O Brasil praticamente não registrou avanços desde 2012 no que se refere à renda do trabalho no segmento da população preta, é o que aponta a pesquisa divulgada pelo IBGE e, sendo assim, os trabalhadores e trabalhadoras pretos do país, mais uma vez, não têm o que comemorar no próximo domingo (20 de novembro), Dia Nacional da Consciência Negra.
Há 10 anos os trabalhadores pretos ganhavam 42,8%, a menos do que os brancos por hora trabalhada. Atualmente, os pretos ganham 40,2% ou seja, a desigualdade salarial se mantém praticamente a mesma.
Outras vítimas desta desigualdade são os trabalhadores pardos que ganham 38,4% menos do que os trabalhadores brancos. Em média os brancos ganham R$ 19,22; os pretos R$ 11,49 e os pardos R$ 11,84, por hora trabalhada. Isso significa que para ganhar o valor do salário mínimo atual de R$ 1.212, os pretos precisam trabalhar quase 105,5 horas, enquanto os brancos 63 horas.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (PNAD) Contínua, divulgada em agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com informações referentes ao segundo trimestre do ano.
Educação superior
A falta de acesso à educação superior é um dos fatores que influenciam na diferença de renda. Segundo um documento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado em 2021, nas últimas duas décadas 65,1% dos cargos de nível superior eram ocupados por pessoas brancas. Já pretos e pardos preenchiam 27,3% dessas vagas.
População brasileira por etnia
Segundo o IBGE, as populações preta e parda representam 9,1% e 47%, respectivamente, da população brasileira. Já na força de trabalho, a população parda representa 45%, e a preta, 10,2%.
com informações do IBGE