Homenagens tomaram as ruas do país durante a tarde e noite desta quarta-feira (25); velório será nesta quinta (26)
O presidente Alberto Fernández decretou três dias de luto pela morte do ex-jogador Diego Armando Maradona, com apenas 60 anos, nesta quarta-feira (25). A expectativa é de que um milhão de pessoas passem pelo velório do ídolo, que será realizado na Casa Rosada, a sede da presidência na Argentina.
A família também considerou realizar o velório no estádio do Argentinos Juniors, o primeiro clube de Maradona, e no Congresso Nacional, mas finalmente decidiram realiza-lo na Casa Rosada. Foram anunciadas medidas protocolares de distanciamento social, visto que a cidade autônoma de Buenos Aires encontra-se na fase de distanciamento obrigatório em prevenção ao contágio de coronavírus.
O último velório ocorrido na Casa Rosada foi o do ex-presidente Néstor Kirchner, em 2010. Maradona, que se declarava peronista e sempre esteve próximo das principais lideranças da esquerda latino-americana, esteve presente na cerimônia.
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Aplausos, cânticos e lágrimas foram a tônica em diversos locais do país desde a tarde desta quarta até a noite.
A notícia da morte de Maradona tomou a todos de surpresa, e rapidamente gerou comoção entre fãs, jornalistas que deram a notícia em primeira mão e inclusive entre figuras com quem trocava farpas, como o ex-presidente Mauricio Macri.
Confirmada nesta tarde, por volta das 13h10, a morte de Maradona foi resultado de uma parada cardiorrespiratória. Ele se recuperava em sua casa de uma operação na cabeça devido a um hematoma, em Nordelta Tigre, zona norte de Buenos Aires.
Milhares de torcedores se reuniram no Obelisco, ponto central da capita federal, onde se deu a principal concentração de despedida ao jogador.
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Os estádios também foram pontos importantes para compartilhar e expressar a tristeza pela morte de Maradona: La Bombonera, o estádio do Boca Juniors e o estádio Diego Armando Maradona, do Argentinos Juniors, onde o craque começou sua carreira de jogador, e do qual o presidente Alberto Fernández também é torcedor.
“Só tenho a agradecer”, disse o torcedor de Argentinos Juniors Guillermo Cavalario, enquanto colava um cartaz com a foto de Maradona com mais dois amigos em uma parede externa do estádio. “Quero agradecer por ele ter nos dado tantas alegrias, por ter nascido neste clube. Ele nunca esqueceu de nós, sempre esteve presente. Ele foi, é e sempre será o maior”.
Reações
O veterano jornalista Victor Hugo Morales, que também era amigo de Maradona, resumiu o espírito do país diante da morte do ídolo: "Um dia de união em uma Argentina atualmente tão dividida".
O presidente Alberto Fernández lamentou a morte de Diego Maradona em seu Twtter: "Vamos sentir sua falta por toda a vida."
Cristina Kirchner, ex-presidenta e atual vice-presidenta, também lamentou a morte do amigo.
Até Mauricio Macri, ex-presidente de direita a quem Diego destinava severas críticas, homenageou o ídolo. "São inesquecíveis as enormes alegrias que Diego nos deu."
O Boca Juniors, clube onde Maradona atuou por mais de 10 anos, fez uma homenagem poética.
O principal rival na Argentina, River Plate, usou poucas palavras, mas também reconheceu a "infinitude" do ídolo.
Messi, que foi treinado por Maradona na Copa de 2010, quando o ex-jogador comandava a Seleção Argentina, lamentou a perda: "Diego é eterno"
O prefeito de Nápoles, Luigi de Magistris, anunciou que o estádio da cidade passará a se chamar Diego Armando Maradona. O craque foi ídolo do principal time da cidade, o Napoli, onde atuou por sete anos e conquistou os principais títulos da Itália.
Pelé, com quem Maradona disputou durante muitos anos o posto de maior jogador de futebol da história, lamentou a "perda de um grande amigo" e de uma "lenda"