A Greve Nacional dos Entregadores, marcada para esta quarta-feira (01), literalmente parou a cidade de São Paulo. Na capital paulista, o ponto de concentração foi a frente do Sindicato dos Motoboys, entidade filiada à União Geral dos Trabalhadores (UGT) reunindo, entre bikers e motocas, aproximadamente 5 mil pessoas que protestaram contra as péssimas condições de trabalho promovidas pelas empresas de aplicativo delivery.

 

Entre as reivindicações da categoria estão a melhoria das taxas por quilômetro rodado, fim dos bloqueios indevidos dos entregadores, equipamentos de proteção contra o coronavírus e a contratação de seguro de vida e contra roubo e furto de veículos.

 

Segundo Gerson Silva, presidente interino do Sindicato dos Motoboys, as empresas de aplicativo têm o motoboy ou o biker como algoritmos e não como pessoas que têm família para sustentar ou que estão desenvolvendo uma atividade de risco. Então se algo acontece, o motoqueiro cai ou se atrasa na entrega, esse trabalhador será bloqueado do aplicativo numa punição que pode ser de três horas a três dias, a depender do critério deles.

 

“É bonitinho ver na televisão a propaganda dos aplicativos dizendo que estão distribuindo máscaras e álcool gel, mas na realidade isso não acontece. Quando um motoboy é contaminado e comunica o aplicativo, ele é orientado a procurar o serviço de saúde pública e bloqueado por 15 dias. E o tal fundo para socorrer os trabalhadores que se acidentaram em trabalho, não passa de história, pois no último mês quatro motocas se acidentaram, alguns precisaram de amputação e não conseguem acessar essa tal fundo, mostramos isso no site do Sindicato”, disse Gerson.

 

Ricardo Patah, presidente nacional da UGT esteve no ato, parabenizou

ação dos profissionais e ressaltou que é preciso valorizar esses profissionais. “Vocês merecem respeito, é por isso que a UGT está encampando, com os motoboys de São Paulo, essa campanha de valorização desta categoria fundamental para o sistema de transporte da nossa cidade”.

 

 “Alguém aqui é empreendedor?”, perguntava do carro de som o presidente interino do Sindicato se referindo a uma expressão usada pelos representantes dos aplicativos que, para justificar a precarização das relações trabalhistas, exigiu que os motoboys abrissem MEI (Micro Empreendedor Individual) e passou a chamá-los de empreendedores.

 

“São pessoas que não têm a liberdade de negociar o valor da sua entrega com o cliente, recebem menos de um real pelo quilômetro rodado, não emite nota e ainda é chamado de empreendedor”, explicou Gerson.

 

A manifestação saiu da sede do sindicato, no bairro do Brooklin, seguiu pela Marginal Pinheiros, subiu a Av. Rebouças e chegou até o Tribunal Regional do Trabalho (TST) 2ª Região, onde a categoria tem duas ações civis públicas exigindo responsabilidade social desses aplicativos.

No TRT foi protocolado um ofício, reiterando a pauta de reivindicação da categoria e em seguida os manifestantes se dirigiram até a Av. Paulista, onde se concentraram em frente ao MASP.

 

 

 

 

WhatsApp_Image_2020-07-01_at_16.30.37.pn

 

WhatsApp_Image_2020-07-01_at_15.36.00.pn

 

WhatsApp_Image_2020-07-01_at_15.59.18.pn

 

WhatsApp_Image_2020-07-01_at_15.36.00_1.