A isenção do Imposto de Renda (IR) para trabalhadores e trabalhadoras que recebem até R$ 5 mil por mês é muito mais do que uma medida econômica; é um ato de justiça social. Essa mudança representa um avanço para corrigir uma distorção histórica: mesmo com salários baixos, os trabalhadores da base da pirâmide econômica carregam o maior peso das tributações, enquanto os mais ricos têm usufruído de brechas e privilégios.
Conforme os dados da Pnad Contínua de 2019, do IBGE, 90% dos brasileiros ganham menos de R$ 3.500 por mês e 70% dessas pessoas vivem com até dois salários mínimos. Isso revela uma desigualdade gritante, que freia o crescimento econômico e impede avanços na igualdade social. Por outro lado, o 1% mais rico da população tem uma renda média mensal de R$ 32.700, com muitos super ricos ganhando mais de R$ 50 mil mensais ou R$ 600 mil por ano.
Para compensar a isenção de IR aos que ganham até R$ 5 mil, o governo anunciou a criação de um imposto mínimo de 10% para rendas superiores a R$ 50 mil mensais. Essa é uma medida necessária e bem-vinda. Quem está no topo da pirâmide deve contribuir proporcionalmente mais, aliviando o peso das camadas trabalhadoras que, historicamente, sustentam o sistema tributário com sua força de trabalho e seus salários apertados.
A disparidade de renda no Brasil é inaceitável. Os números mostram que, enquanto uma pequena elite acumula riqueza, a grande maioria da população luta para sobreviver. Essa realidade não apenas agrava a desigualdade social, mas também limita o potencial de desenvolvimento do país.
A isenção do IR para os trabalhadores que ganham até R$ 5 mil é um passo importante para construir um sistema fiscal mais justo, onde quem tem menos pague menos e quem tem mais pague proporcionalmente mais. O Sintratel apoia e luta por medidas que tragam equidade e valorizem aqueles que constroem o Brasil com o suor de seu trabalho.
Marco Aurélio
Presidente do Sintratel