A edição número 1 do boletim “De olho nas negociações”, do Dieese, reafirma o vigor sindical. Apesar da pandemia, que afeta a saúde e paralisa setores da economia, foram registrados 8.574 acordos das categorias. Ao esmiuçar as negociações, o Boletim indica que houve queda de 28% nas cláusulas econômicas – ou salariais. Ou seja, ante a pandemia, muitas negociações renovaram a Convenção Coletiva, sem tocar na questão salarial.
Pra falar das negociações, a live da terça (19) da Agência Sindical ouviu o professor Fausto Augusto Júnior, diretor-técnico do Dieese.
Boletim – Desde que assumimos a direção do Dieese em fevereiro, ajustamos a linha editorial e o modelo de comunicação, que facilitem assessorar o sindicalismo nas negociações e lutas. O Dieese é o banco mais antigo de acompanhamento de negociações no Brasil.
Negociações – O governo defende a linha da individual. Já nosso objetivo é mostrar que a negociação coletiva tem um papel fundamental na sociedade brasileira, é fundamental na solução de conflitos. Houve mais de oito mil negociações. A grande maioria dos Sindicatos faz acordo por negociação.
Sindicalismo – Vimos mais de 15 milhões de acordos. Metade dos trabalhadores entrou no programa por meio de acordos coletivos. O movimento sindical mostrou que era possível negociar condições melhores. Garantiu renda básica, ampliou a estabilidade. Um volume muito grande de negociações aconteceu no período. Muitas empresas agora estão retornando do home office e os Sindicatos negociam protocolos para os trabalhadores.
Índices – Muita negociação adiou a questão salarial pra depois da pandemia. O que precisava era manter o emprego. No caso do Metrô, os trabalhadores queriam manter a Convenção Coletiva, que engloba segurança, jornada, um conjunto de itens que nesse momento são prioridades. Provavelmente no segundo semestre as coisas vão se recuperar. A inflação está baixa. Nosso maior desafio é manter emprego e direitos.
Protocolos – Tem diversos protocolos, de conteúdo variados. Muita entidade agiu pra impedir demissão. Os protocolos englobam um conjunto de questões sobre as dificuldades dos trabalhadores.
Segundo semestre – A pauta patronal é enxugar a Convenção Coletiva. Vimos isso no Metrô, que nem foi uma negociação, foi imposição. As negociações agora são defensivas. No meio de tudo isso há um governo que tenta enfraquecer o movimento. A questão do custeio deve aparecer em muitas campanhas. É uma pauta importante.
Contribuição – A gente precisa entender as diversidades, porque o movimento sindical é bastante amplo. Mas um conjunto muito grande de Sindicatos negocia. Se negociam, é razoável que haja taxa vinculada à negociação.
LIVE – Clique aqui e assista na íntegra.
Fonte: Agência Sindical