A campanha pela reforma da previdência, qual seja, o fim da aposentadoria, pode ficar do jeito que o diabo gosta. Ou melhor: do jeito que Jair Bolsonaro (PSL) adora.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), sugeriu nesta segunda-feira (25) que a mesma estrutura que elegeu o capitão reformado seja utilizada na campanha para tirar direitos sociais e previdenciários dos brasileiros.
“A questão da comunicação é decisiva. Não tem como ir para o enfrentamento de um tema tão sensível como esse sem ter a capacidade de explicar de forma muito clara para o cidadão o que estamos fazendo, qual o objetivo da reforma”, afirmou o parlamentar num evento promovido pela Folha e pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Na prática, Maia pediu para que a indústria das notícias falsas seja reativada com o objetivo de convencer o Congresso Nacional e a sociedade.
Durante a campanha presidencial, Bolsonaro foi acusado — inclusive pela Folha — de usar ilegalmente disparos de WhatsApp cujas empresas teriam sido pagas com dinheiro de caixa dois.
“O governo precisa fazer isso. [Usar] estrutura política que levou o presidente ao governo e que apresentou competência muito grande de influência nessas redes. […] Essa parte política, o partido do presidente, precisar ter a capacidade de enfrentar, saber explicar de forma didática”, discursou o presidente da Câmara.
Apesar de defender a volta do cibercrime na questão da reforma da previdência, como parte da batalha pela comunicação, Maia nada disse sobre os maiores devedores da previdência social. Segundo o deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB), no Blog do Esmael, o calote de sonegadores soma R$ 450 bilhões e o governo federal retira anualmente R$ 600 bilhões do sistema de seguridade social por meio da DRU (Desvinculação de Receita da União) para pagar os rentistas.
Resumo da ópera: Rodrigo Maia deveria sofrer impeachment por advogar táticas de cibercriminosos, por meio de fake news, no debate da reforma da previdência.
Fonte: www.esmaelmorais.com.br