Adentramos o segundo semestre de 2025. Já foram seis meses intensos — e o tempo não para. No hemisfério norte, a guerra da Ucrânia se arrasta há três anos. No Oriente Médio, Israel, que já vinha impondo terror sobre Gaza com consequências desastrosas para a população palestina, resolveu colocar o Irã na berlinda com o argumento do enriquecimento de urânio para fins bélicos. A resposta iraniana foi imediata, e Israel correu para acionar o seguro norte-americano: o governo Trump prontamente enviou apoio. O mundo, atônito, assistiu à iminência de uma 3ª Guerra Mundial. Felizmente, ainda não foi dessa vez.
Já em terras brasilis, contrariando o “mercado” e sua torcida pelo fracasso, o Brasil vem crescendo. O PIB de 2024 avançou 3,4% e gerou empregos formais. Só em junho, tivemos um aumento de 29,6% nas contratações em relação ao mês anterior. Hoje ocupamos a 10ª posição entre as maiores economias do mundo, com PIB nominal de US$ 2,2 trilhões. No 1º trimestre de 2025, já crescemos 1,4%, o 5º maior desempenho entre 49 economias globais. Para desgosto da mídia, nosso problema não é econômico — é a má distribuição de renda.
Enquanto isso, o Congresso é ágil para criar mais cadeiras parlamentares, mesmo com impacto na dívida pública, mas não tem pressa em votar pautas que realmente mudariam a vida do povo trabalhador — como o fim da jornada 6x1, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e, por que não?, a taxação dos super-ricos.
Bilionários e banqueiros precisam contribuir mais. Só com redistribuição de renda será possível garantir políticas públicas que promovam inclusão, emprego e desenvolvimento com justiça social.
É nesse cenário que celebramos o 04 de Julho, Dia dos(as) Trabalhadores(as) de Telemarketing, junto aos 33 anos do Sintratel-SP. Uma data que deve ser marcada não só com comemoração, mas com luta e esperança em dias melhores para nosso setor.
É urgente atualizar o Anexo II da NR-17. A tecnologia mudou, e nossas condições de trabalho também: aumento no volume de ligações, tarefas múltiplas (ativo, receptivo, chat, multitelas), uso de IA e tentativas de burlar a legislação com falsos estágios, “cooperativas de fachada” e reclassificação de funções para alongar jornadas — tudo isso nos adoece. Precisamos também avançar no combate à robotização e regulamentar de fato a nossa profissão.
Afinal, o mundo do trabalho já passou por quatro grandes revoluções tecnológicas:
1. A do tear mecânico e das máquinas a vapor;
2. A dos combustíveis fósseis e da eletricidade;
3. A da microeletrônica, automação e robótica;
4. A atual — conectividade, 4G/5G, Internet das Coisas e agora a inteligência artificial generativa.
É essa última que nos impacta diretamente: um estudo da OIT alerta que 1 em cada 4 empregos será afetado pela IA generativa, especialmente os administrativos — como os nossos. Por isso, precisamos garantir que a tecnologia sirva à humanidade e não a substitua. Senão, seremos apenas números em um exército de reserva vivendo não de salários, mas de migalhas.