Movimento Sindical vai às ruas no próximo sábado, 20 de novembro, em todo o Brasil junto com movimentos negros e populares em defesa da igualdade racial, da vida, da democracia, contra o desemprego, a carestia e a fome.
O dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, marca a morte de um dos maiores lutadores contra a escravidão no Brasil, Zumbi dos Palmares e passou a ser celebrada pelo Movimento Negro a partir da década de 1960 como uma forma de valorização da comunidade negra e da sua contribuição na história do país. Hoje, a data é oficializada pela lei nº 12.519/2011 e celebra a resistência do povo negro contra a escravidão e a luta contra o racismo no Brasil, tendo Zumbi como um dos principais lutadores da história pela liberdade.
O trabalho de negros e negras escravizados está na raiz da acumulação capitalista e oligárquica brasileira. A abolição da escravatura, tardia e inacabada, faz com que o racismo seja uma característica marcante da estrutura de classes e da sociedade brasileira até os dias de hoje. A população negra é maioria entre os desempregados e entre aqueles nas ocupações mais precárias e informais. A periferia dos grandes centros urbanos marcada pela moradia precária, pela ausência de infraestrutura social e pela carência de políticas públicas é majoritariamente negra.
É por isso que o descaso no combate a pandemia, o aumento da fome, do desemprego, a alta geral dos preços e o consequente caos econômico e social por qual passa o país impacta primeiramente e com mais intensidade à população negra e pobre.
A ação, a inércia e as posições do Presidente da República e de seus aliados reacionários e conversadores reforça e apoia a violência e a hostilidade que discrimina, agride e mata corpos negros todos os dias, ao mesmo tempo em que nega e torna invisível o caráter estrutural do racismo no Brasil.
Superar o racismo é uma exigência fundamental para a construção de uma sociedade verdadeiramente democrática e justa. Garantir o direito ao trabalho digno e protegido para a população negra é um dos caminhos para reparação de uma história de exclusão e desigualdade. Dar fim ao governo criminoso e racista de Jair Bolsonaro é um requisito para que o país possa reencontrar o caminho do desenvolvimento com justiça social.
A classe trabalhadora brasileira é negra e, por isso, o movimento sindical irá às ruas em todo o Brasil junto com a população negra e com todas as pessoas comprometidas com a defesa da
igualdade racial, da vida, da democracia, contra o desemprego, a carestia e a fome neste sábado, dia 20 de novembro.
Brasil, 17 de novembro de 2021.
- Sérgio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
- Miguel Torres, Presidente da Força Sindical
- Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
- Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
- José Reginaldo Inácio, Presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)
- Antonio Neto, Presidente da CSB, (Central dos Sindicatos Brasileiros)
- Atnágoras Lopes, Secretário Executivo Nacional da CSP-Conlutas
- Edson Carneiro Índio, Secretário-geral da Intersindical (Central da Classe Trabalhadora)
- José Gozze, Presidente da Pública, Central do Servidor
- Emanuel Melato, Intersindical Instrumento de Luta