O jornalista Sérgio Camargo, cuja nomeação está suspensa, defende o fim do Dia da Consciência Negra

O presidente Jair Bolsonaro elogiou nesta quarta (11) o presidente suspenso da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, que defende o fim do Dia da Consciência Negra.

Na saída do Palácio da Alvorada, onde cumprimentou um grupo de eleitores, ele disse que o jornalista nomeado é “excelente” e que gostou muito dele.

“Não tem essa história de branco e negro. Somos iguais e ponto final”, disse. “Cultura é para maioria, não é para minoria, não”, acrescentou.

O órgão federal é responsável por promover a cultura de matriz africana no país. Apesar de Camargo ter sido nomeado em novembro, a decisão administrativa foi suspensa pelo juiz Emanuel José Matias Guerra, da 18ª Vara Federal do Ceará. A AGU (Advocacia-Geral da União) já recorreu.

No último dia 20 de novembro, o Palácio do Planalto não marcou nenhuma cerimônia para celebrar a data e o presidente Jair Bolsonaro também não se manifestou sobre o dia nas redes sociais, diferentemente do que fez, por exemplo, no Dia da Bandeira e no Dia Internacional da Mulher.

Antes de ser nomeado para o posto, Sérgio Camargo afirmou em suas redes sociais que o Brasil tem “racismo nutella” e que o  “racismo real" existe nos Estados Unidos.

Ele também escreveu que a escravidão foi terrível, “mas benéfica para os descendentes”. Na sequência, disse que “negros do Brasil vivem melhor que os negros da África”.

Na opinião de Camargo, deveria ser revalorizado o dia 13 de maio, Dia da Abolição da Escravatura. Para ele, o racismo é circunstancial, não estrutural, e capitaneado sobretudo por movimentos de esquerda.

 

Fonte: Folha de SP