O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) divulgou na última sexta-feira (06/06) os dados de maio de 2025 da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA). O levantamento revelou que o custo do conjunto dos alimentos essenciais caiu em 15 das 17 capitais brasileiras analisadas, aumentando apenas em duas.

As cestas mais caras do país continuam sendo registradas nas regiões Sudeste e Sul: São Paulo lidera com o maior valor (R$ 896,15), seguida por Florianópolis (R$ 858,93) e Rio de Janeiro (R$ 847,99). Já os menores custos foram verificados no Nordeste, com Aracaju (R$ 579,54), Salvador (R$ 628,97) e Recife (R$ 636,00).

Mesmo com o recuo dos preços na maioria das cidades, o valor da cesta básica ainda representa um grande desafio para o bolso do trabalhador. De acordo com o DIEESE, o salário mínimo necessário para garantir o sustento digno de uma família de quatro pessoas — como determina a Constituição — deveria ter sido de R$ 7.528,56 em maio de 2025. O valor é 4,96 vezes maior que o atual salário mínimo em vigor, fixado em R$ 1.518,00.

O cálculo considera não apenas os gastos com alimentação, mas também com moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência — elementos essenciais para uma vida digna. A estimativa leva em conta o custo da cesta mais cara entre as capitais pesquisadas (São Paulo), reafirmando o descompasso entre o rendimento da maioria dos trabalhadores e o custo real de vida nas grandes cidades.

O resultado da pesquisa reforça a urgência de se discutir uma política de valorização permanente do salário mínimo, alinhada ao crescimento econômico e à inflação real da cesta de alimentos. Para o DIEESE, garantir um salário que atenda às necessidades básicas do trabalhador e de sua família é condição essencial para combater a desigualdade social e fomentar o consumo interno.