Para o Human Rights Watch, presidente só terá credibilidade se tomar medidas para reverter os danos que causou

 

A organização internacional Human Rights Watch (HRW) disse que o presidente Jair Bolsonaro não pode ser levado a sério ao insistir que está comprometido com o a proteção da Amazônia. Em discurso na Cúpula de Líderes do Clima nesta quinta-feira (22), Bolsonaro chegou a prometer mais recursos para a proteção ambiental. “Desde que assumiu o cargo em 2019, seu governo não fez nada além de acelerar a destruição da floresta tropical. A menos que ele esteja disposto a tomar medidas concretas para reverter os danos de suas desastrosas políticas ambientais, seus compromissos climáticos não podem ser levados a sério”, diz trecho da nota emitida pela organização.

Os dirigentes da HRW destacaram que o governo Bolsonaro sabotou agências ambientais, acusou de crimes ambientais, levianamente, organizações da sociedade civil e pôs em risco os direitos dos povos indígenas. Políticas essas, que têm contribuído para aumentar o desmatamento na Amazônia.

Presidente sem credibilidade

Para a organização, o governo só terá credibilidade de governos e empresas estrangeiras se apresentar, de fato, e puser em prática ações que reduzam o desmatamento, como a punição de autores de crimes ambientais e atos de intimidação e violência contra os povos indígenas. “Bolsonaro deveria reconhecer e proteger territórios indígenas, revertendo suas políticas de proteção a invasores. E também os requisitos de inspeção para exportações de madeira, que favorecem madeireiros ilegais”, diz outro trecho da nota.

Outras sugestões seriam a cobrança das multas não pagas por violações da legislação ambiental e retirar seu apoio às propostas para abrir os territórios indígenas à mineração, o que facilita também a grilagem e o desmatamento ilegal na Amazônia.

São medidas, segundo a organização, que sinalizariam às quadrilhas ambientais que o governo não vai mais tolerar o desmatamento e a violência na Amazônia. E que podem ajudar o Brasil a recuperar o reconhecimento de suas políticas em defesa do meio ambiente.

Fonte: Rede Brasil Atual