A taxa de desocupação ficou em 10,5% no trimestre encerrado em abril, a menor para esse trimestre desde 2015, quando foi de 8,1%. Em relação ao trimestre anterior, a taxa caiu 0,7 ponto percentual (p.p.), e, no ano, a queda foi de 4,3 p.p. Por outro lado, o rendimento real habitual foi apurado em R$ 2.569 no trimestre encerrado em abril, apresentando estabilidade frente ao trimestre anterior e queda de 7,9% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada hoje (31) pelo IBGE.
O número de pessoas ocupadas, de 96,5 milhões, é o maior da série histórica, iniciada em 2012, e mostrou alta de 1,1% na comparação com o trimestre de novembro a janeiro e de 10,3% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Isso equivale a um aumento de 1,1 milhão de pessoas no trimestre e de 9 milhões de ocupados no ano.
Já a população desocupada, estimada em 11,3 milhões de pessoas, recuou 5,8% frente ao trimestre anterior, o que representa 699 mil pessoas a menos. No ano, a queda foi de 25,3%, menos 3,8 milhões de pessoas desocupadas.
“Nesse trimestre, estamos diante da manutenção do processo de retração da taxa de desocupação, que vem ocorrendo desde o trimestre encerrado em julho de 2021, em função, principalmente, do avanço da população ocupada nos últimos trimestres”, destaca Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE.
Ela complementa que os aumentos da ocupação se deram nos grupamentos de Transporte, armazenagem e correio, Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais e Outros serviços. Os demais grupamentos ficaram estáveis.
“O grupo Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais foi impulsionado pelo crescimento em educação, que inclui tanto a rede pública como a privada. Em outros serviços, destaca-se o aumento nos serviços de embelezamento, como cabelereiros, manicure e esteticista.”, detalha a pesquisadora.
O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado foi de 35,2 milhões de pessoas, subindo 2,0% (690 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e 11,6% (acréscimo de 3,7 milhões de pessoas) na comparação anual.
“Nesse trimestre, mantem-se a trajetória de recuperação do emprego com carteira, com diversas atividades registrando expansão, principalmente no Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas e em Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas”, explica Beringuy.
Ela destaca que, na série comparável, esse é o maior contingente com carteira desde o trimestre encerrado em abril de 2016 e a quarta expansão significativa consecutiva tanto no trimestre quanto no ano.
Todas as demais posições na ocupação, como trabalhadores sem carteira no setor privado, conta-própria e empregador, dentre outras, mantiveram estabilidade. Assim, a taxa de informalidade caiu de 40,4%, no trimestre anterior, para 40,1% da população ocupada, totalizando 38,7 milhões de trabalhadores informais.
Rendimento cai 7,9% no ano
O rendimento real habitual foi apurado em R$ 2.569 no trimestre encerrado em abril, apresentando estabilidade frente ao trimestre anterior e queda de 7,9% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
Beringuy explica que a expansão da formalidade não seu traduziu em crescimento do rendimento: “Embora tenha havido crescimento da formalidade, não foi observada expansão do rendimento médio real do emprego com carteira assinada no setor privado. Além disso, houve queda no rendimento do setor público”, afirma.
Já a massa de rendimento real habitual (R$ 242,9 bilhões) cresceu frente ao trimestre anterior e ficou estável na comparação anual.
“No panorama do trimestre, a massa de rendimento aumentou em função da expansão da ocupação. No ano, embora tenha havido um crescimento expressivo da população ocupada, houve retração do rendimento, fazendo com que a massa fique estável apesar do número muito maior de pessoas ocupadas”, contextualiza a pesquisadora.
Fonte: IBGE