Reivindicando melhores salários e direitos, os trabalhadores do transporte rodoviário urbano de São Paulo resolveram cruzar os braços em protesto à intransigência do setor patronal e do Poder Público. Sem avanços na Campanha Salarial, a paralisação da categoria tem causado sérios transtornos no trânsito paulistano, evidenciando a importância dos profissionais para o funcionamento da maior cidade da América Latina.
Com data-base em 1º de maio, as tratativas de negociação da Campanha Salarial iniciaram em meados de março. “Estamos há meses buscando o diálogo, apresentando as reivindicações da categoria e tentando de todas as formas convencer os patrões a oferecerem um reajuste equivalente ao índice da inflação e eles foram irredutíveis. Depois de muita luta, propuseram o reajuste apenas a partir de outubro, o que não é aceitável. A categoria também reivindica pelo fim da hora de almoço não remunerada, o pagamento de 100% das horas extras e PLR.”, afirmou o presidente em exercício do Sindmotoristas, Valmir Santana da Paz (Sorriso).
Visando causar menos prejuízos à população e respeitando as medidas da liminar expedida pelo TRT (Tribunal Regional de Trabalho), a paralisação não foi total, ainda há veículos circulando pela cidade, principalmente os que integram o sistema complementar – os quais fazem itinerários nas adjacências dos terminais e linhas de trem, por exemplo.
“Nessa paralisação, estamos evidenciando a importância dos motoristas, cobradores e profissionais do setor de manutenção para o funcionamento da maior cidade da América Latina. Os patrões precisam reconhecer a essencialidade da categoria para o dia a dia de São Paulo”, afirmou Sorriso.
O julgamento do dissídio da greve pelo TRT ficou agendado para acontecer amanhã, dia 15, às 15h. Até o presente momento, oficialmente, não houve nenhuma manifestação do setor patronal. A greve seguirá até o julgamento.