Mais de 118 organizações da sociedade civil se reuniram e divulgaram nota rechaçando declaração do presidente da república, Jair Bolsonaro que responsabilizou "os defensores da Amazônia" das grandes queimadas que ocorrem na floresta Amazônica. Ele disse que o seu “sentimento” é de que “ONGs estão por trás” do alastramento do fogo para “enviar mensagens ao exterior”. Em repúdio, entidades disseram que "Bolsonaro não precisa das ONGs para queimar a imagem do Brasil".

 118 Ongs assinam nota rechaçando acusação de Bolsonaro sobre queimadas. 118 Ongs assinam nota rechaçando acusação de Bolsonaro sobre queimadas.

Segundo as organizações, mesmo em pouco tempo de governo, Bolsonaro é responsável pelo aumento das queimadas. "No seu curto período de governo, também cresceram o desmatamento, a invasão de parques e terras indígenas, a exploração ilegal e predatória de recursos naturais e o assassinato de lideranças de comunidades tradicionais, indígenas e ambientalistas". 

Ao mesmo tempo, com o desmonte e desmoralização da fiscalização ambiental, além das inúmeras mensagens de incentivo à ocupação predatória da Amazônia e tentativa de criminalizar os que defem a conservação.

Leia abaixo a íntegra da nota:

Os focos de incêndio em todo Brasil aumentaram 82% desde o início deste ano, para um total de 71.497 registros feitos pelo INPE, dos quais 54% ocorreram na Amazônia. Diante da escandalosa situação, Bolsonaro disse que o seu “sentimento” é de que “ONGs estão por trás” do alastramento do fogo para “enviar mensagens ao exterior”.

O aumento das queimadas não é um fato isolado. No seu curto período de governo, também cresceram o desmatamento, a invasão de parques e terras indígenas, a exploração ilegal e predatória de recursos naturais e o assassinato de lideranças de comunidades tradicionais, indígenas e ambientalistas. Ao mesmo tempo, Bolsonaro desmontou e desmoralizou a fiscalização ambiental, deu inúmeras declarações de incentivo à ocupação predatória da Amazônia e de criminalização dos que defendem a sua conservação.

O aumento do desmatamento e das queimadas representa, também, o aumento das emissões brasileiras de gases do efeito estufa, distanciando o país do cumprimento das metas assumidas no Acordo de Paris. Enquanto o governo justifica a flexibilização das políticas ambientais como necessárias para a melhoria da economia, a realidade é que enquanto as emissões explodem, o aumento do PIB se aproxima do zero.

O Presidente deve agir com responsabilidade e provar o que diz, ao invés de fazer ilações irresponsáveis e inconsequentes, repetindo a tentativa de criminalizar as organizações, manipulando a opinião pública contra o trabalho realizado pela sociedade civil.

Bolsonaro não precisa das ONGs para queimar a imagem do Brasil no mundo inteiro.

 

Brasil, 21 de agosto de 2019

 

Assinam:

 

Ação Educativa

 

Angá;

 

Articulação Antinuclear Brasileira;

 

Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, APIB;

 

Assembleia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente, APEDEMA;

 

Assessoria e Gestão em Estudos da Natureza, Desenvolvimento Humano e Agroecologia, AGENDHA;

 

Associação Agroecológica Tijupá;

 

Associação Alternativa Terrazul;

 

Associação Ambientalista Copaíba;

 

Associação Ambientalista Floresta em Pé, AAFEP;

 

Associação Ambientalista Floresta em Pé, AAFEP;

 

Associação Amigos do Meio Ambiente, AMA;

 

Associação Arara do Igarapé Humaitá, AAIH;

 

Associação Brasileira de ONGs, ABONG;

 

Associação Civil Alternativa Terrazul;

 

Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos, AQUASIS;

 

Associação de Preservação da Natureza do Vale do Gravataí;

 

Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida, APREMAVI;

 

Associação Defensores da Terra;

 

Associação do Movimento dos Agentes Agroflorestais Indígenas do Acre, AMAAIAC;

 

Associação em Defesa do rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar, APOENA;

 

Associação Flora Brasil;

 

Associação MarBrasil;

 

Associação Mico-Leão-Dourado;

 

Associação Mineira de Defesa do Ambiente, AMDA;

 

Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia, CAPA / FLD;

 

Centro de Assessoria Multiprofissional, CAMP;

 

Centro de Estudos Ambientais, CEA;

 

Centro de Trabalho Indigenista, CTI;

 

Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro Brasileiro;

 

Cidade Escola Aprendiz;

 

Coletivo BANQUETAÇO;

 

Coletivo Delibera Brasil;

 

Coletivo do Fórum Social das Resistências de Porto Alegre;

 

Coletivo Socioambiental de Marilia;

 

Comissão Pró-Índio do Acre, CPI-Acre;

 

Conselho de Missão entre Povos Indígenas, COMIN / FLD;

 

Conselho Indigenista Missionário, CIMI;

 

Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, COIAB;

 

Coordenadoria Ecumênica de Serviço, CESE;

 

Ecossistemas Costeiros, APREC;

 

Elo Ligação e Organização;

 

Espaço de Formação, Assessoria e Documentação;

 

FADS – Frente Ampla Democrática Socioambiental;

 

FEACT Brasil (representando 23 organizações nacionais baseadas na fé);

 

Federação de Órgãos para Assistencial Social e Educacional, FASE;

 

Fórum Baiano de Economia Solidária;

 

Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, FBOMS;

 

Fórum da Amazônia Oriental, FAOR;

 

Fórum de Direitos Humanos e da Terra;

 

Fórum de ONGs Ambientalistas do Distrito Federal;

 

Fórum de ONGs/Aids do Estado de São Paulo, FOAESP;

 

Fórum Ecumênico ACT Brasil;

 

Fórum Social da Panamazônia;

 

Fundação Avina;

 

Fundação Luterana de Diaconia, FLD;

 

Fundação Vitória Amazônica, FVA;

 

GEEP – Açungui;

 

Gestos – Soropositividade, Comunicação e Gênero;

 

Grupo Ambientalista da Bahia, GAMBA;

 

Grupo Carta de Belém;

 

Grupo de Estudos Espeleológicos do Paraná;

 

Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para Agenda 2030;

 

Grupo Ecológico Rio de Contas, GERC;

 

Habitat para humanidade Brasil;

 

Iniciativa Verde;

 

Instituto AUÁ;

 

Instituto Augusto Carneiro;

 

Instituto Bem Ambiental, IBAM;

 

Instituto Centro Vida, ICV;

 

Instituto de Estudos Ambientais – Mater Natura;

 

Instituto de Estudos Jurídicos de Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais, IDhES;

 

Instituto de Estudos Socioeconômicos, Inesc;

 

Instituto de Pesquisa e Formação Indígena, Iepé;

 

Instituto de Pesquisas Ecológicas, IPÊ;

 

Instituto Ecoar;

 

Instituto EQUIT – Gênero, Economia e Cidadania Global;

 

Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental;

 

Instituto Internacional de Educação do Brasil, IEB;

 

Instituto MIRA-SERRA;

 

Instituto Socioambiental, ISA;

 

Instituto Universidade Popular, UNIPOP;

 

Iser Assessoria;

 

Movimento de Defesa de Porto Seguro, MDPS;

 

Movimento dos Trabalhadores/as Rurais sem Terra, MST;

 

Movimento Nacional das Cidadãs PositHIVas de São Paulo;

 

Movimento Paulo Jackson – Ética, Justiça e Cidadania;

 

Movimento Roessler;

 

Movimento SOS Natureza de Luiz Correia;

 

Núcleo de Pesquisa em Participação, Movimentos Sociais e Ação Coletiva, NEPAC UNICAMP;

 

Observatório do Clima;

 

OekoBr;

 

Operação Amazônia Nativa, OPAN;

 

Organização dos Professores Indígenas do Acre, OPIAC;

 

Pacto Organizações Regenerativas;

 

Plataforma DHESCA Brasil;

 

ProAnima – Associação Protetora dos Animais do Distrito Federal;

 

Processo de Articulação e Diálogo, PAD;

 

Projeto Saúde e Alegria;

 

Rede Brasileira De Justiça Ambiental;

 

Rede Conhecimento Social;

 

Rede de Cooperação Amazônia, RCA;

 

Rede de ONGs da Mata Atlântica, RMA;

 

Rede de ONGs da Mata Atlântica;

 

Rede Feminista de Juristas, deFEMde;

 

Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS, RNP+BRASIL;

 

Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS do Estado de São Paulo, RNP+SP;

 

Sempreviva Organização Feminista, SOF;

 

SOS Mata Atlântica;

 

Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental, SPVS;

 

Terra de Direitos;

 

TERRA VIVA – Centro de Desenvolvimento Agroecológico do Extremo Sul da Bahia;

 

União Protetora do Ambiente Natural, UPAN;

 

Vida Brasil; 

 

Fonte: Portal Vermelho