Na tarde de quinta-feira, 18 de setembro, o Sindicato dos Trabalhadores em Telemarketing (Sintratel) realizou um importante encontro entre o deputado federal Orlando Silva, empresários e lideranças sindicais, para tratar de temas centrais para o futuro do mundo do trabalho no Brasil. O evento, realizado na sede do sindicato, foi um espaço de diálogo e construção coletiva, onde foram discutidos os desafios da categoria diante da revolução tecnológica, a necessidade de aprimoramento da legislação e de valorização dos empregos no setor.
Participaram do encontro o presidente do Sintratel, Marco Aurélio, e os dirigentes Marcisio Moura, Alex Boccia, Alberto Paiva, José Roberto Pires e Ronaldo Lopes (Franco). Em sua fala, Marco Aurélio destacou que é urgente avançar em temas como o aprimoramento do Anexo II da NR 17, a regulamentação da categoria, a discussão sobre jornada de trabalho e a necessidade de um olhar responsável para o impacto da inteligência artificial sobre os postos de trabalho. “Nosso setor é um dos que mais emprega no Brasil, mas precisa de regras claras que assegurem qualidade de vida para o trabalhador e sustentabilidade para as empresas. A tecnologia é bem-vinda, mas não pode significar desemprego em massa ou precarização”, afirmou o dirigente.
O deputado Orlando Silva ressaltou que encontros como este são fundamentais para a construção de políticas públicas inclusivas. “Somente em países democráticos podemos reunir governo, trabalhadores e empresários para construir soluções de forma conjunta. O telemarketing é responsável por milhões de empregos e precisa ser protegido de maneira inteligente, para que o avanço tecnológico não se traduza em exclusão social”, afirmou o parlamentar, comprometendo-se a levar as demandas apresentadas para o Congresso Nacional.
Durante o encontro, John Anthony von Christian, presidente executivo da Associação Brasileira de Telesserviços (ABT), alertou que o setor está há mais de uma década sem políticas efetivas de incentivo. “Hoje empregamos mais de 1,4 milhão de pessoas de diferentes perfis – jovens, pessoas com mais de 50 anos, população LGBTQIA+ e pessoas com deficiência. É um dos setores mais inclusivos do país. A inteligência artificial precisa ser usada para melhorar o atendimento e não para eliminar empregos. Precisamos construir uma agenda legislativa que preserve esse papel social”, enfatizou.
Representando o setor empresarial, Antônio Guilherme, da empresa A&C, destacou a importância de valorizar o segmento. “O telemarketing é relativamente novo e vem se regulamentando ao longo dos anos. Queremos que o setor seja visto de forma positiva, reconhecido pelo papel que tem em dar a primeira oportunidade de emprego aos jovens e em desenvolver talentos”, disse.
O Sintratel reforçou que seguirá mobilizado para garantir a aprovação de medidas que equilibrem inovação, preservação de empregos e proteção dos trabalhadores. O encontro terminou com o compromisso de transformar o debate em propostas concretas, reafirmando o papel do sindicato como protagonista na defesa da categoria e no enfrentamento dos riscos de uma automação sem responsabilidade social.