Número foi observado na segunda quinzena de março, quando a quarentena teve início para conter a propagação da Covid-19



De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), a crise causada pela Covid-19 vem empurrando boa parte da força de trabalho feminina para casa.

 

Na duas últimas semanas de março, período que marca o início da quarentena em diversos estados brasileiros, 7 milhões de mulheres deixaram o mercado de trabalho. São dois milhões a mais em relação aos homens na mesma situação.

 

Para além das demissões, as mulheres enfrentam mais dificuldades para procurarem vagas e se manterem no mercado de trabalho. Pesquisadores indicam que essa é a primeira vez nos últimos três anos em que a maioria das mulheres fica fora da força de trabalho – que engloba aqueles que estão trabalhando ou procurando emprego.

 

Devido à quarentena, o número de desempregados não reflete de forma precisa na crise do mercado. De acordo com a Pnad Covid-19, que utilizou dados de maio, 17,7 milhões de trabalhadores não conseguiram procurar trabalho por causa da pandemia.

 

Ao analisar o trimestre inteiro (de janeiro a março), o número de mulheres que perderam seus empregos foi 25% maior em relação aos homens. Por estarem em ocupações mais precárias, as mulheres acabam sendo demitidas.

 

Para se ter uma ideia, enquanto a população ocupada caiu 3,4% no primeiro trimestre em comparação a 2019, as domésticas registram uma queda quase três vezes maior: 10,1%.

 

Fonte: O Globo