O Sindicato dos Trabalhadores em Telemarketing (Sintratel) elabotou proposta de trabalho home office durante a pandemia de Covid-19.

O documento fará parte de um programa de reestruturação do trabalho em que, cada sindicato, dentro da sua área de atuação, elabora sua proposta e o conjunto desses documentos será encaminhado para o governo do estado.

Veja abaixo a proposta do Sintratel:

Programa de Reestruturação do Trabalho no Setor de Telemarketing em Combate à COVID-19

 

I.             Considerando a ascendência do risco de vida em razão da pandemia em todo o estado de São Paulo e em especial nas cidades metropolitanas;

 

II.             Considerado a inexistência de uma vacina para a efetiva proteção da população trabalhadora, em especial, dos grupos socialmente mais vulneráveis em razão de  sua sujeição às condições de profilaxia nem sempre apropriadas no transporte público e coletivo para sua utilização e a realização da atividade profissional em ambientes coletivos logo, com o inevitável congestionamento humano em todos os ambientes comuns de trabalho.

 

III.             Considerando a grave situação de superlotação dos hospitais e centros de saúde nos meses que se segue para o acolhimento de novas vitimas do COVID 19, devemos fazer do jargão “FIQUE EM CASA” uma metodologia para a reorganização do trabalho, pautado nas garantias de segurança a saúde dos profissionais que podem readaptar seu cotidiano no ambiente residencial para o desenvolvimento de sua atividade laboral.

 

O advento nas últimas duas décadas do surgimento de novas profissões cuja atividade laboral é imaterial, a essencialidade da atividade profissional destas categorias não se pautam pelas condições do espaço geográfico ocupado pelo profissional que a realiza e sim pela garantia de que o labor ocorrerá, resultando como efeito na produção do trabalho cotidiano seja ele para a realização de transações comerciais de toda natureza (vendas, cobranças dentre outras), manuseio de informações de tecnologia, consultas médicas diversas, consultas terapêuticas, assessorias jurídicas, financeiras e administrativas, dentre outras de varias modalidades e principalmente na produção de conhecimento através de cursos EAD do ensino básico ao ensino superior.


Diante da sensível mudança na forma de organização do trabalho, modernizado pelas tecnologias desenvolvidas no século XXI é possível com o auxílio do poder público, darmos mais musculatura aos programas de trabalho em Home Office em especial, para as categorias profissionais do setor de prestação de serviço ao público, tal como a profissão de telemarketing/teleatendimento cuja definição profissional é: Classificam-se como profissionais em telemarketing/teleatendimento aqueles que exercem atividade laboral nas centrais de relacionamento direta ou indiretamente com clientes (call centers) logo desenvolvidos através do telesserviço para o desenvolvimento de relações de terceirização de processos e negócios com clientes e usuários de serviços e produtos para sua aquisição, cobrança, pesquisa, prestação de serviços técnicos e cadastramento com a  comunicação pela voz com o uso de equipamento telefônico, comunicação eletrônica digital em tempo real e mensagem eletrônica com a utilização simultânea de terminais de computador para a elaboração, análise, prospecção, monitoria e coordenação de cadastro informatizado de pessoas física e jurídica a serviço da necessidade do cliente ou usuário.” que, de acordo com os apontamentos da Associação Brasileira de Telesserviços (ABT) em sua última teleconferência bimestral biparti-te Setor e Sintratel, somam-se em São Paulo e nas cidades metropolitanas do estado mais de 100 mil profissionais deste setor.

 

Estratégia de organização do Trabalho Home Office em uma Ação Tripartite (Estado, Patronal e Sindicato):

 

 

 

 

Devemos considerar dois elementos fundante para nosso entendimento sobre a situação da população economicamente ativa do Brasil considerando a heterogeneidade dos seus dois pilares:

 

1. Econômico: renda per capta de cada grupo, capacidade de ascensão econômica para o melhor acesso aos equipamentos sociais tais como convênios, aquisição de serviços farmacêuticos, convênios médicos, terapêuticos dentre outros, autonomia econômica para a aquisição dos meios necessários para a sua proteção individual e familiar, tais como transportes particulares, aquisição de insumos de higiene e proteção necessárias;

2. Social: Profissionais cujo perfil social indica as vulnerabilidades sociais empíricas ora jovens que residem de forma precária com a parentela em pequenas e precárias residência nas regiões afastadas dos centros urbanos, ora mães trabalhadoras que além das mesmas dependências parentais, ainda precisam das creches e das cuidadoras para manter-se mais tempo empregadas, visto a dupla responsabilidade social como mães provedoras e como trabalhadoras de mercado.

 

 

 

Considerando que o trabalho é um bem comum de toda a sociedade e que as suas transformações cíclicas, em especial após o advento da automação do trabalho ocorrido nas décadas finais do século XX, tiveram como objetivo fundamental, adaptar a população economicamente ativa às novas formas de organização da cadeia produtiva diante da nova ordem social de capitalismo neo liberal, é necessário minimizar os efeitos deste estado liberal na vida dos que tem apenas força de trabalho para substituir.

 

Diante de tal desafio, é preciso que o estado, sindicatos e empregadores concatenem as ações conjuntamente a fim de que seja reafirmado o valor social do trabalho em seu importante papel de produtor de conhecimento e dínamo de desenvolvimento para as melhorias das condições materiais de todos os setores da sociedade, em destaque com a preservação da saúde dos profissionais, bem como propiciar o contínuo desenvolvimento da sociedade na preservação das condições de vida para as gerações futuras e quiçá, havendo meios de proteção com testagem e imunização da população economicamente ativa, o trabalho presencial poderá ser reestruturado