Custo da produção de energia aumenta com crise hídrica e deputada da oposição lembra que Bolsonaro joga o custo da falta de planejamento do governo para a população
A conta de luz vai aumentar mais para o consumidor brasileiro. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, na última terça-feira (29), o reajuste na bandeira tarifária vermelha patamar 2, que passará de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos. Isso representa uma alta de 52%.
A bandeira vermelha patamar 2 é uma cobrança extra para os consumidores, quando aumenta o custo da produção de energia no país. Na noite de 28 de junho o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, fez pronunciamento em que afirmou que o país passa por um momento de crise hídrica e avisou que a conta ficaria mais cara.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) disse em sua conta no Twitter que a alta da energia vai vigorar entre julho e novembro. “Pode ser o período menos chuvoso em 91 anos, mas a CRISE HÍDRICA é responsabilidade do governo Bolsonaro que não se planejou e antecipou aos fatos com ciência e tecnologia. Deixem Deus fora disso”, afirmou.
Frente à gravidade da crise, o ministro Albuquerque pediu “colaboração da população” em relação ao consumo de água e luz. Ele disse ainda que o governo estuda medidas para incentivar empresas a alterar horários de consumo de energia, embora a medida ainda esteja em análise, sem, portanto, data para ser posta em prática.
Enquanto o ministro fazia seu pronunciamento em cadeia nacional, o governo editava uma medida provisória com objetivo de dar ao ministério poderes extraordinários. Entre eles, “fortalecer a governança” do órgão para tomar medidas emergenciais em meio ao problema hídrico. Temendo ser um reconhecimento de crise, o governo evitou na MP termos como “racionamento compulsório”.
Pode piorar
A previsão é a de que a bandeira vermelha patamar 2 vigore, no mínimo, entre julho e novembro. O novo valor será cobrado na conta de luz já no próximo mês.
A crise hídrica se choca com a privatização da Eletrobras, proposta por Bolsonaro e aprovada pela Câmara dos Deputados, que pode ferir a economia popular e causar prejuízos aos trabalhadores do país. A venda da Eletrobras deve elevar a conta de luz em até 25% num primeiro momento. E elevar o custo da indústria, das famílias e de toda a cadeia de produção da economia em R$ 460 bilhões por 30 anos.
O deputado federal Bohn Gass (PT-RS) afirma que a MP é mais uma obra de mentiras do governo Bolsonaro, que prometeu reduzir o valor do custo de energia com a privatização da Eletrobras. Segundo o parlamentar, assim como a reforma da Previdência e o Teto de Gastos, que foram aprovados sob o argumento de criar empregos e atrair investidores, as promessas neoliberais não se concretizarão novamente. “Quem vai pagar a conta da privatização será o consumidor e a conta de luz vai aumentar“, afirmou ao programa Brasil TVT.
Fonte: Rede Brasil Atual