A maior parte da população fez a sua escolha por Jair Bolsonaro para assumir a presidência do Brasil. Como progressistas e defensores da democracia, reconhecemos o resultado das urnas, o que não significa que tenhamos que aceitar calados as ideias do novo presidente.
O resultado está consumado e, pelos próximos quatro anos, teremos um governo de extrema direita que já anunciou mudanças radicais e, diga-se de passagem, incalculavelmente danosas para a classe trabalhadora, tais como: reforma da previdência e a ampliação da retirada de direitos trabalhistas, como se as mudanças realizadas pelo então presidente Michel Temer já não fossem suficientes.
Uma coisa é certa, assim como será um período difícil para os movimentos sociais e para o sindicalismo brasileiro, estes são tempos de luta e resistência para podermos defender a maior quantidade de direitos sociais e trabalhistas.
Digo isso porque em momento algum o então presidenciável acenou ou esboçou qualquer tentativa de diálogo com a classe trabalhadora. Virou as costas para a população assalariada, que é justamente o combustível que move esse País, e somente se relacionou com os empresários, representantes do agronegócio e com os militares.
Outro fato de extrema preocupação é justamente essa militarização nas esferas governamentais, reforço isso porque este é um fenômeno que não se via no Brasil desde o fim da ditadura militar, em 1985 e pode causar um sério problema entre as instituições, uma vez que os governos são transitórios e mudam a cada quatro anos e as forças militares não.
Diante de tudo isso, reitero que os próximos anos serão de uma luta árdua e ininterrupta para manter o que foi conquistado até hoje e, se possível, ampliar direitos, mas acima de tudo, será uma luta para defender a democracia brasileira.