A empresa de patinetes elétricos Grow, dona da Yellow e da Grin, relata que, desde o início da aplicação da regulamentação provisória para o uso do veículo, sentiu uma queda de 40% nas viagens realizadas com o equipamento. A empresa atribui a diminuição à dúvida dos usuários sobre o uso, ou não, dos capacetes.

 

"A nossa percepção é de que as pessoas estejam desconfiadas de que não podem usar o serviço sem o capacete e estão desistindo de usar essa modalidade de transporte”, disse Ricardo Kaussman, diretor de Relações Públicas da Grow em entrevista ao G1.

 

Inicialmente, o decreto do prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), determinava que passageiros só poderiam andar com patinetes se utilizassem o capacete. Mas uma decisão liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo extinguiu a obrigatoriedade.

 

Kaussman reforçou que, apesar do capacete não ser mais obrigatório, os usuários devem seguir medidas de segurança para anda com o patinete elétrico, entre elas, colocar as duas mãos no volante, não utilizar celular ou fones de ouvido enquanto utilizar o veículo e não ter mais de uma pessoa no patinete.

 

Credenciamento

O cadastro das empresas que alugam o patinete compartilhado foi exigido pela Prefeitura de São Paulo por meio do Decreto nº 58.750, do dia 13 de maio de 2019, que regulamentou provisoriamente o uso dos veículos.

 

Na época, a Grow disse que considerava o decreto "inconstitucional" e "ilegal" sob a alegação de que o uso de patinetes já é regulado pelo Código Brasileiro de Trânsito, e acrescentou que não se credenciaria. A Justiça de São Paulo negou o pedido da empresa para suspender do decreto.

 

Diante da postura da empresa, agentes da Subprefeitura de Pinheiros recolheram centenas de patinetes na Avenida Faria Lima no primeiro dia de validade do decreto. Segundo o secretário da Mobilidade, Edson Caram, o número total de equipamentos apreendidos chegou a 1.090. "Eles estavam sem o credenciamento para trabalhar", disse.

 

Atualmente, a empresa segue todas as regras impostas pela prefeitura, inclusive, o cadastramento, que foi realizado no dia 5 de junho de 2019.

 

Quanto aos patinetes apreendidos, a Prefeitura de São Paulo informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a empresa terá que pagar R$ 819,81, por patinete apreendido e R$ 20 mil, por empresa, por terem descumprido o decreto.

 

Fonte: G1