da Covid-19 em trabalhadores do agronegócio, principalmente os das linhas de produção e de distribuição de alimentos.

 

Testes no campo 2 O impacto do coronavírus nas linhas de produção e na distribuição de alimentos, além de risco à saúde das pessoas, poderá gerar graves prejuízos ao setor. Esses testes são necessários, ainda, porque há escassez e demora de diagnósticos no Brasil, segundo a fundação.

 

Fonte: Folha de SP