A questão das contratações de artistas para realização de shows em cidades pelo Brasil afora vai muito mais além do nome do artista, ou do tipo de música que executa.

Primeiramente, se fossem realmente comprometidos com a qualidade e as condições dignas de vida, os mandatários deveriam avaliar as prioridades que a cidade enfrenta e a partir daí direcionar os investimentos nas áreas que demandam aportes. 

Isso é óbvio do óbvio. Mas que, em tempos onde até o óbvio precisa de explicação, é sempre bom relembrar.

Abrir mão de investimentos nas áreas de Saúde e Educação em detrimento desses showmícios, que é o que de fato são, demonstra o descaso com o dinheiro público, além do desdenho às necessidades dos munícipes. 

Se por um lado quem está à frente dessas decisões direciona erroneamente, pra não dizer propositalmente, o erário público, o artista honesto, sabendo que as verbas que seriam empregadas na evolução de toda uma juventude, com a valorização de professores, com a melhoria de salários e benefícios, consequentemente, elevando a qualidade da Educação, assim como a melhoria na Saúde, com a compra de equipamentos, insumos, contratações de profissionais e tantas outras necessidades que a Saúde clama, abriria mão de se favorecer dessa farra com dinheiro público e somaria nessa luta pela moralização dos gastos com este dinheiro, tão parco para as necessidades reais da população, mas tão generoso para os ralos dos esgotos desse caminho tortuoso que desemboca no apoio eleitoral como finalidade.

Os anos passam, as mudanças inexistem e os velhos modos só se maquiam para se aparentar como "nova política", todavia, permanecem carregadas das mesmas sebosas entranhas, que há anos permeiam os políticos brasileiros. 

E assim o jogo segue. 

Ou, ou, ou... ...nada mudou!!!

 

 

*Diretor de Comunicação e Imprensa da UGT-SP e diretor de Relações Institucionais e Comunicação do Sintratel-SP.